Crescimento no número de casos de dia¡lise e transplante no Paas demanda atenção
Para Hugo Abensur, éfundamental levar uma vida sauda¡vel e estar atento a s pequenas demonstrazµes de sintomas de doença renal

Domanio paºblico
O aumento dos casos de dia¡lise e a necessidade de tratamento para a doença renal crônica preocupam. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª edição, o especialista Hugo Abensur, chefe do Servia§o de Dia¡lise do Hospital das Clanicas da Faculdade de Medicina da USP, discorre sobre o assunto no Dia Mundial do Rim.
Existe uma ampliação do número de pacientes em dia¡lise nos últimos anos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o Brasil registra aproximadamente 140 mil pacientes em tratamento. O Hospital das Clanicas de Sa£o Paulo possui 150 pacientes que dependem da terapia para viver.
“O número vem crescendo, porque as duas principais causas que levam a doença renal crônica — diabete e hipertensão arterial— são duas condições muito comuns, principalmente agora que estãohavendo um envelhecimento da população e também a população ficando mais obesa. Então, aumentando o número de diabanãticos e hipertensos, se eles não são adequadamente tratados, uma das complicações dessas condições éa doença renal crônicaâ€, atesta Abensur.
Evolução lenta
A doença renal crônica tem uma evolução lenta, de acordo com o médico: “Os pacientes va£o se adaptando a perda de várias funções que o rim exerce e não percebem isso e, a s vezes, o diagnóstico éfeito tardiamente. O paciente são entra em dia¡lise quando ele perde 90% da função renal, então esse caminho entre 100% e 10% da função renal élento e a s vezes o paciente não percebe que ele estãoficando um pouco mais pa¡lido, porque o rim produz um horma´nio que ativa a medula e impede que o paciente fique anaªmico, ele não percebe que comea§a a ficar hipertenso porque não foi no médico medir a pressão, que a urina esta¡Â mais espumante. Tudo que vai acontecendo lentamente ele acha que énormal.â€
A identificação da doença éum fator imprescindavel para que o tratamento seja feito o mais rápido possível. “a‰ bem fa¡cil saber se o indivaduo tem algum problema renalâ€, comenta Abensur, que explica melhor: “Basta dosar uma substância chamada creatinina no sangue. A creatinina éproduzida no maºsculo e o rim tem que limpar do sangue, se o indivaduo vai perdendo a função renal, onívelde creatinina vai aumentando no sangue; o normal éem torno de um miligrama por decilitro, mas aa ele vai para um e meio, para dois, para três miligramas, quando chega em torno de cinco mg por dl, corresponde a uma perda de 90% da função renal, aa há necessidade de iniciar a dia¡lise. Um outro exame importante éo exame de urina, normalmente a gente não perde proteana na urina, o aparecimento de proteana na urina indica que estãotendo perda de condição renal, são dois exames simples.â€
Existem aproximadamente 30 mil pacientes em lista de espera para o transplante no Brasil, mas o Paas faz em torno de cinco mil por ano. A lista normalmente édemorada por conta da compatibilidade com o doador, e para que a população evite passar por essas complicações, Abensur indica: “O importante éa gente ter uma vida sadia, para não ficar hipertenso ou diabanãtico; uma vez estando hipertenso ou diabanãtico, tem que cuidar muito bem dessas condições. Tem que estar cuidando da saúdeâ€.