Saúde

Poluição do ar ligada ao aumento de consultas ambulatoriais de saúde mental
As descobertas, que foram publicadas recentemente na revista Environmental Research , resultam de quase seis anos de dados de visitas ambulatoriais coletados em dois grandes hospitais em Nanjing, China - uma grande cidade altamente polua­da na China.
Por Matt Kristoffersen - 21/01/2021


Poluição do ar - Foto da Dreamstime

Mais poluição no ar pode estar ligada a taxas mais altas de utilização de servia§os de saúde mental, descobriram pesquisadores da Escola de Saúde Paºblica de Yale em um novo estudo.

As descobertas, que foram publicadas recentemente na revista Environmental Research , resultam de quase seis anos de dados de visitas ambulatoriais coletados em dois grandes hospitais em Nanjing, China - uma grande cidade altamente polua­da na China. Depois de comparar os números com a quantidade departículas encontradas no ar todos os dias, os pesquisadores descobriram que as visitas eram geralmente mais altas quando a qualidade do ar era particularmente ruim.

Mais pesquisas são necessa¡rias para entender completamente por que - e como - a qualidade do ar afeta a taxa de uso dos servia§os de saúde mental. Mas de acordo com a professora assistente Sarah Lowe, Ph.D. do YSPH, que foi a primeira autora do estudo, as descobertas ressaltam a necessidade de mais investimentos em servia§os de saúde mental quando a poluição do ar piorar.

“Aqui, mostramos que o material particulado estãotendo esses efeitos mais gerais, não apenas nos sintomas, mas também no uso do servia§o”, disse ela.

A poluição do ar écomposta por muitos componentes diferentes, desde o mona³xido de carbono emitido pelos vea­culos atéo dia³xido de enxofre encontrado ao redor das fa¡bricas. Mas Lowe e seus colaboradores decidiram se concentrar empartículas - pequenos pedaço s de solo, compostos orga¢nicos e la­quidos - porque representam o maior perigo para a saúde humana. Essaspartículas de poeira do tamanho de um ma­cron podem rasgar o tecido pulmonar e atémesmo entrar na corrente sanguínea, atravanãs da qual podem influenciar a saúde mental.

“Essas minaºsculaspartículas não tem apenas efeitos nos pulmaµes, no coração e no cérebro”, disse o professor assistente do YSPH Kai Chen, Ph.D., que trabalhou no estudo como autor saªnior, “mas também tem efeitos em outros órgãos do seu corpo. ”

Essas minaºsculaspartículas não tem apenas efeitos nos pulmaµes, no coração e no cérebro, mas também em outros órgãos do corpo.

Kai Chen


E em Nanjing, a concentração departículas excedeu os padraµes de qualidade do ar da China por quase um quinto de todos os dias observados pelos pesquisadores. Seu impacto sobre os distúrbios psicola³gicos pode ser claramente refletido em um aumento subsequente de visitas aos dois hospitais da cidade, eles descobriram.

Notavelmente, os pesquisadores descobriram que esse aumento foi mais pronunciado para homens e populações mais velhas. Lowe disse que essa distribuição desigual pode ser devido a diferenças sociais e comportamentais em diferentes partes da sociedade chinesa, mas mais pesquisas são necessa¡rias para descobrir o porquaª.

Ainda assim, este novo estudo se destaca como um dos aºnicos artigos que se dedicam a  ligação entre o material particulado e a demanda por servia§os ambulatoriais específicos de saúde mental. Lowe e Chen esperam que sua pesquisa estimule mais investigações sobre o assunto - e sobre as maneiras como aspartículas afetam a saúde.

“Pode haver outros motivos que simplesmente não pudemos explorar com os dados que ta­nhamos”, explicou Lowe.

Por exemplo, em um dia muito polua­do, pode haver menos atividades concorrentes, como eventos sociais ou esportivos ao ar livre, o que pode levar as pessoas a comparecerem aos seus compromissos. Ou pode ser que a poluição do ar leve ao aumento dos sintomas fa­sicos, como dificuldade para respirar, o que pode levar alguém a procurar servia§os mentais para obter ajuda.

“Nãoconhecemos essenívelde detalhe e acho que seria uma direção muito interessante para pesquisas futuras”, disse ela.

 

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