Os pesquisadores descobriram que asuperfÍcie da ca³rnea fornece um nicho ambiental distinto dentro dasuperfÍcie ocular (olho), levando a uma comunidade bacteriana diferente de todos os outros tipos de amostra.

A oftalmologista veterina¡ria da USask, Dra. Marina Leis (DVM), examina seu paciente Baxter, um terrier de Wheaton. Crédito: Christina Weese
Um estudo pioneiro liderado pela oftalmologista veterina¡ria da Universidade de Saskatchewan (USask), Dra. Marina Leis (DVM, DACVO), mostra que as comunidades bacterianas variam em diferentes partes dasuperfÍcie do olho - uma descoberta que altera significativamente a compreensão dos mecanismos das doenças oculares e pode levar para o desenvolvimento de novos tratamentos.
"Estamos entusiasmados em compartilhar nossas descobertas, que fornecem uma mudança de paradigma dentro do campo", disse o microbiologista veterina¡rio Dr. Matheus Costa (DVM, Ph.D.), membro da equipe de pesquisa de Leis que publicou um artigo recentemente (fevereiro 19) na revista cientafica PLOS One, revisada por pares .
Os integrantes da equipe são Costa e Leis, professores assistentes do Western College of Veterinary Medicine (WCVM) da USask, e Gabriela Madruga, Ph.D. estudante da Universidade Estadual Paulista no Brasil.
O estudo piloto foi realizado em olhos de 15 leitaµes sacrificados por motivos não relacionados a esta pesquisa. Os leitaµes foram escolhidos como modelos porque os olhos dos porcos são relativamente semelhantes aos olhos humanos. Este modelo permitiu aos pesquisadores coletar amostras da ca³rnea sem o uso de anestanãsicos tópicos que podem perturbar a microbiota do olho.
Os pesquisadores descobriram que asuperfÍcie da ca³rnea fornece um nicho ambiental distinto dentro dasuperfÍcie ocular (olho), levando a uma comunidade bacteriana diferente de todos os outros tipos de amostra.
"Sempre entendemos asuperfÍcie ocular que ela continha uma única população bacteriana. Agora, aprendemos que diferentes partes dasuperfÍcie parecem ter diferentes bactanãrias que predominam, o que tem implicações nos mecanismos de doença de vários tipos de condições dasuperfÍcie ocular. ", Disse Costa.
"Como oftalmologistas, trabalhamos com o pressuposto de que a ca³rnea éamplamente desprovida de bactanãrias, ou pelo menos de agentes clinicamente relevantes. O que descobrimos coloca essa visão em questão", disse Leis.
Por exemplo, dois tipos distintos de bactanãrias foram encontrados em uma proporção significativamente maior em associação com a ca³rnea.
"Esses dois tipos de bactanãrias não apenas tem uma associação relatada com asuperfÍcie ocular na literatura, mas também tem o potencial de causar infecções oportunistas", disse Leis.
Os resultados demonstram que a localização nasuperfÍcie do olho éimportante durante a coleta de rotina de um cotonete para fins de diagnóstico, Leis disse.
Leis garantiu financiamento para estudos translacionais de acompanhamento visando outras espanãcies de interesse para veterina¡rios, especialmente ca£es de companhia que são suscetíveis a doença do olho seco - uma condição crônica muito comum que resulta em desconforto e a s vezes atécegueira.
A tradução das descobertas para a saúde humana provavelmente ainda estãolonge, atéque os resultados sejam validados por meio de pesquisas envolvendo animais menores, como ca£es, e animais maiores, como cavalos.