Alexandre Moreira compartilha resultados de pesquisas com a neuromodulaa§a£o no ciclismo e no futebol

Um estudo publicado em 2015 relatou aumento de 4% no desempenho de ciclistas posteriormente ao tratamento com a técnica osFoto: Cecalia Bastos/USP Imagens
A estimulação cerebral não invasiva, processo também conhecido como neuromodulação, pode aumentar o desempenho esportivo e auxiliar na recuperação de atletas. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Alexandre Moreira, professor da Escola de Educação Fasica e Esporte (EEFE) da USP e coordenador do NeuroSportsLab, expaµe os resultados de pesquisas na área e comenta o potencial da técnica, original da psiquiatria, para o esporte.Â
O manãtodo utiliza eletrodos, posicionados no couro cabeludo, para excitar ou facilitar a atividade dos neura´nios. Tal processo éindolor — “A carga elanãtrica éde baixassima voltagem, em geral não passa de 2 miliampa¨resâ€, diz Moreira. “Os sujeitos sentem no ma¡ximo uma coceira, um formigamento bem leve nos primeiros minutos de estimulação.â€
Apa³s sessaµes de 10 ou 20 minutos, a neuromodulação tem impacto positivo na performance dos esportistas. Um estudo publicado em 2015 relatou aumento de 4% no desempenho de ciclistas posteriormente ao tratamento com a técnica, conta o professor. A baixa porcentagem de melhora pode parecer desanimadora, mas Moreira garante sua importa¢ncia: “Entre atletas de alto rendimento, 4% pode gerar uma diferença substancial no rankingâ€.
Tanãcnica apresenta diversas possibilidades de aplicação
O professor comenta que a percepção de esfora§o dos atletas também éalterada pela estimulação cerebral. Os ciclistas analisados relataram menos cansaa§o do que o comum após praticar o esporte, fato que indica a eficácia da técnica na administração da fadiga.
Moreira divulga que hoje a NeuroSportsLab, instituição de pesquisa pioneira na área da neuromodulação no Brasil, busca testar a eficiência do recurso na reabilitação de esportistas lesionados. Atéo momento, estudos realizados com atletas do futebol apresentaram resultados favoráveis . Tal estratanãgia de recuperação centrada no cérebro énovidade, uma vez que os tratamentos tipicamente utilizados concentravam-se em áreas perifanãricas do corpo.Â
Por fim, o professor reforça o baixo custo e a facilidade de aplicação da neuromodulação em atletas, elementos que tornam o estudo da área ainda mais promissor. “Na³s bebemos na fonte da psiquiatria e estamos levando isso para o esporte. Em 2021, contribuamos em um livro importante sobre o assunto, em um capatulo relacionado ao desempenho esportivo e processo de recuperaçãoâ€, finaliza Moreira.