Saúde

Disfagia aparece entre as sequelas deixadas pela covid-19
Dificuldades na deglutia§a£o podem comprometer aporte nutricional de indiva­duos; problema aparece em 30% dos infectados pela covid-19 tratados pelo HC-FMUSP
Por USP - 31/07/2021


A disfagia éuma alteração na deglutição, ou seja, uma dificuldade para engolir alimentos ou saliva osFoto: Divulgação

O avanço do coronava­rus no Brasil e no mundo exigiu uma mobilização imediata e inanãdita para que a área da saúde pudesse comportar o alto número de infectados pelo va­rus. No Brasil, o Hospital das Cla­nicas da Faculdade de Medicina da USP tornou-se um centro no tratamento de pacientes contaminados. Entre as etapas desse processo, encontra-se a fonoaudiologia, área que, ao ser envolvida, torna mais curto e eficiente o tratamento de indivíduos com a covid-19.

Entre os problemas causados pela covid-19 há disfagia, nome dado a  dificuldade de deglutição, que, no caso, éprovocada pelo suporte respirata³rio de longa duração. A intubação e a ventilação podem ser exemplos. O trato da disfagia depende da atuação de um fonoaudia³logo. No HC, desde mara§o de 2020, já foram realizados mais de 8 mil atendimentos fonoaudia³logos para a reabilitação de pacientes com covid-19.

Destes 8 mil, 29,8% apresentaram sequelas na capacidade de deglutição e alimentação, muitos atécontinuando a depender da via alternativa de alimentação. Já aqueles que se recuperaram prontamente foram submetidos a atéduas sessaµes de fonoaudiologia para se reabilitarem. “O problema da intubação éque vocêsacrifica a estrutura muscular do pescoa§o usada para poder deglutir”, explica a professora Claudia Regina Furquim de Andrade, do Departamento de Fonoaudiologia da FMUSP, em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª Edição.

Aqueles que não conseguiram pronta reabilitação necessitaram de acompanhamento realizado pelo atendimento ambulatorial ou muitas vezes a distância. “Ficava muito difa­cil o paciente voltar para o hospital para receber o atendimento. Tinha a restrição de receber pacientes ambulatoriais por causa da contaminação. Foram vários desafios”, aponta Claudia mencionando que foi implementado, desde agosto de 2020, um programa de teleatendimento para a reabilitação.

“Além de a pessoa perder peso hácomprometimentos no aporte nutricional e o aumento do risco de desenvolver uma pneumonia”, relata Claudia sobre os impactos da disfagia, que exigem atenção do fonoaudia³logo envolvido no acompanhamento do paciente. “Foi um grande desafio para a fonoaudiologia essa experiência da covid, porque não ta­nhamos experiência no atendimento de pacientes em cata¡strofes e epidemias. Tivemos que desenvolver novas estratanãgias de atendimento, mais rápidas. O paciente tinha que sair do hospital e nosta­nhamos que reabilitar rapidamente a deglutição”, completa.

 

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