De acordo com Paulo Lotufo, háuma chance de termos novas variantes, pois quanto mais tempo de transmissão, maior a chance de novas mutaa§aµes. Daa a importa¢ncia do lockdown e de vacinar o maior número possível de pessoas
O contexto pandaªmico vivenciado desde o inicio de 2020 se agravou ainda mais recentemente. O número de casos aumentou e a media ma³vel de mortes bate recordes atrás de recordes no Brasil. No intuito de enfrentar essa situação, governos pelo Brasil se viram obrigados a solicitar e implementar uma maior restrição de circulação, o que afetou o funcionamento de servia§os essenciais. Sa£o Paulo também adotou essas medidas e a fase vermelha abrange, neste momento, todo o Estado.
“Nãohádaºvidas de que éo pior momento, por uma razãoque háum ano a epidemia estava comea§ando em três locais no Paas: Sa£o Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. A partir daa, ela foi avaçando no territa³rio nacional de forma desigual, de tal forma que chegou um momento em que Sa£o Paulo, Rio e outras cidades já tinham chegado ao seu limiar, e outras começam a aumentar o número de casosâ€, comenta o professor Paulo Lotufo, infectologista do Departamento de Clanica Manãdica da Faculdade de Medicina, diretor do Centro de Pesquisa Clanica e Epidemiola³gica da USP, sede do ELSA Brasil.
De acordo com Lotufo, atéaquele momento, a rede hospitalar conseguia se compensar, ou seja, mesmo com excesso de pacientes em um local, esses pacientes eram enviados a outros locais menos lotados e o sistema hospitalar ficava nesse ciclo de redistribuição. A questãoéque agora o aumento de casos engloba desde a regia£o Sul atéa regia£o Norte e, em Sa£o Paulo, tanto os hospitais paºblicos quanto os privados estãolotados.
O infectologista explica que as variantes do varus são existem se houver reprodução desse mesmo varus, então, se a pessoa contaminada fica em casa e não passa a doença para ninguanãm, uma hora sua disseminação acaba e novas variantes não ira£o aparecer.
Ele aproveita para analisar os casos encontrados no Rio Grande do Sul. Para Lotufo, as variantes do varus não tiveram impacto no pico visto atualmente. Ele detalha que, no inicio da pandemia, o Estado não teve números alarmantes de casos, principalmente devido a seu isolamento geogra¡fico, ou seja, menos pessoas imunes e um maior número de suscetaveis. Com a chegada do vera£o, o turismo na regia£o aumentou e, com isso, pessoas de outros Estados levaram a contaminação para o local.
“Na³s estamos tendo dois fena´menos: um éo fena´meno do fim do controle pandaªmico, que deixou de existir desde dezembro de 2020, e o surgimento e disseminação da variante. E tem uma chance de termos novas variantes, quanto mais tempo de transmissão, maior a chance de novas mutações“, conclui Lotufo, ao explicar que a recomendação para mudar essa configuração continua sendo o lockdown e vacinar o maior número possível de pessoas durante essa restrição, e que, sem isso, vai ser muito difacil sairmos dessa situação.