Saúde

A expansão do Medicare reduziria as disparidades raciais e anãtnicas na saúde
Reduzir a idade de elegibilidade para 60 anos reduziria ainda mais as disparidades, concluiu uma nova pesquisa liderada pela Escola de Saúde Paºblica de Yale. As descobertas foram publicadas na revista JAMA Internal Medicine
Por Michael Greenwood - 22/08/2021


(© stock.adobe.com)

Quando os americanos se tornam elega­veis para a cobertura do Medicare aos 65 anos, a pesquisa mostrou que háreduções substanciais nas disparidades raciais e anãtnicas no seguro saúde, acesso a cuidados e saúde auto-relatada.

Reduzir a idade de elegibilidade para 60 anos reduziria ainda mais as disparidades, concluiu uma nova pesquisa liderada pela Escola de Saúde Paºblica de Yale. As descobertas foram publicadas na revista JAMA Internal Medicine em 26 de julho.

“ Nossas descobertas sugerem que reduzir a idade de elegibilidade do Medicare - uma pola­tica atualmente em debate no Congresso dos EUA - seria um passo significativo na direção de uma maior equidade”, disse Jacob Wallace, professor assistente de saúde pública e principal autor do estudo. “As disparidades raciais e anãtnicas em nosso sistema de saúde são um reflexo do racismo estrutural de longa data nos Estados Unidos. Identificar políticas que reduzam essas disparidades éa chave para o avanço da equidade em saúde ”.

Atualmente, o Medicare oferece cobertura para quase todos os adultos dos EUA quando eles completam 65 anos, mas o Congresso estãodebatendo se deve reduzir a idade de elegibilidade para 60. Para avaliar os efeitos potenciais da redução da idade de elegibilidade do Medicare nas disparidades raciais e anãtnicas, a equipe comparou a cobertura, acesso a cuidados e saúde para adultos norte-americanos acima e abaixo de 65 anos usando um desenho de estudo conhecido como descontinuidade de regressão.

As reduções de disparidade encontradas por Wallace e sua equipe entre os beneficia¡rios do Medicare com 65 anos ou mais foram grandes, sugerindo que uma expansão do Medicare reduziria substancialmente as disparidades entre aqueles com mais de 60 anos. Por exemplo, o estudo descobriu que as disparidades raciais e anãtnicas na cobertura de seguro caa­ram em mais de 50% aos 65 anos. A redução da lacuna de cobertura traduziu-se em reduções significativas tanto no acesso como nas disparidades de saúde.

Por exemplo, a entrada no Medicare reduziu as disparidades existentes entre brancos e hispa¢nicos com menos de 65 anos em 29% entre as pessoas que tem médicos que consideram seus provedores regulares de saúde, 39% para a parcela de pessoas que não podem ver um médico devido ao custo, e 59% para vacinações contra a gripe. Finalmente, as disparidades entre os entrevistados brancos e as minorias raciais e anãtnicas entre os entrevistados com saúde auto-relatada ruim diminua­ram em mais de 40%. Este éum achado importante, já que o auto-relato de saúde foi considerado um forte preditor de mortalidade, dizem os pesquisadores.

Para o estudo, os pesquisadores também investigaram se o impacto do Medicare nas disparidades raciais e anãtnicas persistiu após a aprovação do Affordable Care Act (ACA), uma expansão do seguro nacional introduzida em 2010. Embora esteja bem documentado que a ACA reduziu as disparidades raciais e anãtnicas em cobertura de saúde, a equipe de pesquisa descobriu que, no período pa³s-ACA, a elegibilidade para o Medicare, uma vez que os beneficia¡rios completaram 65 anos, reduziu ainda mais essas disparidades substancialmente.

Uma das novidades do estudo foi o exame do impacto do Medicare por estado. Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que o impacto do Medicare nas disparidades raciais e anãtnicas não se limitava a nenhuma regia£o especa­fica dopaís.

“ Em vez disso, o Medicare levou a reduções substanciais nas disparidades raciais e anãtnicas em um conjunto de estados econa´mica, pola­tica e geograficamente diversos”, disse Wallace.

Outros autores do estudo incluem Karen Jiang e Paul Goldsmith-Pinkham, de Yale, e Zirui Song, da Harvard Medical School.

Este estudo foi financiado pelo Centro Tobin de Pola­tica Econa´mica da Universidade de Yale e pelo National Institutes of Health.

 

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