A vacinação contra certas proteanas encontradas nas células cancerosas pode ajudar a aumentar a resposta das células T aos tumores.

A vacinação contra certas proteanas encontradas nas células cancerosas pode ajudar a aumentar a resposta das células T aos tumores. Créditos: Imagem: Christine Daniloff, MIT, banco de imagens
Na última década, os cientistas exploraram a vacinação como uma forma de ajudar a combater o ca¢ncer. Essas vacinas experimentais contra o câncer são projetadas para estimular o pra³prio sistema imunológico do corpo a destruir um tumor, por meio da injeção de fragmentos de proteanas canceragenas encontradas no tumor.
Atéagora, nenhuma dessas vacinas foi aprovada pelo FDA, mas algumas se mostraram promissoras em ensaios clínicos para tratar melanoma e alguns tipos de câncer de pulma£o. Em uma nova descoberta que pode ajudar os pesquisadores a decidir quais proteanas incluir nas vacinas contra o ca¢ncer, os pesquisadores do MIT descobriram que a vacinação contra certas proteanas do câncer pode aumentar a resposta geral das células T e ajudar a diminuir os tumores em camundongos.
A equipe de pesquisa descobriu que a vacinação contra os tipos de proteanas que identificaram pode ajudar a despertar as populações de células T dormentes que tem como alvo essas proteanas, fortalecendo a resposta imunola³gica geral.
“Este estudo destaca a importa¢ncia de explorar profundamente os detalhes das respostas imunola³gicas contra o ca¢ncer. Agora podemos ver que nem todas as respostas imunola³gicas anticâncer são criadas iguais e que a vacinação pode desencadear uma resposta potente contra um alvo que de outra forma seria efetivamente ignorado â€, diz Tyler Jacks, o David H. Koch Professor de Biologia, um membro da Koch Institute for Integrative Cancer Research, e o autor saªnior do estudo.
A pa³s-doutoranda do MIT Megan Burger éa autora principal do novo estudo, que aparece hoje na Cell .
Competição de células T
Quando as células comea§am a se tornar cancerosas, elas comea§am a produzir proteanas mutantes não vistas em células sauda¡veis. Essas proteanas cancerosas, também chamadas de neoantagenos, podem alertar o sistema imunológico do corpo de que algo deu errado, e as células T que reconhecem esses neoantagenos comea§am a destruir as células cancerosas.
Eventualmente, essas células T experimentam um fena´meno conhecido como “exaustão de células Tâ€, que ocorre quando o tumor cria um ambiente imunossupressor que desativa as células T, permitindo que o tumor cresa§a sem controle.
Os cientistas esperam que as vacinas contra o câncer possam ajudar a rejuvenescer essas células T e ajuda¡-las a atacar os tumores. Nos últimos anos, eles trabalharam para desenvolver manãtodos para identificar neoantagenos em pacientes com tumores para incorporar em vacinas contra o câncer personalizadas. Algumas dessas vacinas se mostraram promissoras em ensaios clínicos para tratar melanoma e câncer de pulma£o de células não pequenas.
“Essas terapias funcionam surpreendentemente em um subconjunto de pacientes, mas a grande maioria ainda não responde muito bemâ€, diz Burger. “Muitas pesquisas em nosso laboratório tem como objetivo tentar entender por que isso acontece e o que podemos fazer terapeuticamente para obter mais respostas desses pacientesâ€.
Estudos anteriores mostraram que das centenas de neoantagenos encontrados na maioria dos tumores, apenas um pequeno número gera uma resposta de células T.
O novo estudo do MIT ajuda a esclarecer o porquaª disso. Em estudos de camundongos com tumores de pulma£o, os pesquisadores descobriram que, a medida que as células T direcionadas ao tumor surgem, subconjuntos de células T que tem como alvo diferentes proteanas cancerosas competem entre si, levando ao surgimento de uma população dominante de células T. Depois que essas células T se exaurem, elas ainda permanecem no ambiente e suprimem quaisquer populações de células T concorrentes que tem como alvo diferentes proteanas encontradas no tumor.
No entanto, Burger descobriu que se ela vacinasse esses ratos com um dos neoantagenos visados ​​pelas células T suprimidas, ela poderia rejuvenescer essas populações de células T.
“Se vocêvacinar contra antagenos que tem respostas suprimidas, vocêpode desencadear essas respostas de células Tâ€, diz ela. “Tentar identificar essas respostas suprimidas e direciona¡-las especificamente pode melhorar as respostas dos pacientes a s terapias com vacinas.â€
Tumores encolhendo
Neste estudo, os pesquisadores descobriram que tiveram mais sucesso ao vacinar com neoantagenos que se ligam fracamente a s células do sistema imunológico que são responsa¡veis ​​por apresentar o antageno a s células T. Quando eles usaram um desses neoantagenos para vacinar camundongos com tumores de pulma£o, eles descobriram que os tumores diminuaram em uma média de 27 por cento.
“As células T proliferam mais, elas visam melhor os tumores e vemos uma diminuição geral na carga de tumor de pulma£o em nosso modelo de camundongo como resultado da terapiaâ€, diz Burger.
Apa³s a vacinação, a população de células T incluiu um tipo de células com potencial para reabastecer continuamente a resposta, o que poderia permitir o controle de um tumor a longo prazo.
Em trabalhos futuros, os pesquisadores esperam testar abordagens terapaªuticas que combinem essa estratanãgia de vacinação com medicamentos contra o câncer chamados de inibidores de checkpoint, que podem tirar os freios das células T exauridas, estimulando-as a atacar tumores. Apoiando essa abordagem, os resultados publicados hoje também indicam que a vacinação aumenta o número de um tipo especafico de células T que mostraram responder bem a s terapias de ponto de verificação.
A pesquisa foi financiada pelo Howard Hughes Medical Institute, pelo Ludwig Center da Harvard University, pelo National Institutes of Health, pelo Koch Institute Support (core) Grant do National Cancer Institute, pelo Bridge Project do Koch Institute e pela Dana-Farber / Harvard Cancer Center e bolsas de estudo do Jane Coffin Childs Memorial Fund for Medical Research e do Ludwig Center for Molecular Oncology no MIT.