Saúde

Redes de pares de médicos removem preconceitos de raça e gaªnero
O estudo oferece uma nova maneira eficaz de garantir cuidados de saúde mais seguros e equitativos para mulheres e minorias por meio do gerenciamento de redes de pares clínicos.
Por Universidade da Pensilvânia - 15/11/2021


Um estudo da Universidade da Pensilva¢nia publicado hoje na Nature Communications oferece evidaªncias marcantes de que a ciência de rede pode ser usada para remover o preconceito de raça e gaªnero em ambientes clínicos. O estudo, liderado pelo professor Damon Centola, da Escola de Comunicação Annenberg e da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas, oferece uma nova maneira eficaz de garantir cuidados de saúde mais seguros e equitativos para mulheres e minorias por meio do gerenciamento de redes de pares clínicos. Crédito: Somalee Banerjee

Um estudo da Universidade da Pensilva¢nia publicado hoje na Nature Communications oferece evidaªncias marcantes de que a ciência de rede pode ser usada para remover o preconceito de raça e gaªnero em ambientes clínicos. O estudo, liderado pelo professor Damon Centola, da Escola de Comunicação Annenberg e da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas, oferece uma nova maneira eficaz de garantir cuidados de saúde mais seguros e equitativos para mulheres e minorias por meio do gerenciamento de redes de pares clínicos.

Usando um desenho experimental , os pesquisadores mostraram que os médicos que inicialmente exibiam vianãs significativo de raça e gaªnero no tratamento de um caso cla­nico poderiam ser influenciados a mudar suas recomendações cla­nicas para não exibir preconceito.

"Descobrimos que, ao mudar a estrutura das redes de compartilhamento de informações entre os médicos, podera­amos mudar as percepções tendenciosas dos médicos sobre as informações cla­nicas de seus pacientes", disse Centola, que também dirige o Network Dynamics Group na Annenberg School e ébolsista saªnior Doutor em Economia da Saúde no Leonard Davis Institute. "Simplificando, os médicos tendem a pensar de forma diferente em redes do que quando estãosozinhos."

No experimento, os pesquisadores pediram a 840 médicos que assistissem ao va­deo de um paciente apresentando um hista³rico cla­nico detalhando os fatores de risco para doenças carda­acas. Metade dos médicos viu um ator branco interpretando o paciente, enquanto a outra metade viu uma atriz negra. Os va­deos eram idaªnticos.

Os médicos então escolheram uma das quatro recomendações de tratamento com base nas informações do paciente: uma opção insegura, uma opção de subtratamento, a opção correta recomendada pelas diretrizes ou uma opção de supertratamento .

Os resultados iniciais mostraram que a paciente negra do sexo feminino tinha 49% mais chances do que o paciente branco do sexo masculino de ser mandada para casa. Por outro lado, o paciente branco do sexo masculino teve 78% mais chance do que a paciente negra de ser encaminhado ao pronto-socorro. Os resultados reforçaram um fato bem documentado do sistema de saúde americano: o amplo preconceito de raça e gaªnero na medicina.

Para mitigar esses resultados, os médicos foram então divididos em duas condições: uma condição experimental e uma condição de controle. Os grupos de controle assistiram ao va­deo sozinhos, sem a participação de outros participantes e tiveram a oportunidade de revisar suas recomendações. Os grupos de controle não mostraram nenhuma mudança no preconceito médico.

Na condição experimental, os médicos estavam conectados em grandes redes ana´nimas de pares com 40 outros médicos. Cada participante pa´de ver as avaliações feitas pelos pares da rede e teve a oportunidade de alterar suas recomendações.

Os efeitos da rede de pares foram nota¡veis. As redes não apenas levaram a uma melhor precisão cla­nica, mas eliminaram as disparidades de tratamento das recomendações dos médicos, resultando no paciente branco do sexo masculino e na paciente negra do sexo feminino recebendo os cuidados recomendados pelas diretrizes na mesma taxa.

“Temos a tendaªncia de pensar em médicos que tomam decisaµes racionais com base em evidaªncias médicas”, diz Centola, “mas o preconceito médico costuma estar enraizado em normas profissionais. Alterar as redes de médicos pode mudar essas normas, levando a recomendações de tratamento de maior qualidade para pacientes minorita¡rios. "

Surpreendentemente, os resultados também revelaram que a abordagem de rede para a redução do vianãs melhorou a qualidade do atendimento para todos. Os pesquisadores descobriram que a taxa de tratamento excessivo - por exemplo, recomendar um procedimento invasivo desnecessa¡rio - aumentou para ambos os pacientes nos grupos de controle, enquanto diminuiu significativamente para ambos os pacientes nos grupos experimentais.

A crescente prevalaªncia de telemedicina e redes de suporte cla­nico online oferece uma oportunidade promissora para novas tecnologias de compartilhamento de informações para apoiar a tomada de decisão cla­nica. Esta abordagem de rede para eliminar o preconceito também pode ser implementada em outros ambientes médicos que são conhecidos por exibir disparidades raciais e de gaªnero significativas, desde o parto e tratamento da dor aguda atéa saúde mental e decisaµes de cuidados urgentes para doenças relacionadas ao COVID-19.

“Usar tecnologias de rede para melhorar os cuidados de saúde éo futuro da medicina”, diz Centola. "Nosso pra³ximo passo étrabalhar com sistemas hospitalares para implementar programas eficazes de rede de pares em todo opaís."

 

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