Saúde

Crescimento no número de casos de dia¡lise e transplante no Paa­s demanda atenção
Para Hugo Abensur, éfundamental levar uma vida sauda¡vel e estar atento a s pequenas demonstrazµes de sintomas de doença renal
Por USP - 10/03/2022


Doma­nio paºblico

O aumento dos casos de dia¡lise e a necessidade de tratamento para a doença renal crônica preocupam. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª edição, o especialista Hugo Abensur, chefe do Servia§o de Dia¡lise do Hospital das Cla­nicas da Faculdade de Medicina da USP, discorre sobre o assunto no Dia Mundial do Rim.

Existe uma ampliação do número de pacientes em dia¡lise nos últimos anos. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), o Brasil registra aproximadamente 140 mil pacientes em tratamento. O Hospital das Cla­nicas de Sa£o Paulo possui 150 pacientes que dependem da terapia para viver.

“O número vem crescendo, porque as duas principais causas que levam a  doença renal crônica — diabete e hipertensão arterial— são duas condições muito comuns, principalmente agora que estãohavendo um envelhecimento da população e também a população ficando mais obesa. Então, aumentando o número de diabanãticos e hipertensos, se eles não são adequadamente tratados, uma das complicações dessas condições éa doença renal crônica”, atesta Abensur.

Evolução lenta

A doença renal crônica tem uma evolução lenta, de acordo com o médico: “Os pacientes va£o se adaptando a  perda de várias funções que o rim exerce e não percebem isso e, a s vezes, o diagnóstico éfeito tardiamente. O paciente são entra em dia¡lise quando ele perde 90% da função renal, então esse caminho entre 100% e 10% da função renal élento e a s vezes o paciente não percebe que ele estãoficando um pouco mais pa¡lido, porque o rim produz um horma´nio que ativa a medula e impede que o paciente fique anaªmico, ele não percebe que comea§a a ficar hipertenso porque não foi no médico medir a pressão, que a urina esta¡Â  mais espumante. Tudo que vai acontecendo lentamente ele acha que énormal.”

A identificação da doença éum fator imprescinda­vel para que o tratamento seja feito o mais rápido possí­vel. “a‰ bem fa¡cil saber se o indiva­duo tem algum problema renal”, comenta Abensur, que explica melhor: “Basta dosar uma substância chamada creatinina no sangue. A creatinina éproduzida no maºsculo e o rim tem que limpar do sangue, se o indiva­duo vai perdendo a função renal, onívelde creatinina vai aumentando no sangue; o normal éem torno de um miligrama por decilitro, mas aa­ ele vai para um e meio, para dois, para três miligramas, quando chega em torno de cinco mg por dl, corresponde a uma perda de 90% da função renal, aa­ há necessidade de iniciar a dia¡lise. Um outro exame importante éo exame de urina, normalmente a gente não perde protea­na na urina, o aparecimento de protea­na na urina indica que estãotendo perda de condição renal, são dois exames simples.”

Existem aproximadamente 30 mil pacientes em lista de espera para o transplante no Brasil, mas o Paa­s faz em torno de cinco mil por ano. A lista normalmente édemorada por conta da compatibilidade com o doador, e para que a população evite passar por essas complicações, Abensur indica: “O importante éa gente ter uma vida sadia, para não ficar hipertenso ou diabanãtico; uma vez estando hipertenso ou diabanãtico, tem que cuidar muito bem dessas condições. Tem que estar cuidando da saúde”.

 

.
.

Leia mais a seguir