Saúde

Estudo revela disparidades raciais e anãtnicas no uso de teste de câncer de pra³stata cada vez mais popular
O estudo também constatou que homens hispa¢nicos e asia¡ticos com resultados elevados de PSA tiveram significativamente menos chances de serem encaminhados para avaliaa§a£o de ressonância magnanãtica.
Por nstituto de Tecnologia da Geórgia - 07/11/2021


Micrografo mostrando adenocarcinoma acinar prosta¡tico (a forma mais comum de câncer de pra³stata) Crédito: Wikipedia

Homens negros, hispa¢nicos e asia¡ticos cujos resultados em um teste comum de rastreamento de câncer de pra³stata indicaram a necessidade de testes adicionais eram menos propensos do que seus colegas brancos a receber um teste de acompanhamento cada vez mais usado que pode eliminar a necessidade de uma bia³psia invasiva, de acordo com pesquisadores do Health Economics and Analytics Lab (HEAL) da Georgia Tech's School of Economics.

Seu estudo, publicado em 8 de novembro. no JAMA Network Open, descobriu que os homens negros eram pelo menos 23,6% menos propensos do que seus homa³logos brancos a receber um exame de ressonância magnanãtica após um exame de sangue de anta­geno especa­fico da pra³stata (PSA), uma triagem inicial comum para homens entre 55 e 69 anos. O estudo também constatou que homens hispa¢nicos e asia¡ticos com resultados elevados de PSA tiveram significativamente menos chances de serem encaminhados para avaliação de ressonância magnanãtica.

Embora as bia³psias tenham sido o pra³ximo passo de tratamento para alguns homens com resultados elevados de PSA, as Ressona¢ncias Magnanãticas de pra³stata estãocada vez mais sendo usadas para reduzir a necessidade desse procedimento invasivo.

Embora a razãodas disparidades esteja além do escopo do artigo, os resultados são, no entanto, preocupantes, particularmente a  luz de pesquisas anteriores que mostraram disparidades na forma como os médicos tratam os pacientes de cor quando comparados com seus pacientes brancos, disse Danny Hughes, professor da Escola de Economia do Colanãgio De Artes Liberais Ivan Allen.

"Nãopodemos dizer definitivamente se a razãopela qual os homens negros, hispa¢nicos e asia¡ticos não receberam esse teste em particular éque os médicos não os encaminharam para isso, ou se os pacientes optaram por não fazer mais testes", disse Hughes. "Independentemente disso, essas disparidades destacam a necessidade de entender o que estãoacontecendo e como garantir que os pacientes de todas as raças e etnias recebam o melhor atendimento possí­vel."

Os achados são particularmente preocupantes a  luz do risco elevado que homens negros enfrentam de câncer de pra³stata — estudos anteriores descobriram que homens negros são mais propensos a ter câncer de pra³stata, muitas vezes pegam a doença mais cedo na vida e são mais propensos a morrer por causa disso.

Homens negros, asia¡ticos, hispa¢nicos de 23,6% a 67,6% menos propensos a receber ressona¢ncias magnanãticas

O estudo foi conduzido como parte de uma colaboração de pesquisa heal de longo prazo entre Hughes e o Dr. Richard Duszak, professor da Escola de Medicina da Universidade em Emory. O ex-pesquisador de pa³s-doutorado da HEAL Nino Abashidze, agora da Universidade de Wyoming, Chad Stecher da Universidade Estadual do Arizona, e o Dr. Andrew B. Rosenkrantz do NYU Langone Medical Center também colaboraram no projeto.

O laboratório de Hughes, HEAL, usa análise de big data para revelar padraµes emergentes na utilização da saúde com o objetivo de beneficiar pacientes e provedores. Tal trabalho éuma aªnfase crescente no Ivan Allen College of Liberal Arts, do qual a Escola de Economia éuma unidade.

Para o estudo, os autores examinaram dados ana´nimos de sinistros de seguro de saúde cobrindo 50 estados americanos a  procura de homens que fizeram exames de sangue psa. Identificaram 794.809 testes de PSA que tinham resultados laboratoriais dispona­veis. Eles então procuraram registros correspondentes indicando se os homens receberam ou não uma ressonância magnanãtica com base em diferentes na­veis de PSA identificados no sangue de cada homem. Na­veis mais altos estãoassociados ao câncer potencial.

Embora as normas médicas para o uso de ressona¢ncias magnanãticas de pra³stata continuem a surgir, estudos revelaram limiares que justificam uma investigação mais aprofundada, e esses são os na­veis examinados pelo estudo HEAL. Sa£o 4 ng/mL, historicamente considerados o limiar para recomendar bia³psia da pra³stata; 2,5 ng/mL, um limiar mais recentemente reconhecido para a detecção precoce do câncer de pra³stata; e 10 ng/mL,nívelassociado a maiores taxas de bia³psias e diagnósticos de ca¢ncer.

Os pesquisadores descobriram que:

Pacientes negros entre 40 e 54 anos com PSA acima de 4 ng/mL tiveram 39,8% menos chances de fazer ressonância magnanãtica de pra³stata do que pacientes brancos. Homens negros entre 65 e 74 anos cujos resultados de PSA foram acima de 4 ng/mL tiveram 23,6% menos chances de obter uma ressonância magnanãtica de seguimento. Aqueles acima de 10 ng/mL foram 43,9% menos propensos.

Homens negros entre 65 e 74 anos com resultados acima do limiar de 4 ng/mL tiveram 23,6% menos chances de fazer uma ressonância magnanãtica quando comparados aos pacientes brancos. Homens nessa faixa eta¡ria com escores acima de 10 ng/mL tiveram 43,9% menos chances de fazer o exame de ressonância magnanãtica.

Pacientes asia¡ticos entre 55 e 64 anos com resultados acima de 2,5 ng/mL tiveram 57,3% menos chances de receber uma ressonância magnanãtica de pra³stata em comparação com pacientes brancos. Homens asia¡ticos com pontuações acima de 4 ng/mL foram 62,9% menos propensos.

Homens hispa¢nicos de 55 a 64 anos com resultados de PSA acima de 10ng/mL — onívelmais associado a bia³psias e diagnósticos de câncer — tinham 67,6% menos chances de obter o teste de ressonância magnanãtica.

Entendendo a Causa das Disparidades

Hughes e seus colegas estãoagora voltando sua atenção para entender a causa das disparidades. Os dados utilizados no estudo não revelam os motivos pelos quais os homens receberam, ou não, encaminhamentos para Ressona¢ncia Magnanãtica.

Pode ser que os pacientes que não receberam as Ressona¢ncias Magnanãticas optaram por não fazer os exames, incluindo alguns que podem ter sido encaminhados para receber o teste de bia³psia invasiva, apesar dos problemas que podem estar associados a esses exames. Ou, disse Hughes, os resultados podem ser mais uma confirmação de estudos anteriores que mostraram vieses significativos entre os médicos na forma como cuidam de pacientes negros, hispa¢nicos e asia¡ticos em comparação com seus pacientes brancos.

Estudos anteriores mostraram, por exemplo, que médicos são menos propensos a discutir opções de tratamento e efeitos colaterais com pacientes negros quando comparados com seus homa³logos brancos.

"Precisamos entender mais sobre o papel dos vieses de tomada de decisão nos médicos, bem como outros fatores potenciais no sistema de saúde que poderiam explicar as disparidades que estamos vendo neste estudo", disse Hughes.

 

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