Saúde

A placenta éuma lixeira para defeitos genanãticos
O estudo, publicado hoje na Nature , encontrou evidaªncias para apoiar a teoria da placenta como um 'depa³sito de lixo' para defeitos genanãticos , enquanto o feto corrige ou evita esses erros.
Por Wellcome Trust Sanger Institute - 10/03/2021


Doma­nio paºblico

No primeiro estudo da arquitetura gena´mica da placenta humana, cientistas do Instituto Wellcome Sanger, da Universidade de Cambridge e seus colaboradores confirmaram que a estrutura normal da placenta édiferente de qualquer outro órgão humano e se assemelha a  de um tumor, abrigando muitas das mesmas mutações genanãticas encontradas em ca¢nceres infantis.

O estudo, publicado hoje na Nature , encontrou evidaªncias para apoiar a teoria da placenta como um 'depa³sito de lixo' para defeitos genanãticos , enquanto o feto corrige ou evita esses erros. As descobertas fornecem um fundamento la³gico claro para estudar a associação entre aberrações genanãticas e resultados de nascimento, a fim de compreender melhor problemas como nascimento prematuro e natimorto.

Nos primeiros dias da gravidez, o a³vulo fertilizado se implanta na parede do aºtero e comea§a a se dividir de uma canãlula em várias. As células se diferenciam em vários tipos de células e algumas delas formação a placenta. Por volta da danãcima semana de gravidez, a placenta comea§a a acessar a circulação da ma£e, obtendo oxigaªnio e nutrientes para o feto, removendo resíduos e regulando horma´nios essenciais.

Ha¡ muito se sabe que a placenta édiferente de outros órgãos humanos. Em um a dois por cento das gestações, algumas células da placenta tem um número diferente de cromossomos em relação a s células do feto - uma falha genanãtica que pode ser fatal para o feto, mas com a qual a placenta costuma funcionar de maneira razoavelmente normal.

Apesar dessa robustez genanãtica, problemas com a placenta são uma das principais causas de danos a  ma£e e ao feto , como restrição de crescimento ou mesmo natimortos.

Este novo estudo éo primeiro levantamento de alta resolução da arquitetura gena´mica da placenta humana. Cientistas do Wellcome Sanger Institute e da University of Cambridge conduziram o sequenciamento do genoma completo de 86 bia³psias e 106 microdissecções de 42 placentas, com amostras retiradas de diferentes áreas de cada a³rga£o.

A equipe descobriu que cada uma dessas bia³psias era uma 'expansão clonal' geneticamente distinta - uma população de células descendente de um aºnico ancestral comum - indicando um claro paralelo entre a formação da placenta humana e o desenvolvimento de um ca¢ncer.
 
A análise também identificou padraµes específicos de mutação que são comumente encontrados em ca¢nceres infantis, como neuroblastoma e rabdomiossarcoma, com um número ainda maior dessas mutações na placenta do que nos pra³prios ca¢nceres.

O professor Steve Charnock-Jones, autor saªnior do estudo da Universidade de Cambridge, disse: "Nosso estudo confirma pela primeira vez que a placenta éorganizada de maneira diferente de todos os outros órgãos humanos e, de fato, se assemelha a uma colcha de retalhos de tumores. taxas e padraµes de mutações genanãticas também foram incrivelmente altos em comparação com outros tecidos humanos sauda¡veis. "

A equipe usou a análise filogenanãtica para rastrear a evolução das linhagens celulares das primeiras divisaµes celulares do ovo fertilizado e encontrou evidaªncias para apoiar a teoria de que a placenta tolera grandes falhas genanãticas.

Em uma bia³psia, os pesquisadores observaram três ca³pias do cromossomo 10 em cada canãlula, duas da ma£e e uma do pai, em vez da habitual ca³pia de cada um dos pais. Mas outras bia³psias da mesma placenta e do feto continham duas ca³pias do cromossomo 10, ambas da ma£e. Um erro de número de ca³pias cromossa´micas como esse em qualquer outro tecido seria uma falha genanãtica importante.

O professor Gordon Smith, autor saªnior do estudo da Universidade de Cambridge, disse: "Foi fascinante observar como uma falha genanãtica tão sanãria como um erro de número de ca³pias cromossa´micas foi corrigida pelo bebaª, mas não pela placenta. Este erro estaria presente no a³vulo fertilizado. No entanto, as populações de células derivadas, e mais importante aquelas que formaram a criana§a, tinham o número correto de ca³pias do cromossomo 10, enquanto partes da placenta não conseguiram fazer essa correção. A placenta também forneceu uma pista de que o bebaª havia herdado ambas as ca³pias do cromossomo de um dos pais, o que pode estar associado a problemas. "

Agora que a ligação entre as aberrações genanãticas na placenta e os resultados do parto foi estabelecida, outros estudos usando amostras maiores podem ajudar a descobrir as causas das complicações e doenças que surgem durante a gravidez.

Dr. Sam Behjati, um autor saªnior do estudo do Instituto Wellcome Sanger, disse: "A placenta ésemelhante ao 'oeste selvagem' do genoma humano, completamente diferente em sua estrutura de qualquer outro tecido humano sauda¡vel. Ajuda a nos proteger de falhas em nosso ca³digo genanãtico, mas também permanece uma grande carga de doenças associadas a  placenta. Nossas descobertas fornecem uma justificativa para estudar a associação entre as aberrações genanãticas na placenta e os resultados do nascimento na alta resolução que implantamos e em escala."

 

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