A apneia obstrutiva do sono, uma forma de distaºrbio respirata³rio do sono, écomum em criana§as e adolescentes e pode estar associada a  elevação da pressão arterial e alterações na estrutura do coração, de acordo com uma nova declaração cienta­fica da American Heart Association, publicada hoje no Journal of a American Heart Association . Uma declaração cienta­fica éuma análise especializada da pesquisa atual e pode informar diretrizes futuras.

"A probabilidade de as criana§as apresentarem distúrbios respirata³rios durante o sono e, em particular, apneia obstrutiva do sono , pode ser devido ao aumento das ama­gdalas, adena³ides ou estrutura facial da criana§a, no entanto, éimportante que os pais reconhea§am que a obesidade também coloca as criana§as em risco de apneia obstrutiva do sono ", disse a presidente do grupo de redação da declaração Carissa M. Baker-Smith, MD, MPH, MS, diretora de cardiologia preventiva pedia¡trica do Nemours Children's Hospital em Wilmington, Delaware, e professora associada de cardiologia pedia¡trica da Sidney Kimmel Medical College na Thomas Jefferson University na Filadanãlfia. "Interrupções do sono devido a  apneia do sono tem o potencial de aumentar a pressão arteriale estãoligados a  resistência a  insulina e lipa­dios anormais, os quais podem ter um impacto adverso na saúde cardiovascular geral mais tarde na vida. "

Os distúrbios respirata³rios do sono são quando alguém experimenta episãodios anormais de respiração difa­cil, ronco e sons de ronco durante o sono. Inclui um espectro de condições, desde ronco atéapneia obstrutiva do sono (AOS). A AOS estãoassociada a doenças cardiovasculares em adultos, no entanto, pouco se sabe sobre como a condição afeta a saúde carda­aca imediata e de longo prazo de criana§as e adolescentes. A pesquisa revisada para a declaração revela o seguinte:

A apneia obstrutiva do sono interrompe o sono restaurador normal, o que pode afetar a saúde emocional, bem como os sistemas imunológico, metaba³lico e cardiovascular em criana§as e adolescentes.

Estima-se que 1-6% de todas as criana§as e adolescentes tem apneia obstrutiva do sono.

Cerca de 30-60% dos adolescentes que cumprem os critanãrios para a obesidade (BMI≥95 th percentil) também tem apneia obstrutiva do sono.

Os fatores de risco para apneia obstrutiva do sono em criana§as podem variar com a idade; em geral, os fatores prima¡rios são obesidade, doenças das vias aanãreas superiores e inferiores, rinite alanãrgica, baixo ta´nus ​​muscular, aumento das ama­gdalas e adenoides, malformações craniofaciais e distúrbios neuromusculares . A doença falciforme também foi relatada como um fator de risco independente para AOS. Criana§as que nasceram prematuras (antes de 37 semanas de gestação) podem ter risco aumentado de distúrbios respirata³rios do sono, em parte devido ao atraso no desenvolvimento do controle respirata³rio e ao menor tamanho das vias aanãreas superiores. No entanto, esse risco parece diminuir a  medida que as criana§as que nascem prematuras envelhecem e crescem.

A AOS pode estar presente em criana§as com os seguintes sintomas:

ronco habitual, mais de 3 noites por semana;

suspiros ou rua­dos bufantes durante o sono;

respiração difa­cil durante o sono;

dormir sentado ou com o pescoa§o hiperextendido;

sonolaªncia diurna;

dor de cabea§a ao acordar; ou

sinais de obstrução das vias aanãreas superiores.

A declaração reitera a recomendação da Academia Americana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea§a e Pescoa§o de que um estudo do sono, chamado polissonografia, éo melhor teste para diagnosticar os distúrbios respirata³rios do sono. Eles recomendam um estudo do sono antes de uma amigdalectomia em criana§as com distúrbios respirata³rios do sono que apresentam condições que aumentam o risco de complicações durante a cirurgia, como obesidade, sa­ndrome de Down, anomalias craniofaciais (por exemplo, fenda palatina), distúrbios neuromusculares (por exemplo, distrofia muscular ) ou doença falciforme. Criana§as com essas condições e AOS são consideradas de alto risco para complicações respirata³rias durante qualquer cirurgia. Os medicamentos anestanãsicos devem ser cuidadosamente considerados e a respiração deve ser monitorizada de perto após a cirurgia.

Criana§as e adolescentes com AOS também podem ter pressão arterial elevada . A declaração detalha a pressão arterial elevada durante o sono, que normalmente émais de 10% mais baixa do que onívelde pressão arterial de uma pessoa quando acordada. A pesquisa mostra que criana§as e jovens com AOS tem uma queda menor na pressão arterial durante o sono, o que pode indicar regulação anormal da pressão arterial. Em estudos com adultos, "não mergulhar" estãoassociado a um maior risco de eventos cardiovasculares. A declaração sugere que criana§as e adolescentes com AOS tem sua pressão arterial medida ao longo de um período completo de 24 horas para capturar as medições de viga­lia e sono, dada a probabilidade de aumento da pressão arterial noturna.

A sa­ndrome metaba³lica éoutra preocupação para criana§as mesmo com AOS leve (apenas 2 episãodios de pausas respirata³rias por hora). Essa sa­ndrome inclui um conjunto de fatores como na­veis elevados de insulina e triglicera­deos, pressão arterial elevada e na­veis baixos de lipoprotea­na de alta densidade (HDL, o colesterol "bom"). A pressão positiva conta­nua nas vias aanãreas (CPAP), um tratamento para AOS, pode reduzir significativamente os na­veis de triglicera­deos e melhorar os na­veis de HDL. O tratamento da AOS também pode melhorar os fatores da sa­ndrome metaba³lica, pelo menos a curto prazo. No entanto, o status de obesidade pode ser a principal razãopara alguns fatores metaba³licos, como o controle insatisfata³rio da insulina.

"A obesidade éum fator de risco significativo para distúrbios do sono e apneia obstrutiva do sono , e a gravidade da apneia do sono pode ser melhorada por intervenções de perda de peso, o que melhora os fatores da sa­ndrome metaba³lica, como a sensibilidade a  insulina", disse Baker-Smith. "Precisamos aumentar a conscientização sobre como o aumento da prevalaªncia da obesidade pode estar afetando a qualidade do sono em criana§as e reconhecer os distúrbios respirata³rios do sono como algo que pode contribuir para os riscos de hipertensão e doenças cardiovasculares posteriores."

A declaração também descreve pesquisas que sugerem um risco de hipertensão pulmonar em criana§as e adolescentes com AOS grave de longo prazo. O comitaª de redação também identifica a necessidade de estudos adicionais de risco de doenças cardiovasculares associados a  AOS na infa¢ncia, que incorporem monitoramento da pressão arterial por 24 horas e medidas de fatores da sa­ndrome metaba³lica.

Esta declaração cienta­fica foi preparada pelo grupo de redação volunta¡ria em nome da Atherosclerosis, Hypertension and Obesity in the Young, da American Heart Association, subcomitaª do Council on Cardiovascular Disease in the Young.