Saúde

A descoberta destaca os estilos de vida complexos das células imunola³gicas da linha de frente
Os pesquisadores estudaram o impacto da exclusão de protea­nas especa­ficas nas células do sistema imunológico que eram responsa¡veis ​​por controlar a capacidade das células de silenciar ou desligar genes .
Por Walter e Eliza Hall Institute - 18/09/2021


O pesquisador do WEHI, Dr. Michael Chopin, fez uma descoberta surpreendente sobre como as células "sentinelas" imunola³gicas são mantidas, o que pode ter implicações para medicamentos em desenvolvimento para o tratamento do ca¢ncer. Crédito: WEHI

Os pesquisadores do WEHI fizeram uma descoberta surpreendente sobre como as células "sentinelas" imunola³gicas são mantidas, o que pode ter implicações para medicamentos em desenvolvimento para o tratamento do ca¢ncer.

Os pesquisadores estudaram o impacto da exclusão de protea­nas especa­ficas nas células do sistema imunológico que eram responsa¡veis ​​por controlar a capacidade das células de silenciar ou desligar genes .

Eles ficaram surpresos ao descobrir que uma população de células imunes "sentinelas" foi afetada pela deleção de um componente da ma¡quina, fazendo com que as células desaparecessem completamente da pele e dos pulmaµes. Isso sugere que drogas que inibem esse componente para tratar doena§as, como o ca¢ncer, podem ter consequaªncias indesejadas para o sistema imunológico.

A pesquisa foi liderada pelo Dr. Yifan Zhan, Dra. Yuxia Zhang, Sr. Shengbo Zhang, Dr. Michael Chopin, Professor Stephen Nutt e colegas, e foi publicada na Science Immunology.

Um assunto complexo

A equipe de pesquisa estudou o papel do complexo repressivo polycomb 2 (PRC2) nas células imunola³gicas respondedoras da linha de frente.

Chopin disse que o PRC2 éresponsável por 'desligar' genes, inclusive nas células do sistema imunológico, o que éessencial para manter seu número e função normal.

"Nosso laboratório investiga a regulação gaªnica, ou os processos moleculares dentro das células que controlam como e quando os genes codificados por nosso DNA são usados", disse ele.

"Na³s estudamos a função do PRC2 em duas populações de células imunes que formam a primeira linha de defesa contra infecções. Essas células fornecem uma barreira imune cra­tica para o ambiente externo, protegendo a pele e os pulmaµes da invasão microbiana."

A equipe de pesquisa removeu dois componentes do complexo, uma enzima chamada EZH2 e uma protea­na estrutural chamada Suz12, para ver como isso afetava o desenvolvimento, as populações e a função das células imunola³gicas.

A exclusão de EZH2 não teve impacto na biologia ou função de qualquer população de células - com as células ainda capazes de responder a  infecção viral de forma eficaz.

"Ficamos surpresos ao descobrir que as células imunes não foram afetadas pela exclusão do EZH2", disse Chopin.

Em contraste, quando Suz12 foi exclua­do, certas populações de macra³fagos, como aqueles que residem em nossa pele e pulmaµes, desapareceram completamente.
 
"Esses macra³fagos residentes no tecido são responsa¡veis ​​por detectar e livrar o corpo de uma variedade de bactanãrias infiltrantes e células infectadas por va­rus, e alertar o corpo de que estãosob ataque ao estimular a produção de sinais inflamata³rios", disse Chopin.

"Os macra³fagos residentes nos tecidos tem a propriedade única de serem capazes de manter seus números de forma independente ao longo da vida adulta. Nossa pesquisa destaca um papel fundamental para Suz12 e PRC2 no controle deste programa regulador dessas células imunola³gicas."

Efeitos inesperados

O professor Nutt disse que éimportante entender os potenciais efeitos colaterais das drogas que interferem com as protea­nas que desligam os genes.

"PRC2 tem sido implicado em muitos tipos de ca¢ncer, como o linfoma. Ha¡ um trabalho significativo sendo realizado em todo o mundo para desenvolver medicamentos que tem como alvo componentes do complexo para tratar o ca¢ncer.

Ele disse que pelo menos um medicamento já aprovado para o tratamento de um tipo raro de sarcoma inibiu componentes do complexo.

"Precisamos estudar mais de perto se as drogas que inibem a função de EZH2 e Suz12 podem ter consequaªncias indesejadas para o sistema imunológico", disse ele.

Por outro lado, disse o professor Nutt, também era importante entender quais redunda¢ncias existem que podem impedir que as drogas tenham o efeito desejado.

"A crena§a atual éque a inibição do EZH2 diminuira¡ a resposta imunola³gica, por exemplo, se vocêdeseja tratar doenças imunola³gicas ou inflamata³rias", disse o professor Nutt. "Nossa pesquisa mostra que, pelo menos com essas células imunola³gicas especa­ficas da linha de frente, que são ativas no ini­cio da infecção e ativam outros elementos do sistema imunológico , éimprova¡vel que seja o caso."

O professor Nutt disse que a pesquisa faz parte do foco mais amplo da equipe na regulação do gene emnívelmolecular.

"A função normal das células em nossos corpos depende da capacidade de cada canãlula de usar a combinação apropriada de genes de dezenas de milhares de genes codificados em nosso DNA no lugar certo e na hora certa", disse ele.

"Os controles moleculares que impedem o uso de genes são essenciais para a vida."

 

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