Saúde

Vacina para o tratamento do câncer possibilitada pelo uso da tecnologia de vacina Oxford COVID
Pesquisas da University of Oxford e do Ludwig Institute for Cancer Research mostraram que a tecnologia por trás da vacina Oxford-AstraZeneca COVID-19 tem potencial no tratamento do ca¢ncer.
Por Oxford - 08/09/2021


Vacina para o tratamento do câncer possibilitada pelo uso da tecnologia de vacina Oxford COVID - Crédito da imagem: Shutterstock

Cientistas da Universidade de Oxford e do Instituto Ludwig de Pesquisa do Ca¢ncer estãoconstruindo sobre o sucesso da vacina Oxford-AstraZeneca contra SARS-CoV-2 para desenvolver uma vacina para tratar o ca¢ncer. Os pesquisadores desenvolveram uma vacina terapaªutica de duas doses contra o câncer usando a tecnologia de vacina de vetor viral de Oxford.

Quando testada em modelos de tumor de camundongo, a vacina contra o câncer aumentou os na­veis de células T antitumorais que se infiltram nos tumores e melhorou a eficácia da imunoterapia contra o ca¢ncer. Em comparação com a imunoterapia sozinha, a combinação com a vacina mostrou uma maior redução no tamanho do tumor e melhorou a sobrevida dos camundongos. 

O estudo, que foi feito pelo grupo do professor Benoit Van den Eynde no Instituto Ludwig de Pesquisa do Ca¢ncer da Universidade de Oxford em colaboração com os coautores Professor Adrian Hill e Dra. Irina Redchenko no Instituto Jenner da Universidade, foi publicado no Journal por ImmunoTherapy of Cancer . 

A imunoterapia contra o câncer - transformar o pra³prio sistema imunológico do paciente contra um tumor - resultou em melhorias nota¡veis ​​nos resultados de alguns pacientes com ca¢ncer. A imunoterapia anti-PD-1 atua retirando os freios das células T antitumorais para permitir que matem as células cancerosas. No entanto, apesar desse sucesso, a terapia anti-PD-1 éineficaz na maioria dos pacientes com ca¢ncer.

Uma razãopara a baixa eficácia da terapia anti-câncer PD-1 éque alguns pacientes tem baixos na­veis de células T antitumorais. A tecnologia de vacina de Oxford, usada na criação da vacina mundialmente famosa Oxford-AstraZeneca COVID-19, gera fortes respostas de células T CD8 +, que são necessa¡rias para bons efeitos antitumorais.

A equipe desenvolveu uma vacina terapaªutica de duas doses contra o câncer com diferentes vetores virais prima¡rios e de reforço, um dos quais éo mesmo que o vetor da vacina Oxford-AstraZeneca COVID-19. A fim de criar um tratamento de vacina que visa especificamente células cancerosas, a vacina foi projetada para atingir duas protea­nas do tipo MAGE que estãopresentes nasuperfÍcie de muitos tipos de células cancerosas. Chamados de MAGE-A3 e NY-ESO-1, esses dois alvos foram previamente validados pelo Ludwig Institute. 

Experimentos pré-clínicos em modelos de tumor de camundongo demonstraram que a vacina contra o câncer aumentou os na­veis de células T CD8 + que se infiltram no tumor e aumentou a resposta a  imunoterapia anti-PD-1. A vacina combinada e o tratamento anti-PD-1 resultou em uma maior redução no tamanho do tumor e melhorou a sobrevivaªncia dos camundongos em comparação com a terapia anti-PD-1 sozinha.

Benoit Van den Eynde, professor de imunologia tumoral da Universidade de Oxford, membro do Ludwig Institute for Cancer Research e diretor do de Duve Institute, na Banãlgica, afirma: 'Saba­amos por nossa pesquisa anterior que as protea­nas do tipo MAGE agem como o vermelho sinalizadores nasuperfÍcie das células cancerosas para atrair células do sistema imunológico que destroem os tumores.

As protea­nas MAGE tem uma vantagem sobre outros anta­genos de câncer como alvos de vacinas, uma vez que estãopresentes em uma ampla gama de tipos de tumor. Isso amplia o benefa­cio potencial dessa abordagem para pessoas com muitos tipos diferentes de ca¢ncer.

'a‰ importante para a especificidade do alvo, os anta­genos do tipo MAGE não estãopresentes nasuperfÍcie dos tecidos normais, o que reduz o risco de efeitos colaterais causados ​​pelo sistema imunológico que ataca as células sauda¡veis.'

Um ensaio cla­nico de Fase 1 / 2a da vacina contra o câncer em combinação com imunoterapia anti-PD-1 em 80 pacientes com câncer de pulma£o de células não pequenas serálana§ado no final deste ano como uma colaboração entre a Vaccitech Oncology Limited (VOLT) e a Cancer Research UK's Center for Drug Development.

Adrian Hill, Lakshmi Mittal e Professor de Vacinologia da Fama­lia e Diretor do Instituto Jenner da Universidade de Oxford, afirma: 'Esta nova plataforma de vacina tem o potencial de revolucionar o tratamento do ca¢ncer. O pra³ximo ensaio com câncer de pulma£o de células não pequenas segue um ensaio de Fase 2a de uma vacina contra o câncer semelhante no câncer de pra³stata realizado pela Universidade de Oxford, que estãomostrando resultados promissores.

'Nossas vacinas contra o câncer provocam fortes respostas de células T CD8 + que se infiltram nos tumores e mostram grande potencial no aumento da eficácia da terapia de bloqueio do ponto de controle imunológico e na melhoria dos resultados para pacientes com ca¢ncer.'

Tim Elliott, Professor Kidani de Imuno-oncologia da Universidade de Oxford e codiretor da Oxford Cancer, diz: 'Em Oxford, estamos combinando nossa experiência cienta­fica fundamental em imunologia e descoberta de anta­genos com pesquisa translacional em plataformas de vacinas.

'Ao reunir essas equipes, podemos continuar a enfrentar o desafio significativo de ampliar o impacto positivo da imunoterapia para beneficiar mais pacientes.'

Esta abordagem de vacinação usando diferentes vetores virais prima¡rios e de reforço foi licenciada pelos cientistas do Jenner Institute para a Vaccitech Ltd, fundada em 2016. A nova vacina terapaªutica contra o câncer estãosendo desenvolvida pela Vaccitech Oncology Limited (VOLT), uma colaboração estratanãgica entre o Ludwig Institute for Cancer Research e Vaccitech Plc. 

 

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