Omicron resistente a maioria dos anticorpos monoclonais, mas neutralizado por uma dose de reforço
Estudos epidemiola³gicos iniciais demonstram que a variante Omicron émais transmissavel do que a variante Delta. As caracteristicas biológicas da variante Omicron ainda são relativamente desconhecidas.

Visualização 3D de mutações na proteana spike da variante Omicron. Esquerda: visão aanãrea. Adireita: vista lateral. As mutações são indicadas em vermelho. Eles ocorrem em toda a proteana spike, mas particularmente no domanio de ligação ao receptor (RBD) e na regia£o conhecida como domanio N-terminal (NTD). Crédito: Institut Pasteur - Fanãlix Rey
A variante Omicron foi detectada pela primeira vez na áfrica do Sul em novembro de 2021 e, desde então, se espalhou para muitospaíses. Espera-se que se torne a variante dominante dentro de algumas semanas ou meses. Estudos epidemiola³gicos iniciais mostram que a variante Omicron émais transmissavel do que o varus atualmente dominante (a variante Delta). a‰ capaz de se espalhar para indivíduos que receberam duas doses da vacina e para indivíduos previamente infectados.
Cientistas do Institut Pasteur e do Vaccine Research Institute, em colaboração com KU Leuven (Leuven, Banãlgica), Hospital Regional de Orlanãans, Ha´pital Europanãen Georges Pompidou (AP-HP), Inserm e o CNRS, estudaram a sensibilidade da variante Omicron ao monoclonal anticorpos usados ​​na prática clanica para prevenir formas graves da doença em pessoas em risco, bem como anticorpos no sangue de indivíduos previamente infectados com SARS-CoV-2 ou vacinados. Eles compararam essa sensibilidade com a da variante Delta. Os cientistas demonstraram que o Omicron émuito menossensívelaos anticorpos neutralizantes do que o Delta.
Os cientistas então analisaram o sangue de pessoas que receberam duas doses da vacina Pfizer ou AstraZeneca. Cinco meses após a vacinação, os anticorpos no sangue já não eram capazes de neutralizar o Omicron. Esta perda de eficácia também foi observada em indivíduos infectados com SARS-CoV-2 nos últimos 12 meses. A administração de uma dose de reforço da vacina Pfizer ou de uma dose única de vacina em indivíduos previamente infectados levou a um aumento significativo nos naveis de anticorpos que foram suficientes para neutralizar o Omicron. O Omicron anã, portanto, muito menossensívelaos anticorpos anti-SARS-CoV-2 atualmente usados ​​na prática clanica ou obtidos após duas doses da vacina .
O estudo foi publicado como uma pré-impressão no site bioRxiv em 15 de dezembro de 2021 e na Nature em 23 de dezembro de 2021
Estudos epidemiola³gicos iniciais demonstram que a variante Omicron émais transmissavel do que a variante Delta. As caracteristicas biológicas da variante Omicron ainda são relativamente desconhecidas. Ele tem mais de 32 mutações na proteana do pico em comparação com o primeiro SARS-CoV-2 e foi designado como uma variante de preocupação pela OMS em 26 de novembro de 2021.
Na áfrica do Sul, a variante Omicron substituiu os outros varus em poucas semanas e levou a um aumento acentuado no número de casos diagnosticados. As análises em váriospaíses indicam que o tempo de duplicação para os casos éde aproximadamente 2 a 4 dias. O Omicron foi detectado em dezenas depaíses, incluindo a Frana§a, e tornou-se dominante no final de 2021.
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Em um novo estudo apoiado pela Autoridade de Preparação e Resposta a Emergaªncias de Saúde da Unia£o Europeia (HERA), cientistas do Institut Pasteur e do Instituto de Pesquisa de Vacinas, em colaboração com KU Leuven (Leuven, Banãlgica), Hospital Regional de Orlanãans, Ha´pital Europanãen Georges Pompidou ( AP-HP) e Inserm, estudaram a sensibilidade do Omicron aos anticorpos em comparação com a variante Delta atualmente dominante. O objetivo do estudo foi caracterizar a eficácia de anticorpos terapaªuticos, bem como de anticorpos desenvolvidos por indivíduos previamente infectados pelo SARS-CoV-2 ou vacinados, na neutralização dessa nova variante.
