Saúde

Neuropatias diabanãticas podem ser tratadas ou prevenidas com fisioterapia
Segundo Isabel Sacco, os exerca­cios va£o preservar a saúde dos maºsculos, manter a funa§a£o e evitar ferimentos, além de tratar dor e sensibilidade
Por USP - 16/03/2021


As neuropatias diabanãticas decorrem da flutuação de glicemia no sangue, ou seja, da oscilação da taxa de açúcar, e prejudica os nervos osFoto: Marcos Santos/USP Imagens

O Laborata³rio de Biomeca¢nica e Postura Humana da Faculdade de Medicina da USP desenvolve pesquisa cla­nica para tratamento de neuropatias diabanãticas. O objetivo éutilizar exerca­cios fisiotera¡picos para beneficiar pacientes acometidos pela doença e que sentem os sintomas, principalmente, nos panãs e tornozelos. Segundo especialista, as neuropatias acometem cerca de 50% das pessoas diabanãticas por volta de dez anos após o diagnóstico. O estudo égratuito e abrange a faixa eta¡ria dos 18 aos 70 anos.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Isabel Sacco, do Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Fofito) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), explica que as neuropatias diabanãticas decorrem da flutuação de glicemia no sangue, ou seja, da oscilação da taxa de açúcar, e prejudica os nervos, geralmente nas extremidades, como panãs e ma£os. A deterioração dos nervos causa a perda de esta­mulos ta¡teis, tanãrmicos, causa formigamento, queimação, agulhadas e incômodo. Os panãs perdem força e podem, inclusive, apresentar deformações e, “quando dorme, quem tem neuropatia comea§a a sentir muito calor a  noite, não consegue deixar os panãs cobertos. Então, se vocêsente tudo isso, desconfie que pode ter essa neuropatia”.

Antes do estudo, o tratamento mais comum para a neuropatia na regia£o dos panãs era a recomendação de uso de cala§ado especializado para evitar que o pésofresse algum ferimento. O diabete afeta o processo de cicatrização, portanto, a preocupação primordial éevitar qualquer tipo de aºlcera, porque a dificuldade no tratamento da ferida pode levar a  amputação. Ao todo o pétem 25 maºsculos, 33 articulações e 108 ligamentos. E, dentro de um cala§ado ra­gido, o membro pode atrofiar e perder a flexibilidade. Pensando nisso, os pesquisadores viram na fisioterapia uma forma de prevenir a neuropatia, mas também tratar os sintomas. “Os exerca­cios va£o fazer o papel de preservar a saúde desses maºsculos, dessas articulações, e manter a função, mesmo que a pessoa tenha perda de sensibilidade. No ini­cio da doena§a, épossí­vel prevenir esses tipos de lesões e manter a saúde dos panãs”, afirma Isabel.

O projeto atende pessoas diabanãticas entre 18 e 70 anos. Os pacientes passam por avaliação completa, são diagnosticados e, se confirmada a neuropatia, são convidados a participar do ensaio cla­nico. Sa£o sorteados para remanejo em dois grupos: os que recebera£o tratamento e os que não recebera£o na primeira fase. O grupo a ser tratado tera¡ acompanhamento por oito ou 12 semanas com fisioterapeuta e uma tecnologia de habilitação, que pode ser uma cartilha com orientações ou um software, caso a pessoa tenha acesso a internet. Depois do acompanhamento, a equipe avalia como foi o progresso do tratamento. Para participar, basta entrar em contato pelo e-mail foca.rct@gmail.com ou pelos telefones (11) 98287-9811 ou (11) 98549-2016.

 

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