Saúde

Os males da fadiga pandaªmica
Enquanto os EUA se aproximam do aniversa¡rio dos primeiros casos de transmissão comunita¡ria de COVID-19, a especialista Caitlin Rivers discute por que devemos permanecer dedicados a s pra¡ticas de saúde pública
Por Saralyn Cruickshank - 13/02/2021


Getty Images

Este maªs, a nação marcara¡ o triste aniversa¡rio dos primeiros casos confirmados de disseminação comunita¡ria de COVID-19 nos Estados Unidos. Por quase um ano, o novo coronava­rus SARS-CoV-2 afetou vidas americanas de maneiras inesperadas, enquanto as vacinas o fizeram Já atingiu milhões de pessoas, novas variantes de va­rus também podem prejudicar o progresso da saúde pública e das autoridades médicas.

a‰ tudo, francamente, exaustivo. Mas a fadiga causada por uma pandemia de um ano éespecialmente preocupante, porque faz com que as pessoas evitem medidas de saúde pública, colocando a si mesmas e a outras pessoas em risco.

"As pessoas estãocansadas de fazermudanças dra¡sticas em suas vidas dia¡rias e renunciar a coisas que são importantes para elas, como visitar a familia e fazer atividades", disse Caitlin Rivers , professora assistente da Escola de Saúde Paºblica Johns Hopkins Bloomberg e pesquisadora saªnior do Centro de Segurança Sanita¡ria . “Em algum momento, as pessoas escorregam um pouco em sua devoção a s medidas de saúde pública”.

Rivers compartilhou novas percepções sobre o fena´meno da fadiga pandaªmica e o risco que ela representa para os americanos.

Quais são os riscos de uma fadiga pandaªmica?

O que não queremos éque as pessoas comecem a incorporar comportamentos mais arriscados em suas vidas antes que as condições de saúde pública tenham melhorado. No momento, as coisas estãomelhorando muito e queremos manter esse curso. Comea§amos em meados de janeiro em nosso ponto mais alto de cerca de 250.000 casos relatados diariamente. Agora estamos com menos de 150.000 casos relatados diariamente, o que éa³timo, mas realmente queremos estar abaixo de 100.000, abaixo de 50.000. Portanto, precisamos continuar avaçando nessa direção.

"AS COISAS VaƒO MELHORAR. ESTAMOS EM UM CAMINHO MELHOR, MAS CABE A Na“S O QUE ACONTECERa A SEGUIR."

Rios Caitlin
Acadaªmico saªnior, Center for Health Security

Existem mentalidades ou hábitos que reforçam a fadiga da pandemia, como acreditar que chegara¡ um dia em que as coisas voltara£o instantaneamente ao normal, ou conceitos erra´neos sobre a eficácia das vacinas?

Eu acho que as pessoas querem manter a si mesmas e suas fama­lias seguras. Agora, todos estãoouvindo sobre todas as coisas que não podem fazer. a‰ importante que as pessoas também oua§am sobre coisas que são seguras de fazer, para manter opções para as pessoas, para que possam incorporar coisas que são importantes para elas, mas de forma segura.

Existem aspectos da sociedade que devemos absolutamente priorizar, voltando ao normal ou fazendo as coisas voltarem a funcionar?

O primeiro que gostaria de enfatizar são as escolas. Em muitas comunidades, as criana§as não frequentam a sala de aula desde mara§o passado. E tem sido muito difa­cil. Tem sido difa­cil para as criana§as. Tem sido difa­cil para as fama­lias. Acho que devolver as criana§as a  sala de aula com segurança deve ser uma das nossas principais prioridades sociais.

Outro que eu destacaria para priorização são as políticas de visitação em hospitais e instituições de longa permanaªncia, principalmente em situações de fim de vida. Infelizmente, as pessoas estãomorrendo sozinhas, sem entes queridos ao lado da cama. E isso éde partir o coração. Embora seja compreensa­vel, do ponto de vista do controle de infecção, por que precisamos proteger a equipe, os visitantes e outros pacientes limitando as políticas de visitação, esses são casos especiais. Portanto, seria bom encontrar uma maneira de relaxar essa pola­tica.

E hálguma indicação de quanto tempo podemos esperar realisticamente permanecer distanciando e mascarando?

Vocaª sabe, essas duas coisas em particular, distanciamento e mascaramento, são relativamente fa¡ceis de cumprir e relativamente baratas. E então eu proporia que eles ficariam conosco por um tempo ainda. Mas havera¡ outras coisas que seremos capazes de reincorporar em nossas vidas, porque a prevalaªncia diminuira¡ a  medida que mais pessoas forem vacinadas. Eu posso ver um mundo onde podera­amos ter mais encontros e mais atividades como esportes e clubes no vera£o. Esse tipo de coisa pode voltar, mas ainda precisaremos tomar algumas precauções sensatas, como ma¡scaras, para tornar isso possí­vel.

Ha¡ sinais de esperana§a no atual estado da pandemia?

Duas grandes coisas. Primeiro, a incidaªncia estãocaindo. O número de casos relatados diariamente caiu muito desde meados de janeiro e tem sido uma tendaªncia realmente encorajadora. E então eu gostaria de ver isso continuar. A outra grande coisa são as vacinas. Temos duas vacinas autorizadas, provavelmente pelo menos mais uma a caminho e que serámuito útil para manter as pessoas protegidas. Ha¡ uma bola curva, no entanto, que me preocupa: as novas variantes que surgiram. Isso pode nos lana§ar outro desafio.

Se vocêpudesse compartilhar uma mensagem de saúde pública com o paºblico, o que vocêdiria?

Tem sido um longo ano e sei que todos estãocansados ​​e sentindo muito o peso desse momento difa­cil. As coisas va£o melhorar. Estamos em um caminho melhor, mas cabe a noso que acontece a seguir. E por isso precisamos continuar a usar uma ma¡scara, distância social, evitar encontros. Sa£o essas escolhas individuais, quando colocadas juntas, que nos levara£o a um lugar melhor.

 

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