Os cientistas da KU Leuven isolaram a variante Omicron do SARS-CoV-2 de uma amostra nasal de uma mulher de 32 anos que desenvolveu COVID-19 moderado alguns dias após retornar do Egito. O varus isolado foi imediatamente enviado a cientistas do Institut Pasteur, onde anticorpos monoclonais terapaªuticos e amostras de soro de pessoas vacinadas ou previamente expostas ao SARS-CoV-2 foram usados ​​para estudar a sensibilidade da variante Omicron.
Os cientistas usaram ensaios de neutralização rápida, desenvolvidos pela Unidade de Imunidade e Varus do Institut Pasteur, na amostra isolada do varus Omicron. Este esfora§o multidisciplinar colaborativo também envolveu virologistas e especialistas do Institut Pasteur na análise da evolução viral e estrutura da proteana, juntamente com equipes do Hospital Regional de Orlanãans e do Ha´pital Europanãen Georges Pompidou em Paris.
Os cientistas começam testando nove anticorpos monoclonais usados ​​na prática clanica ou atualmente em desenvolvimento pré-clanico. Seis anticorpos perderam toda a atividade antiviral e os outros três foram 3 a 80 vezes menos eficazes contra o Omicron do que contra o Delta. Os anticorpos Bamlanivimab / Etesevimab (uma combinação desenvolvida pela Lilly), Casirivimab / Imdevimab (uma combinação desenvolvida pela Roche e conhecida como Ronapreve) e Regdanvimab (desenvolvido pela Celtrion) já não tinham qualquer efeito antiviral contra Omicron. A combinação Tixagevimab / Cilgavimab (desenvolvida pela AstraZeneca sob o nome de Evusheld) foi 80 vezes menos eficaz contra o Omicron do que contra o Delta.
"Demonstramos que esta variante altamente transmissavel adquiriu resistência significativa a anticorpos. A maioria dos anticorpos monoclonais terapaªuticos atualmente disponíveis contra SARS-CoV-2 são inativos", comenta Olivier Schwartz, co-último autor do estudo e Chefe do Varus e Unidade de Imunidade do Institut Pasteur.
Os cientistas observaram que o sangue de pacientes previamente infectados com COVID-19, coletado até12 meses após os sintomas, e de indivíduos que receberam duas doses da vacina Pfizer ou AstraZeneca, tomadas cinco meses após a vacinação, quase não neutralizou a variante Omicron . Mas o soro de indivíduos que receberam uma dose de reforço da Pfizer, analisada um maªs após a vacinação, manteve-se eficaz contra o Omicron. No entanto, foram necessa¡rios cinco a 31 vezes mais anticorpos para neutralizar o Omicron, em comparação com o Delta, em ensaios de cultura de células. Esses resultados ajudam a lana§ar luz sobre a eficácia contanua das vacinas na proteção contra formas graves de doena§as.
"Agora precisamos estudar a duração da proteção da dose de reforço. As vacinas provavelmente se tornam menos eficazes em oferecer proteção contra a contratação do varus, mas devem continuar a proteger contra as formas graves", explica Olivier Schwartz.
“Este estudo mostra que a variante Omicron prejudica a eficácia de vacinas e anticorpos monoclonais, mas também demonstra a capacidade dos cientistas europeus de trabalharem juntos para identificar desafios e soluções potenciais. Enquanto KU Leuven foi capaz de descrever o primeiro caso de infecção Omicron na Europa usando o sistema de vigila¢ncia do genoma belga, nossa colaboração com o Institut Pasteur em Paris nos permitiu realizar este estudo em tempo recorde. Ainda hámuito trabalho a fazer, mas graças ao apoio da Autoridade de Preparação e Resposta a Emergaªncias de Saúde da Unia£o Europeia (HERA), chegamos claramente a um ponto em que os cientistas dos melhores centros podem trabalhar em sinergia e avana§ar no sentido de uma melhor compreensão e uma gestãomais eficaz da pandemia ", comenta Emmanuel Andranã, coautor do estudo,
Os cientistas concluaram que as muitas mutações na proteana spike da variante Omicron permitiram que ela evitasse em grande parte a resposta imunola³gica. Pesquisas em andamento estãosendo conduzidas para determinar por que essa variante émais transmissavel de um indivaduo para outro e para analisar a eficácia a longo prazo de uma dose de reforço.