Estudo identifica alterações que podem ajudar no diagnóstico precoce da safilis ocular
Com ajuda de exame que avalia fundo do olho, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeira£o Preto detectaram lesões que servem de alerta para suspeita da doena§a

Reprodução
Um exame oftalmola³gico comumente usado no sistema paºblico de saúde pode auxiliar na identificação precoce de casos de safilis ocular, doença sexualmente transmissavel que pode não apresentar sintomas evidentes, dificultando o diagnóstico. Ela écausada por uma bactanãria e, se não for tratada, pode causar perda irreversavel da visão. Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeira£o Preto (FMRP) da USP encontraram lesões na retina que podem auxiliar no diagnóstico com base em um estudo feito com 54 pacientes que apresentaram inflamação ocular no Hospital das Clanicas da FMRP (HCFMRP).
As alterações analisadas pelos pesquisadores envolvem a retina com manchas arredondadas, irregularidades, elevações e atédescolamento. “a‰ a primeira vez que são demonstradas alterações frequentes na retina em uma grande sanãrie de casos de safilis ocular atravanãs do exame chamado de Tomografia de Coeraªncia a“pticaâ€, conta o oftalmologista e professor Joa£o Marcello Furtado da FMRP, coautor do estudo.
“Nosso objetivo éque médicos oftalmologistas que não são especialistas em uveate, inflamação no olho, possam suspeitar da doença quando detectarem estas alterações. A rápida suspeita, seguida da confirmação sorola³gica e tratamento adequado, diminui bastante a chance de sequelas permanentes na visão da pessoa acometidaâ€
Os voluntários do estudo foram diagnosticados com safilis ocular e o aparelho detectou alterações imperceptaveis ao exame clanico. Este exame já éusado no Sistema ašnico de Saúde (SUS) e em clanicas particulares para outras doena§as, como glaucoma e degeneração macular. O procedimento não éinvasivo e consiste na entrada de um feixe de luz que registra uma imagem de interna do olho do paciente.
“Nosso objetivo éque médicos oftalmologistas que não são especialistas em uveate, inflamação no olho, possam suspeitar da doença quando detectarem estas alterações. A rápida suspeita, seguida da confirmação sorola³gica e tratamento adequado, diminui bastante a chance de sequelas permanentes na visão da pessoa acometidaâ€, completa.
O estudo Optical Coherence Tomography Findings in Ocular Syphilis Involving the Posterior Segment of the Eye foi publicado pelo peria³dico Ocular Immunology and Inflammation em abril e foi financiado pela Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistaªncia (FAEPA) e do Australian Research Council.
Além do professor Furtado, o trabalho tem autoria dos pesquisadores Anagha Vaze, Genevieve F. Oliver e Justine R. Smith da Flinders University da Austra¡lia; Tiago E. Arantes, do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem no Brasil; e Rafael E. De Angelis, Milena Simaµes e Renata Moreto da FMRP.
A safilis no Brasil
Safilis osFoto: Ayo Sehat osFlickr
Transmitida em relações sexuais sem camisinha ou durante a gestação ou parto, a taxa de detecção de safilis foi de 34,1 casos por 100 mil habitantes em 2015 para 76,2 casos em 2018, segundo dados são do Boletim Epidemiola³gico de Safilis 2020. Além disso, o informativo aponto que os andices permaneceram praticamente esta¡veis em gestantes e nascidos vivos durante a última década.
Entre os sintomas mais comuns estãoo surgimento de uma ferida entre 10 e 90 dias após o conta¡gio. A lesão normalmente não da³i, coa§a, arde ou tem pus e aparece em regiaµes como paªnis, vagina, vulva, a¢nus, boca, etc. O tratamento, em geral, érealizado com o antibia³tico penicilina benzatina, que deve ser prescrito pelo médico.