O Brasil estãoem segundo lugar no ranking de mortes por covid-19 no mundo e ainda não se tem políticas públicas efetivas para o controle da pandemia no Brasil.
Apenas 49 dos 5.570 municapios brasileiros possuem mais de 500 mil habitantes. Na outra ponta, teraamos que juntar os 257 municapios com menos habitantes para representar a quantidade de vidas perdidas pela COVID-19 no Brasil atéo dia 19 de junho de 2021 (dados extraados da projeção populacional IBGE 2020).
Estamos com essa quantidade enorme de vidas perdidas. Este “dado†ospessoas que partiram osnos coloca em segundo lugar no ranking de mortes por COVID-19 no mundo e após 15 meses de pandemia declarada. Todavia, ainda não temos políticas públicas efetivas para o controle da pandemia no Brasil.Â
“Mas agora temos vacinasâ€, eles dizem. Sim, entretanto apenas 24 milhões de pessoas, dos mais de 211 milhões de brasileiros, tomaram a segunda dose da vacina. Isto anã, 11% de cobertura vacinal. Lembrando que são as duas doses garantem a imunização completa.
Nãoestamos seguros.
Em meio a arraia¡s de vacinação, memes de corrida e organização de eventos testes, a terceira onda já comea§a a aparecer. Isto anã, aquela onda que mais parece um tsunami que não acaba nunca. Cidades do interior de Sa£o Paulo como Campinas e Sa£o Josédo Rio Preto já voltaram a s medidas mais restritivas. Por exemplo, medidas como fechamento de comanãrcio e toque de recolher noturno.
A corrida das vacinas serviu para alimentar a esperana§a da população de que finalmente enxergamos uma luz no fim do taºnel da pandemia no Brasil. Apesar disso, em reunia£o da OMS já fomos alertados de que apenas a vacinação não serásuficiente para conter o avanço das diversas variantes do SARS-CoV-2 nopaís.Â
Ainda que prefeitos e governadores estejam adiantando a aplicação da primeira dose em adultos, e a cidade do Rio de Janeiro tenha incluado adolescentes em seu calenda¡rio de vacinação, o Brasil encontra alguns problemas.Â
Dados disponíveis no dataSUS (que vocêpode consultar aqui) mostram que a população de idosos, que começou a ser vacinada em fevereiro, ainda carece de segunda dose. Assim, aproximadamente 92% dos idosos com mais de 70 anos tomaram uma dose da vacina, e somente 74% tomaram a segunda dose. Além disso, éinteressante notar que a partir dos 80 anos, a taxa de retorno para a segunda dose cai em relação a faixa entre 70 e 79 anos.Â
Mas tem mais questões aa…
Quando observamos os dados por estado também vemos algumas discrepa¢ncias. Enquanto alguns já estãopra³ximos a 90% da imunização dos idosos, outros ainda estãona faixa de 50%. Em 18 estados háuma imunização maior em suas capitais, o que mostra que ainda precisamos investir muito em campanhas no interior dos estados.Â
Assim como já discutimos no texto sobre a importa¢ncia da segunda dose das vacinas, que vocêpode ler aqui, reforçamos que énecessa¡rio melhorar a divulgação do calenda¡rio de vacinação para a população.
Sobre comunicação cientafica e campanhas de vacinação
Quando falamos em reforçar a divulgação, não estamos falando da divulgação cientafica não. a‰ campanha PESADA EM MaDIAS ACESSaVEIS A TODOS: televisão, jornais, ra¡dio, panfletos em postos de vacina. a‰ fundamental que pessoas sem acesso a internet, por exemplo, tenham uma informação precisa acerca de datas de vacinação, processos de agendamento e retorno. Este procedimento éobrigação dos governos, pois faz parte de uma polatica pública de massa que PRECISA SER EFETIVADA O QUANTO ANTES.
Possuamos vacinas com intervalos de imunização diferentes, que podem gerar confusão na hora do retorno, principalmente em pessoas mais velhas. Estas pessoas precisam, sim, de informações precisas acerca dos calenda¡rios. Além disso, de nada adianta correr com o calenda¡rio e divulgar novas datas mais cedo no cronograma anterior se as vacinas previstas não estãochegando osou a população não estãoindo se vacinar. Vacinação épolatica pública, precisa de previsão, organização e estrutura da maquinaria do estado. Já fizemos isto antes com maestria, já fomos referaªncia mundial de vacinação. Sabemos fazer isto, mas saber não éo suficiente: precisamos deliberadamente atingir a todos e conseguir que as pessoas comparea§am nos postos de vacinação!
E quanto a nós?
Na³s, formiguinhas em meio a turbulaªncia seguimos trabalhando e buscando tornar a informação acessavel. Todos nós, cidada£os, podemos contribuir ajudando a quelas pessoas que tem dificuldade de acesso (seja por falta de acesso confia¡vel e segura pela internet, seja por falta de condições de acessar a internet, dificuldade de leitura, dentre outras questões).
Nãoesquea§a de informar seus familiares e conhecidos sobre quando chegar a hora deles se vacinarem, pergunte se já se inscreveram e se estãoacompanhando os calenda¡rios.
E, lembre-se, mesmo depois de vacinados, continuem usando ma¡scara e praticando o distanciamento!
Agradecimentos
Neste texto, agradecemos imensamente a Sabine Righetti (Labjor/UNICAMP e Agência Bori) que nos forneceu os dados brutos do levantamento sobre a segunda dose nopaís para elaborarmos a postagem. Abaixo indicamos as matérias da Sabine.