Pela primeira vez, os pesquisadores identificaram o que faz com que as proteanas normais se convertam em uma forma doente, causando doenças como CJD e Kuru.

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A equipe de pesquisa, do Imperial College London e da Universidade de Zurique, também testou uma forma de bloquear o processo, o que poderia levar a novos medicamentos para o combate a essas doena§as.
"Descobrir o mecanismo pelo qual os praons se tornam patogênicos éum passo crucial para um dia enfrentar essas doena§as, pois nos permite a busca por novos medicamentos".
Professor Alfonso De Simone
A pesquisa dizia respeito a doenças por praons - um grupo de doenças cerebrais causadas por proteanas chamadas praons que funcionam mal e "dobram-se incorretamente", transformando-se em uma forma que pode acumular e matar células cerebrais. Essas doenças podem levar décadas para se manifestar, mas são agressivas e fatais.
Eles incluem Kuru, doença da vaca louca e seu equivalente humano a doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD), e uma condição heredita¡ria chamada insa´nia familiar fatal.
Embora a versão normal e sauda¡vel dos praons e a versão patogaªnica (causadora de doena§as) tenham sido caracterizadas, a etapa intermedia¡ria, quando um se transforma no outro, era anteriormente desconhecida.
Agora, em um artigo publicado hoje em Proceedings of the National Academy of Sciences , a equipe de pesquisa isolou essa etapa intermedia¡ria, determinando o mecanismo que transforma os praons normais em sua forma patogaªnica. A pesquisa foi apoiada pela Alzheimer's Research UK.
Agressivo e devastador
O pesquisador principal, Professor Alfonso De Simone , do Departamento de Ciências da Vida do Imperial, disse: “As doenças por praons são agressivas e devastadoras e, atualmente, não hácura.
“Descobrir o mecanismo pelo qual os praons se tornam patogênicos éum passo crucial para um dia enfrentar essas doena§as, pois nos permite a busca por novos medicamentos. Agora que sabemos o que pretendemos, sabemos quais recursos as drogas precisam ter para impedir que os praons se tornem patogênicos â€.
Para investigar o dobramento incorreto dos praons, a equipe trabalhou com uma forma mutante da proteana praon que éencontrada em pessoas com doenças heredita¡rias do praon. A forma mutante émais agressiva, fazendo com que os praons transitem mais rapidamente para sua forma patogaªnica. Isso permite que os pesquisadores vejam o que acontece com mais facilidade.
No entanto, os praons são difaceis de isolar e purificar de outras proteanas em quantidades suficientes para estudar em detalhes. O autor principal do artigo, o Dr. Ma¡ximo Sanz-Herna¡ndez, começou a investigar o problema ainda na graduação em Imperial, continuando atéobter o pa³s-doutorado com o professor De Simone.
A equipe então usou uma técnica chamada espectroscopia de ressonância magnanãtica nuclear combinada com análise computacional para determinar a estrutura da etapa intermedia¡ria, identificando o mecanismo molecular em funcionamento quando o praon édobrado incorretamente.
Com essas informações, eles também trabalharam com a equipe da Universidade de Zurique, que conseguiu produzir anticorpos que poderiam ter como alvo o mecanismo. Em um estudo de prova de conceito em tubo de ensaio, eles foram capazes de bloquear a transição dos praons da forma normal para a patogaªnica.
Embora em sua forma atual, esses anticorpos sejam grandes demais para passar para o cérebro, o estudo mostra que épossível interromper o mecanismo, permitindo que os pesquisadores avancem no desenvolvimento de novos medicamentos.
O Dr. Sanz-Herna¡ndez disse: “O esta¡gio intermediário da patogaªnese do praon étão transita³rio que écomo um fantasma - quase impossível de imaginar. Mas agora que temos uma imagem do que estamos lidando, podemos projetar intervenções mais especaficas que podem um dia potencialmente controlar essas doenças devastadoras. â€
Pesquisando compostos de drogas
A Dra. Rosa Sancho, chefe de pesquisa da Alzheimer's Research UK, disse: “Esta éuma pesquisa em esta¡gio inicial que examina os fragmentos curtos de proteana, que podem ser altamente insta¡veis, de curta duração e notoriamente difaceis de estudar.
“Como a principal instituição de caridade em pesquisas sobre demaªncia do Reino Unido, temos o prazer de financiar este trabalho sofisticado usando abordagens biofasicas e computacionais para entender melhor o papel que fragmentos como esse desempenham no desenvolvimento da doena§a. Para identificar novas maneiras de reduzir ou combater esses fragmentos de proteana em doenças humanas, precisamos ver um investimento sustentado na pesquisa sobre demaªncia. â€
Os pesquisadores esperam que a informação permita aos pesquisadores de drogas e empresas farmacaªuticas escanear suas bibliotecas de compostos de drogas em busca de formulações que possam bloquear o mecanismo.
Quaisquer compostos de drogas precisariam de extensos testes de laboratório primeiro para garantir que seriam eficazes, pequenos o suficiente para passar para o cérebro e seguros, mas a equipe espera que agora que o alvo seja conhecido, a busca possa ser acelerada.