5 perguntas: Tandy Aye sobre o que os adolescentes transgêneros precisam de seus pais
Um estudo recente de Stanford mostrou que, para os adolescentes que exploram sua identidade de gaªnero, o que mais valorizam é​​o simples ato de cuidar dos pais.

Tandy Aye
Quando os adolescentes confidenciam que são transexuais ou que não tem certeza de sua identidade de gaªnero, seus pais podem não ter certeza de como oferecer apoio.Â
Para entender que tipo de apoio familiar os adolescentes transgêneros consideram útil, uma equipe de pesquisa de Stanford perguntou a 25 deles o que pensavam. A equipe também entrevistou os pais dos adolescentes.
As ações que os adolescentes disseram que mais valorizavam estavam entre as mais simples, descobriram os pesquisadores. Suas descobertas foram publicadas em 8 de mara§o no Journal of Adolescent Health .Â
Os adolescentes disseram que gostavam muito que os pais usassem seu nome e pronome preferidos, além de saber que seus pais estavam emocionalmente disponíveis e ouviam suas preocupações.Â
Os adolescentes geralmente classificaram seus pais como mais solida¡rios do que os pais classificaram a si mesmos, disse Tandy Aye , MD, professora associado de pediatria da Stanford Medicine e endocrinologista pedia¡trico da Stanford Children's Health Pediatric and Adolescent Gender Clinic . Sim éo autor saªnior do estudo .
“Mesmo quando os pais pensam que hátensão sobre a identidade de gaªnero, o relacionamento entre pais e filhos ainda émuito importanteâ€, disse Aye. Ela conversou com a escritora cientafica Erin Digitale sobre sua pesquisa.Â
1. Prepare o terreno para este estudo. O que se sabia sobre o valor do apoio familiar para criana§as trans?
Sim:Â Kristina Olson, uma pesquisadora em Seattle, estudou como o apoio familiar éimportante para criana§as pequenas em transição de gaªnero ou expansivas de gaªnero, o que significa que sua identidade de gaªnero não se encaixa perfeitamente nas categorias tradicionais de "menino" ou "menina" . Se eles tem uma familia de apoio desde o inacio, as criana§as que são transgaªnero e com expansão de gaªnero não experimentam taxas mais altas de ansiedade, depressão, ideação suicida ou suicadio em comparação com seus pares cisgêneros. Sem o apoio da famalia, todos os riscos para a saúde mental aumentam substancialmente. E o fato de a familia usar o nome e o pronome preferido de uma criana§a mostrou ser uma proteção.Â
2. O que háde novo em sua abordagem?
Sim:Â Em nosso estudo, esta¡vamos tentando classificar as semelhanças em famalias que davam apoio. Ninguanãm realmente olhou para ambas as perspectivas - dos adolescentes transgêneros e de seus pais - para ver como éo apoio.Â
Usamos uma combinação de perguntas fechadas de pesquisa e entrevistas abertas para obter informações sobre o que pais e adolescentes estavam pensando, dizendo e fazendo em momentos cruciais durante a jornada de gaªnero do adolescente. Entrevistamos pais e adolescentes separadamente; era muito importante que tivanãssemos seus pontos de vista de forma independente.
Entre as que buscam atendimento em nossa clanica de gaªnero, encontramos famalias de todos os tipos e, ao fazer esse estudo, percebemos que hápoio e aceitação, mas nem sempre andam de ma£os dadas. Felizmente, o apoio leva a aceitação. Esperamos poder usar o que descobrimos para ajudar as famalias que inicialmente não da£o apoio a aprender como apoiar seus filhos adolescentes.
3. O que os adolescentes disseram a vocêsobre o apoio que receberam de suas famalias?
Sim:Â Os adolescentes sempre avaliaram seus pais como sendo mais solida¡rios do que os pra³prios pais. Acho isso surpreendente, pois pode haver momentos de tensão entre pais e filhos durante a adolescaªncia; éum momento difacil para qualquer pessoa. Nossa descoberta mostra o quanto os adolescentes realmente valorizam seus pais.
