Saúde

Muitos de nospodem carregar até17 kg de gordura devido a uma mudança em um aºnico gene
Uma nova pesquisa descobriu que uma em cada 340 pessoas pode ser portadora de uma mutaa§a£o em um aºnico gene que as torna mais propensas a ter um peso maior desde a infa¢ncia e, aos 18 anos de idade, elas podem ser até13 quilos a mais
Por Cambridge - 30/05/2021


Balascas de pesagem e fita manãtrica - Crédito: mojzagrebinfo


"Nossos resultados mostram que o ganho de peso na infa¢ncia devido a um distaºrbio de um aºnico gene não éincomum. Isso deve encorajar uma abordagem mais compassiva e racional para criana§as com sobrepeso e suas fama­lias"

Stephen O'Rahilly

O estudo liderado por cientistas da MRC Metabolic Diseases Unit, que faz parte do Wellcome-MRC Institute of Metabolic Science da University of Cambridge e da MRC Integrative Epidemiology Unit da University of Bristol, foi publicado hoje na Nature Medicine .

Já se sabe hámuito tempo que a obesidade tende a ocorrer nas fama­lias, mas foi são hácerca de 20 anos que os cientistas começam a descobrir quemudanças em genes específicos podem ter efeitos muito grandes em nosso peso, mesmo desde a primeira infa¢ncia.

Um desses genes, o receptor de melanocortina 4 (MC4R), produz uma protea­na que éproduzida no cérebro, onde envia sinais aos centros de apetite, informando-lhes quanta gordura armazenamos. Quando o gene MC4R não funciona corretamente, nossos cérebros pensam que temos menos gordura armazenada do que temos, sinalizando que estamos morrendo de fome e precisamos comer.

A equipe de pesquisa descobriu que cerca de uma em cada 340 pessoas pode ser portadora de uma mutação disruptiva no MC4R. Pessoas que carregam essas mutações eram mais propensas a ter um peso maior desde a infa¢ncia e, aos 18 anos de idade, eram em média 17 kg (37 libras ou 2,5 pedras) mais pesadas, com a maior parte desse excesso de peso provavelmente sendo gorda .

Esses resultados foram encontrados estudando o gene MC4R em uma amostra aleata³ria de cerca de 6.000 participantes nascidos em Bristol em 1990-91, que foram recrutados para o Children of the 90s, um estudo de saúde baseado na Universidade de Bristol. Este éum estudo aºnico no Reino Unido que recrutou aproximadamente 80 por cento dos nascimentos ocorridos em uma regia£o especa­fica do Sudoeste e que continuou a acompanhar os participantes. Como o estudo Children of the 90s conseguiu recrutar uma porcentagem tão elevada de ma£es durante a gravidez, éum dos estudos mais representativos e abrangentes desse tipo.

Os autores examinaram o gene MC4R em todas as 6.000 pessoas e, sempre que uma mutação foi encontrada, passaram a estudar seus efeitos funcionais em laboratório. Essa abordagem meticulosa forneceu as melhores estimativas atéagora da frequência e do impacto das mutações MC4R no peso e na gordura corporal das pessoas. Com base na frequência de mutações neste estudo, épossí­vel que cerca de 200.000 pessoas no Reino Unido possam carregar uma quantidade substancial de gordura adicional devido a s mutações no MC4R.

O professor Sir Stephen O'Rahilly, da Universidade de Cambridge e um dos autores do estudo, disse: “Os pais de criana§as obesas costumam ser culpados por serem pais inadequados e nem todas as criana§as obtem ajuda profissional adequada. Nossos resultados mostram que o ganho de peso na infa¢ncia devido a um distaºrbio de um aºnico gene não éincomum. Isso deve encorajar uma abordagem mais compassiva e racional para criana§as com sobrepeso e suas fama­lias - incluindo análise genanãtica em todas as criana§as gravemente obesas. ”

O Dr. Kaitlin Wade, da Unidade de Epidemiologia Integrada MRC da Universidade de Bristol e autor do artigo, acrescentou: “Um trabalho como este érealmente possí­vel como resultado das propriedades surpreendentes apresentadas por um estudo como o Children of the 90s. Ter amostras biológicas para sequenciamento e dados de curso de vida ricos em uma amostra populacional representativa éfundamental para permitir uma nova compreensão e caracterização profunda de importantes efeitos genanãticos biola³gicos como esses. ”

O professor Nic Timpson, investigador principal do Children of the 90s ', e também um dos autores do estudo, explicou: “Este trabalho ajuda a recalibrar nossa compreensão da frequência e do impacto funcional de mutações raras de MC4R e ajudara¡ a moldar o gerenciamento futuro disso fator importante para a saúde - estendemos nossos agradecimentos aos participantes das Criana§as dos anos 90 ”.

Embora o gene MC4R seja um exemplo nota¡vel, este éapenas um dos muitos genes que afetam nosso peso e éprova¡vel que haja mais exemplos que surgem a  medida que o sequenciamento genanãtico se torna mais comum.

A longo prazo, o conhecimento das vias cerebrais controladas pelo MC4R deve ajudar na concepção de medicamentos que contornem o bloqueio de sinalização e ajudem a restaurar o peso sauda¡vel das pessoas.

 

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