Recentemente, Herold foi nomeado presidente do TrialNet de Diabetes Tipo 1 (T1D) , uma rede internacional de pesquisa que abrange 13 centros nos Estados Unidos, incluindo a Escola de Medicina de Yale.

Kevan Herold, MD, CNH Long Professor de Imunobiologia e Medicina (Endocrinologia)
diabetes tipo 1 éuma das doenças crônicas mais comuns da infa¢ncia. Esta¡ associada a complicações secunda¡rias - como danos nos nervos, rins e olhos - e tem um impacto significativo sobre os indivíduos afetados por ela. Kevan Herold, MD, CNH Long Professor de Imunobiologia e Medicina (Endocrinologia), estuda a autoimunidade, particularmente no que se refere ao diabetes tipo 1. Ele espera aplicar as lições da imunobiologia ao diabetes tipo 1 de uma forma que melhore a saúde humana. Além de sua pesquisa baseada em laboratório, ele também atende pacientes e conduz estudos de pesquisa clanica.
Recentemente, Herold foi nomeado presidente do TrialNet de Diabetes Tipo 1 (T1D) , uma rede internacional de pesquisa que abrange 13 centros nos Estados Unidos, incluindo a Escola de Medicina de Yale. O consãorcio também possui centros no Canada¡ e Austra¡lia, bem como centros colaboradores na Europa. Herold éapenas a terceira pessoa a assumir essa função desde as origens do TrialNet como o Teste de Prevenção do Diabetes Tipo 1 (DPT-1) em 1993. Conversamos com Herold para saber mais sobre seus objetivos para a organização e o estado da pesquisa do diabetes tipo 1.
Qual éo objetivo do T1D TrialNet e como ele começou?
O TrialNet começou hácerca de 16 anos, após uma sanãrie de desenvolvimentos na pesquisa do diabetes tipo 1. Este éo tipo de diabetes que ocorre mais comumente na infa¢ncia, mas éprova¡vel que haja quase um número igual de adultos que o desenvolvem. a‰ diferente do diabetes tipo 2, que émais frequente em adultos, e se deve a produção insuficiente de insulina e a insensibilidade a insulina. O diabetes tipo 1 écausado por uma destruição imunomediada das células produtoras de insulina no pa¢ncreas.
Antes do TrialNet, os especialistas podiam identificar esse processo autoimune anos antes que as pessoas realmente apresentassem a doena§a, e também havia muitas informações surgindo sobre os mecanismos imunológicos que podem levar a morte dessas células. A possibilidade de poder intervir e evitar que isso acontea§a inspirou o TrialNet, com o objetivo principal de prevenir o diabetes tipo 1.
O que vocêmais espera em sua nova função?
Acho que podemos ter um grande impacto. Dois anos atrás, o TrialNet realizou um ensaio de prevenção anti-CD3 [um tratamento com anticorpos monoclonais] que foi bem-sucedido e mostrou pela primeira vez que vocêpoderia atrasar ou prevenir o aparecimento de diabetes em pessoas em risco. Isso muda o campo de jogo. Agora estamos em um lugar onde podemos mudar completamente a forma como pensamos sobre o diabetes tipo 1 e atémesmo prevenir a doença potencialmente. Existem oportunidades aqui em termos de realmente ter um impacto significativo no diabetes tipo 1.
O papel do TrialNet atéagora envolveu amplamente a triagem de parentes e pessoas com diabetes tipo 1, inscrevendo-os em ensaios clínicos, entendendo como a terapia imunola³gica pode mudar os mecanismos da doença e usando essas informações para entender a imunopatologia para que os tratamentos possam ser melhorados. Tambanãm acho que agora temos a oportunidade de entrar na população em geral. A maioria das pessoas que apresentam diabetes tipo 1 não tem um parente que tenha a doena§a. No passado, não tanhamos um motivo para iniciar a triagem da população em geral. Mas agora, temos algo a oferecer a s pessoas. Mencionei o sucesso do ensaio anti-CD3, mas pode haver outras intervenções que possamos oferecer. Precisamos pensar grande. Talvez devaªssemos rastrear todas as criana§as em idade escolar, porque se pudermos identificar aqueles em risco, podemos ser capazes de prevenir a doena§a. Todas essas são discussaµes que precisam ocorrer nos pra³ximos anos.