Quando perguntamos a cada grupo quais ações eles viam como demonstração de apoio, os pais falaram em levar seus adolescentes a clanica de gaªnero, conectando-os aos recursos. Mas o que a maioria dos adolescentes mais queria era que os pais usassem apenas o nome e o pronome de sua preferaªncia. Isso validou o que outro estudo havia encontrado.
Os pais vão aténospreocupados com o que uma clanica de gaªnero faria, com muitas perguntas médicas e preocupações sobre como dar os primeiros passos em direção aos aspectos médicos de uma transição de gaªnero. Mas descobrimos que o que os adolescentes desejam éapenas que suas famalias reconhea§am que estãoexplorando seu gaªnero. Se vocêpuder usar o nome e o pronome de sua preferaªncia, isso afirma que vocêapoia essa exploração.
4. Vocaª também conversou com os pais sobre suas reações internas. O que eles disseram?
Aye:Â Perguntamos aos pais: Enquanto vocêestãoapoiando, qual éa luta que vocêestãoenfrentando? Nãoacho que os pesquisadores tenham perguntado isso a s famalias de adolescentes trans ou que questionam o gaªnero antes. Descobrimos que mesmo os pais que estãodando muito apoio ainda estãointernamente tendo um ajuste.Â
As coisas que foram os ajustes mais difaceis para eles, curiosamente, incluaram o uso do nome e pronome preferido da criana§a. O nome original da criana§a era o nome que os pais realmente pensavam em escolher antes de seu filho nascer, e para a criana§a dizer que esse não émais o seu nome costumava ser um desafio para os pais. Quanto ao pronome, os pais diriam: “Ha¡ muito tempo que o usamosâ€.
Mas a maioria dos pais com quem falamos estava escondendo seu ajustamento porque queriam ser vistos pelos filhos como sendo o mais solida¡rios possível. Acho que essa éuma conclusão importante do estudo, especialmente para profissionais de saúde mental. Quando os pais chegam com seus filhos e dizem: “Sim, apoiamosâ€, éimportante reconhecer o que os pais estãovivenciando e conversar com os pais sobre como prestar servia§os para eles, para ajuda¡-los a processar suas próprias emoções.
5. Quais conclusaµes deste estudo sera£o aºteis para outras famalias que vocêencontra na clanica de gaªnero das Criana§as de Stanford?
Sim: Quando as famalias vão aténós, muitas vezes estãopensando em horma´nios, cirurgia e como sera£o difaceis todos os tratamentos no final da transição de seus filhos. Normalmente, trazemos os pais de volta ao momento em que estãoe perguntamos: “Onde estãoseu filho agora? Onde vocêesta¡?"
a€s vezes, os pais dizem: “Estamos apenas tendo dificuldade em usar o nome e o pronome preferido da criana§aâ€. Conversamos sobre aceitação e pedimos que pratiquem apenas o uso do nome e do pronome em casa, e reconhea§am a familia a importa¢ncia desse apoio para o filho adolescente. Tambanãm os informamos que seus filhos adolescentes podem argumentar contra eles ou se fechar, mas que o amor que sentem por eles não foi esquecido e ainda émuito importante fomentar esse relacionamento.Â
Nossa nova pesquisa aumenta as evidaªncias de que a percepção dos adolescentes transgêneros sobre o apoio dos pais pode ser o principal fator de proteção na saúde mental dos adolescentes. a‰ essa percepção de apoio que os pais desejam nutrir. O que vocêpode fazer? Sa£o coisas como oferecer um abraa§o, estar la¡ para ouvir. Essas são coisas que qualquer um pode fazer. Eles são livres e totalmente reversaveis, qualquer que seja o caminho que o adolescente tome em sua jornada de gaªnero. Nãoháefeitos colaterais médicos em ouvir e dar abraa§os, ou tentar o nome e pronome preferido de seu filho. a‰ tudo uma questãode ajudar o adolescente a explorar totalmente quem ele anã.