As descobertas, de cientistas do Imperial College London e apresentadas na Diabetes UK Professional Conference 2021, podem ajudar a identificar fatores de risco para demaªncia em pessoas com diabetes tipo 2 e informar intervenções para ajudar a prevenir ou retardar a doena§a.

A pesquisa, financiada pela Diabetes UK , analisou 'fatores cardiometaba³licos' - como pressão arterial, açúcar no sangue e na­veis de colesterol - em pessoas com diabetes tipo 2 ao longo de duas décadas. A equipe identificoumudanças nesses fatores durante este período que estavam associadas ao desenvolvimento de demaªncia na vida adulta.

A demaªncia, um grupo de doenças que afetam o cérebro, causando perda de memória e outras alterações na função cerebral, émais comum em pessoas com diabetes tipo 2, mas o motivo pelo qual as pessoas com tipo 2 correm maior risco não foi claro.

Na­veis elevados de açúcar no sangue, pressão arterial e colesterol em pessoas com diabetes tipo 2 podem danificar os vasos sangua­neos e levar a problemas cardiovasculares graves, como ataques carda­acos e derrames. Foi sugerido que esses 'fatores cardiometaba³licos' conhecidos por afetar a saúde do coração também podem afetar a saúde do cérebro e podem desempenhar um papel no desenvolvimento de demaªncia em pessoas com diabetes tipo 2.

Para explorar isso, uma equipe de pesquisadores, liderada pelo Dr. Eszter Vamos do Imperial College London, procurou ver se os fatores que afetam a saúde carda­aca em pessoas com diabetes tipo 2 também poderiam impactar seu risco de demaªncia. Eles analisaram dados de 227.580 pessoas com diabetes tipo 2 com mais de 42 anos, cerca de 10% das quais desenvolveram demaªncia. A equipe examinou o hista³rico médico dos participantes ao longo dos 20 anos anteriores ao diagnóstico de demaªncia para observar asmudanças nos fatores cardiometaba³licos e no peso corporal, e comparou-os a pessoas que não desenvolveram demaªncia.

Ao longo do período de 20 anos, asmudanças na pressão arterial diferiram entre aqueles que desenvolveram e não desenvolveram demaªncia. Pessoas que desenvolveram demaªncia tiveram pressão arterial mais alta entre 11-19 anos antes de seu diagnóstico de demaªncia, que então diminuiu mais fortemente pra³ximo ao diagnóstico, em comparação com aqueles que não desenvolveram demaªncia. Um decla­nio no peso corporal a partir de 11 anos antes do diagnóstico de demaªncia foi encontrado em pessoas que desenvolveram a doença e foi mais acentuado do que naqueles que não o desenvolveram.

Os na­veis de açúcar no sangue e colesterol também foram geralmente mais elevados durante todo o período de 20 anos entre as pessoas com diabetes tipo 2 que desenvolveram demaªncia, em comparação com aquelas que não o fizeram.

Alimentar-se de maneira sauda¡vel, manter-se ativo, reduzir o consumo de a¡lcool e parar de fumar são recomendados para ajudar a reduzir o risco de demaªncia. Essas descobertas sugerem que, monitorando os fatores cardiometaba³licos e controlando o açúcar no sangue, a pressão arterial, o colesterol e o peso corporal, as pessoas com diabetes tipo 2 podem receber ajuda para reduzir o risco de demaªncia.

O Dr. Eszter Vamos, pesquisador financiado pela Diabetes UK na Imperial's School of Public Health , disse: “Nossos resultados enfatizam a importa¢ncia de controlar cuidadosamente os fatores cardiometaba³licos, como pressão arterial, colesterol e na­veis de glicose desde o ina­cio, para pessoas com diabetes tipo 2.

“Embora este estudo não possa confirmar associações causais, esses resultados mostram que a pressão arterial e outros fatores cardiometaba³licos podem estar contribuindo para o desenvolvimento de demaªncia atéduas décadas antes do diagnóstico.”

A Dra. Elizabeth Robertson , Diretora de Pesquisa da Diabetes UK, que financiou o estudo, disse: “Essas descobertas cruciais revelaram como o diabetes tipo 2 pode contribuir para o ini­cio da demaªncia. Mudanças no corpo que levam a  demaªncia ocorrem anos antes do aparecimento dos sintomas e, pela primeira vez, os pesquisadores descobriram um padrãodemudanças em pessoas com diabetes tipo 2 associadas a  demaªncia.

 “Saber quais fatores contribuem para o desenvolvimento da demaªncia, e quando eles tem o maior impacto, évital para dar a s pessoas com diabetes tipo 2 o melhor cuidado possí­vel para prevenir ou retardar o ini­cio da demaªncia.”

Em seguida, os pesquisadores investigara£o se as complicações relacionadas ao diabetes, como problemas nos olhos e rins, podem estar relacionadas ao risco de demaªncia. A equipe também examinara¡ se os fatores de risco para diabetes tipo 2 que não podemos controlar - como idade e etnia - podem funcionar junto com os fatores cardiometaba³licos para determinar o risco de demaªncia.