Vocaª tem alguma outra ambição para o TrialNet?
O TrialNet tem a oportunidade de ser o centro da pesquisa translacional do diabetes tipo 1. Em primeiro lugar, espero que aprendamos muito com os estudos clínicos. Por meio de testes clínicos, teremos a oportunidade de observar como o diabetes tipo 1 altera as respostas imunola³gicas humanas e as intervenções de teste. Podemos aprender muito não apenas sobre o diabetes tipo 1, mas também sobre a imunobiologia humana em geral. Isso éparte do apelo dessa posição para mim como imunologista. Existem algumas oportunidades únicas aqui que tem aplicações no diabetes tipo 1, bem como em outras doenças auto-imunes, como laºpus, esclerose maºltipla, psoraase ou doença inflamata³ria intestinal. No TrialNet, podemos ser o centro disso porque, na verdade, estamos fazendo nossos estudos em pessoas.
Como esta pesquisa beneficia os pacientes e a sociedade?
Quando os resultados do ensaio anti-CD3 foram divulgados pela primeira vez, um repa³rter perguntou: “Então, vocêprevine a doença por dois anos. Se o paciente ainda entender, qual éo problema? †E eu disse a ele, se vocêéuma criana§a no ensino fundamental e não vai contrair diabetes atéo ensino manãdio, isso éum grande benefacio. Para as criana§as, o tempo éextremamente significativo. O diabetes tipo 1 éuma doença que ocorre 24 horas por dia, todos os dias de sua vida. Portanto, qualquer período de tempo sem a doença ésignificativo. Além disso, não ésão que as criana§as sera£o mais maduras no inacio; háoutro trabalho na área que ébenanãfico para os pacientes. Por exemplo, se vocêobservar como as bombas de insulina mudaram nos últimos três anos, éenorme. Então, se pudanãssemos atrasar o inicio do diabetes por três anos, poderaamos tirar proveito de outros desenvolvimentos. Isso éclinicamente muito significativo para os pacientes.
Mesmo para pacientes com diabetes, pode ser que possamos criar um regime pelo qual possamos modular a resposta imunola³gica que causa a doença com algum tipo de terapia de reposição de células beta. Essa éuma das coisas que temos muito interesse em fazer em Yale.
Além de pesquisador, vocêtambém atua como clanico. Como sua pesquisa informa sua capacidade de tratar pacientes?
Minha filosofia éque as melhores coisas a serem aprendidas vão dos pacientes. Posso pensar em vários exemplos disso em minha carreira. Por exemplo, muitos anos atrás, quando eu tinha acabado de entrar no corpo docente da Universidade de Chicago, um paciente que atendi estava com hipoglicemia ou baixonívelde açúcar no sangue. Descobriu-se que ele tinha uma mutação em uma enzima chamada glucoquinase. Os estudos neste paciente levaram a confirmação de que a glucoquinase éo receptor de glicose na canãlula beta. Outro exemplo éo diabetes induzido por checkpoint. Minha colega, Harriet Kluger, encaminhou-me uma paciente que havia desenvolvido cetoacidose diabanãtica [uma complicação grave do diabetes]. Ela tinha conseguido isso depois de receber terapia contra o ca¢ncer. Acabamos encontrando vários indivíduos assim e tentamos descobrir os mecanismos que levam a essa nova doena§a.
Como o fato de estar em Yale apoiou sua pesquisa sobre diabetes?
O clima em Yale éabsolutamente espetacular. Sempre háum dia¡logo contanuo com muitas das pessoas que sempre admirei e pensei como lideres na área. Poder trabalhar com eles éuma experiência única. Houve uma grande colaboração entre o meu grupo e outros dentro e fora da imunobiologia. Acho que o ambiente acadêmico geral aqui éa³timo para esse tipo de desenvolvimento. O entusiasmo do corpo docente aqui, a vontade de colaborar e a extraordina¡ria experiência foram fundamentais.