Saúde

Salve a ma£e, salve a criana§a: interrompendo o ciclo de abuso e negligaªncia infantil entre gerações
Apoiar mulheres sobreviventes de maus-tratos na infa¢ncia éfundamental para interromper o abuso entre geraçaµes, diz pesquisa que mostra uma ligaa§a£o clara entre os pais que sofreram abuso e a probabilidade de seus filhos sofrerem o mesmo destino
Por University of South Australia - 02/05/2021


83% dos maus-tratos infantis são filhos de ma£es com hista³rico de contato de proteção a  criana§a. Crédito: Unsplash

Apoiar mulheres sobreviventes de maus-tratos na infa¢ncia éfundamental para interromper o abuso entre gerações, uma vez que uma nova pesquisa da University of South Australia mostra uma ligação clara entre os pais que sofreram abuso e a probabilidade de seus filhos sofrerem o mesmo destino.

A descoberta amplifica uma necessidade aguda de um apoio muito melhor para as vitimas de maus - tratos infantis para garantir ambientes mais seguros e acolhedores para todas as criana§as.

Financiado pelo NHMRC e pelo Channel 7 Children's Research Foundation, e publicado no The Lancet Public Health hoje, o estudo descobriu que a maioria dos maus-tratos infantis estãoocorrendo entre fama­lias presas em ciclos intergeracionais de abuso infantil e negligaªncia - 83 por cento dos casos comprovados maus-tratos infantis eram filhos de ma£es com hista³rico de contato de proteção a  criana§a.

O estudo mostrou que 30% dos filhos de ma£es que sofreram maus-tratos comprovados na infa¢ncia também foram vitimas de maus-tratos comprovados (aos 12 anos). Em comparação, para filhos de ma£es sem hista³rico de contato de proteção a  criana§a, a taxa de abuso comprovado foi de 5%.

O estudo quantificou a transmissão intergeracional de maus-tratos infantis na Austra¡lia do Sul usando um grande conjunto de dados vinculados do estudo iCAN internacionalmente reconhecido, que incluiu 38.556 pares de ma£e e filho - alguns dos quais sofreram abuso e outros não - com base na proteção infantil SA dados.

Os filhos de ma£es expostas a maus-tratos comprovados e remoção para cuidados fora de casa estavam em maior risco de maus-tratos infantis, com 14 vezes o risco de sofrer maus-tratos comprovados e 26 vezes o risco de serem removidos, refletindo preocupações extremas de proteção a  criana§a.

A investigadora principal, Professora Leonie Segal da UniSA, diz que as descobertas destacam a necessidade urgente de fazer mais para ajudar essas criana§as e fama­lias - desde o ini­cio da vida atéa idade adulta - não apenas para seu pra³prio bem-estar, mas também como uma oportunidade de intervenção para proteger seus criana§as por nascer e gerações futuras.

"Os resultados são especialmente preocupantes, dados os resultados geralmente ruins para vitimas de abuso infantil ou negligaªncia em vários doma­nios sociais e de saúde", diz o professor Segal.

"Criana§as abusadas muitas vezes se transformam em adultos com pouco controle de impulsos, um sentimento intensificado de vergonha, um alerta exagerado a ameaa§as, facilmente acionado, com na­veis extremos de angaºstia que podem resultar no uso precoce de substâncias e doenças mentais, agravando os danos.

"Quando essas criana§as se tornam pais, sua capacidade de ter compaixa£o ou confianção pode ser prejudicada, eles geralmente não conseguem ver as necessidades de seus pra³prios filhos e podem achar extremamente difa­cil fornecer os cuidados parentais que eles gostariam de oferecer.

"Nossos resultados são consistentes com mecanismos biola³gicos bem descritos para a transmissão intergeracional de maus-tratos infantis, por meio dos impactos duradouros de agressão ou negligaªncia, desenvolvimento do cérebro alterado e padrãorelacional perturbado, sugerindo fortemente que as associações observadas são causais e, pelo menos parcialmente, evita¡veis.

"As criana§as e os pais precisam de ajuda. Curar seu trauma éum imperativo anãtico, mas também oferece grandes recompensas econa´micas e de saúde para as fama­lias e a comunidade em geral.

"O risco aumentado de abuso infantil e negligaªncia entre criana§as cujas ma£es sofreram maus-tratos quando criana§as éextremo e significativo demais para ser ignorado - e elas já são conhecidas pelo sistema de servia§os.

"Se ao menos pudanãssemos interromper a via de transmissão intergeracional, podera­amos evitar a maior parte dos maus-tratos infantis e reverter a trajeta³ria de vida de nossos filhos mais vulnera¡veis e oferecer proteção a s gerações futuras."

 

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