Saúde

Variantes do va­rus são existem se houver reprodução desse mesmo va­rus
De acordo com Paulo Lotufo, háuma chance de termos novas variantes, pois quanto mais tempo de transmissão, maior a chance de novas mutaa§aµes. Daa­ a importa¢ncia do lockdown e de vacinar o maior número possí­vel de pessoas
Por USP - 09/03/2021


O contexto pandaªmico vivenciado desde o ini­cio de 2020 se agravou ainda mais recentemente. O número de casos aumentou e a media ma³vel de mortes bate recordes atrás de recordes no Brasil. No intuito de enfrentar essa situação, governos pelo Brasil se viram obrigados a solicitar e implementar uma maior restrição de circulação, o que afetou o funcionamento de servia§os essenciais. Sa£o Paulo também adotou essas medidas e a fase vermelha abrange, neste momento, todo o Estado.

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“Nãohádaºvidas de que éo pior momento, por uma razãoque háum ano a epidemia estava comea§ando em três locais no Paa­s: Sa£o Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. A partir daa­, ela foi avaçando no territa³rio nacional de forma desigual, de tal forma que chegou um momento em que Sa£o Paulo, Rio e outras cidades já tinham chegado ao seu limiar, e outras começam a aumentar o número de casos”, comenta o professor Paulo Lotufo, infectologista do Departamento de Cla­nica Manãdica da Faculdade de Medicina, diretor do Centro de Pesquisa Cla­nica e Epidemiola³gica da USP, sede do ELSA Brasil.

De acordo com Lotufo, atéaquele momento, a rede hospitalar conseguia se compensar, ou seja, mesmo com excesso de pacientes em um local, esses pacientes eram enviados a outros locais menos lotados e o sistema hospitalar ficava nesse ciclo de redistribuição. A questãoéque agora o aumento de casos engloba desde a regia£o Sul atéa regia£o Norte e, em Sa£o Paulo, tanto os hospitais paºblicos quanto os privados estãolotados.

O infectologista explica que as variantes do va­rus são existem se houver reprodução desse mesmo va­rus, então, se a pessoa contaminada fica em casa e não passa a doença para ninguanãm, uma hora sua disseminação acaba e novas variantes não ira£o aparecer.

Ele aproveita para analisar os casos encontrados no Rio Grande do Sul. Para Lotufo, as variantes do va­rus não tiveram impacto no pico visto atualmente. Ele detalha que, no ini­cio da pandemia, o Estado não teve números alarmantes de casos, principalmente devido a seu isolamento geogra¡fico, ou seja, menos pessoas imunes e um maior número de susceta­veis. Com a chegada do vera£o, o turismo na regia£o aumentou e, com isso, pessoas de outros Estados levaram a contaminação para o local.

“Na³s estamos tendo dois fena´menos: um éo fena´meno do fim do controle pandaªmico, que deixou de existir desde dezembro de 2020, e o surgimento e disseminação da variante. E tem uma chance de termos novas variantes, quanto mais tempo de transmissão, maior a chance de novas mutações“, conclui Lotufo, ao explicar que a recomendação para mudar essa configuração continua sendo o lockdown e vacinar o maior número possí­vel de pessoas durante essa restrição, e que, sem isso, vai ser muito difa­cil sairmos dessa situação.

 

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