Saúde

Colaboração e digitalização levam ao ini­cio de um novo paradigma de pesquisa para entender o cérebro
A pesquisa do cérebro estãose tornando um dos principais impulsionadores dos avanços tecnola³gicos em computaa§a£o, redes neuronais artificiais, computaa§a£o cognitiva e neurorroba³tica.
Por Projeto Cérebro Humano - 20/03/2022


Pixabay

Em um artigo publicado na eNeuro , quinze cientistas lideres do European Human Brain Project (HBP) descrevem como uma nova cultura de colaboração e uma era de digitalização transformaram a pesquisa em Neurociênciana última década.

"A maneira como estudamos o cérebro mudou fundamentalmente nos últimos anos", diz a primeira autora Katrin Amunts, diretora cienta­fica da HBP, diretora do C. and O. Vogt-Institute of Brain Research, Da¼sseldorf e diretora do Institute of Neuroscience and Medicine no Centro de Pesquisa Ja¼lich. "No passado, comunidades separadas muitas vezes se concentravam em aspectos específicos da neurociaªncia, e o problema sempre foi como vincular os diferentes mundos, por exemplo, para explicar uma certa função cognitiva em termos da neurobiologia subjacente".

O HBP reuniu comunidades de diferentes disciplinas epaíses para trabalhar de forma colaborativa em objetivos comuns. No novo artigo da eNeuro "Linking brain structure, activity and cognitiva function through computation", os pesquisadores do HBP descrevem sua abordagem cienta­fica e ilustram o potencial da infraestrutura EBRAINS para pesquisa em Neurociência.

O cérebro humano éum dos sistemas mais complexos conhecidos, e muitas de suas funções mais ba¡sicas ainda não são totalmente compreendidas. Ha¡ uma necessidade urgente de obter insights mais profundos sobre a complexidade do cérebro para atingir doenças mentais e neurolégicas. Isso requer a integração de insights de várias escalas, tanto nonívelespacial quanto no temporal. Para enfrentar esse desafio, o HBP construiu a infraestrutura de pesquisa digital EBRAINS em uma abordagem de co-design entre neurocientistas, desenvolvedores, engenheiros e informa¡ticos.

Os autores destacam a crescente necessidade de ferramentas digitais e descrevem como os cientistas da HBP empregam manãtodos altamente avana§ados de computação, neuroinforma¡tica, simulação e inteligaªncia artificial para realizar pesquisas cerebrais de ponta. “O HBP éo primeiro projeto de grande escala que conecta sistematicamente pesquisa cerebral, medicina e tecnologias da informação”, diz Viktor Jirsa, diretor do Institut de Neurosciences des Systa¨mes do Inserm e da Universidade de Aix-Marseille e último autor do artigo eNeuro . "O HBP nos desafiou a pensar além dos limites de nossos pra³prios laboratórios e doma­nios e nos permitiu ir muito mais longe do que jamais podera­amos ter ido sozinhos."

O desenvolvimento de tecnologias inspiradas em neurose beneficia enormemente o crescente corpo de insights sobre percepção, plasticidade e aprendizado. Desta forma, a pesquisa do cérebro estãose tornando um dos principais impulsionadores dos avanços tecnola³gicos em computação, redes neuronais artificiais, computação cognitiva e neurorroba³tica. "Pesquisa ba¡sica em Neurociênciaéo combusta­vel do foguete para avanços na medicina e TI", diz Jirsa.

Juntamente com a comunidade mais ampla de neurociaªncia, os autores estãoagora redigindo um documento de posição descrevendo sua visão cienta­fica para a próxima década de pesquisa sobre o cérebro digital . Os investigadores de toda a Europa são convidados a contribuir para o jornal vivo que foi recentemente publicado . "Continuaremos a tornar a Neurociênciamais aberta, cooperativa e participativa", diz Amunts.

 

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