Saúde

Extratos bacterianos do trato respirata³rio podem prevenir COVID-19
Cientistas descobriram que uma combinação de extratos bacterianos usados ​​na Europa para tratar infeca§aµes respirata³rias pode oferecer uma nova maneira de prevenir ou reduzir a infeca§a£o por SARS-CoV-2, o va­rus que causa COVID-19.
Por Brittany Uhlorn - 15/12/2021


Crédito: Instituto Nacional de Alergia e Doena§as Infecciosas, NIH

Pesquisadores do UArizona College of Medicine - Tucson descobriram que o lisado bacteriano OM-85 bloqueou a infecção por SARS-CoV-2 ao diminuir a capacidade do coronava­rus de se ligar ao receptor desuperfÍcie celular pulmonar ACE2.

Uma equipe de pesquisadores de Ciências da Saúde da University of Arizona no UArizona College of Medicine — Tucson descobriu que uma combinação de extratos bacterianos usados ​​na Europa para tratar infecções respirata³rias pode oferecer uma nova maneira de prevenir ou reduzir a infecção por SARS-CoV-2, o va­rus que causa COVID-19.

O estudo, publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunology , mostrou que uma combinação especa­fica de extratos bacterianos conhecida como OM-85 inibiu a infecção por SARS-CoV-2 ao reduzir a capacidade do va­rus de se ligar a s células pulmonares. OM-85 éum lisado bacteriano, uma combinação de moléculas extraa­das das paredes celulares das bactanãrias, comercializado fora dos Estados Unidos sob a marca Broncho-Vaxom como um tratamento preventivo para infecções respirata³rias superiores em criana§as e adultos.

"As estratanãgias atuais de prevenção de infecções dependem de vacinas que acionam nosso sistema imunológico para responder principalmente pela produção de anticorpos. Os anticorpos se ligam a uma parte especa­fica do va­rus que atua como a chave e impedem que ele seja capaz de se ligar ao receptor de células do pulma£o, que écomo uma fechadura do lado de fora da canãlula pulmonar. Este estudo éaºnico porque éa primeira vez que os pesquisadores direcionaram o receptor - a fechadura - com um extrato bacteriano e mostraram que ele protege contra infecções por va­rus vivos. Estamos essencialmente removendo o bloqueio da parede celular para que não haja nada para a chave do va­rus se anexar ", disse a autora saªnior, Dra. Donata Vercelli, professora de medicina celular e molecular no UArizona College of Medicine — Tucson e professor de genanãtica no BIO5 Institute.

Quando o SARS-CoV-2 entra nos pulmaµes, ele se liga a receptores, incluindo o receptor da enzima de conversão 2 da angiotensina, conhecido como ACE2, nas membranas externas das células pulmonares. Uma enzima celular muda a forma de uma protea­na no va­rus para permitir que o SARS-CoV-2 rompam a membrana e infectem a canãlula.

Quando a pandemia começou, Vercelli e Vadim Pivniouk, professor associado do Departamento de Medicina Celular e Molecular, junto com outros membros da equipe de pesquisa, se voltaram para os dados que coletaram em um estudo de prevenção da asma para determinar se o tratamento com OM-85 afetava o ACE2 receptor e enzima envolvida em COVID-19.
 
Vercelli colaborou com o Dr. Janko Nikolich-Žugich, professor e presidente do Departamento de Imunobiologia e membro do BIO5, e Jennifer Uhrlaub, cientista pesquisadora associada, e descobriu que o pré-tratamento de células com OM-85 evitou a infecção por SARS-CoV-2. Descobriu-se que a capacidade do OM-85 de prevenir a infecção viral édependente de sua capacidade de diminuir a expressão do receptor ACE2.

"ACE2 éa pea§a cra­tica que vira a escala", disse Vercelli, que também atua como diretor de gena´mica molecular no Asthma and Airway Disease Research Center. "Sem esse anexo inicial - o encaixe da chave na fechadura - todo o processo infeccioso descarrila e ébloqueado."

O mecanismo pelo qual OM-85 previne a infecção viral édiferente do das vacinas ou tratamentos com anticorpos, que se concentram em uma protea­na viral. Ao direcionar o receptor, OM-85 pode fechar a própria porta que permite ao coronava­rus infectar as células, o que poderia torna¡-lo eficaz contra quaisquer variantes que infectem as células atravanãs do receptor ACE2.

"Estudos originais desse tipo exigem que testemos se a infecção pelo va­rus vivo pode ser bloqueada pelo potencial tratamento preventivo em questão", disse Nikolich-Žugich. "Isso deve ser feito em instalações de contenção de biossegurança especializadas, portanto, nossa longa experiência com este tipo de trabalho e nossa instalação de biossegurança na BIO5 nos permitiu ajudar a Dra. Vercelli e sua equipe neste estudo."

Vercelli e Pivniouk também solicitaram a ajuda da Dra. Monica Kraft, a cadeira dotada de Robert e Irene Flinn na Faculdade de Medicina de Tucson, que coletou células pulmonares prima¡rias de pacientes sauda¡veis.

A justificativa para o uso de extratos bacterianos para prevenir a infecção viral se refere a um estudo anterior liderado por Vercelli, que também édiretor do Centro de Biologia de Doena§as Complexas do Arizona. Em 2016, sua equipe descobriu que a exposição a produtos microbianos ambientais protegia as criana§as da fazenda Amish contra asma e alergias.

"Nosso sistema imunológico inato evoluiu sob pressaµes ambientais como bactanãrias, mas nosso estilo de vida atual muitas vezes não nos da¡ a chance de desenvolver essa imunidade protetora", disse Vercelli. "Nossa ideia éusar lisado bacteriano para treinar nosso sistema imunológico para nos proteger de va­rus, da mesma forma que aqueles que são regularmente expostos a animais de fazenda são protegidos contra uma infinidade de bactanãrias e outros micróbios."

De acordo com Vercelli, o tratamento com lisados ​​bacterianos como o OM-85 poderia promover uma troca mais interativa entre o sistema imunológico e os micróbios.

 

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