Saúde

Adoa§antes artificiais podem não ser alternativas seguras ao açúcar: estudo
Para avaliar a potencial carcinogenicidade dos adoa§antes artificiais, os pesquisadores analisaram dados de 102.865 adultos franceses que participaram do estudo NutriNet-Santanã
Por Biblioteca Pública de Ciências - 24/03/2022


Os adoa§antes artificiais podem não ser alternativas seguras ao açúcar. Crédito: Mathilde Touvier (CC-BY 4.0, creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Os adoa§antes artificiais reduzem o teor de açúcar adicionado e as calorias correspondentes, mantendo a doa§ura. Um estudo publicado nesta quinta-feira (24) na PLOS Medicine por Charlotte Debras e Mathilde Touvier no Instituto Nacional Francaªs de Saúde e Pesquisa Manãdica (Inserm) e na Universidade Sorbonne Paris Nord, Frana§a e colegas, sugere que alguns adoa§antes artificiais estãoassociados ao aumento do risco de ca¢ncer.

Muitos produtos alimenta­cios e bebidas contendo adoa§antes artificiais são consumidos por milhões de pessoas diariamente. No entanto, a segurança desses aditivos tem sido objeto de debate. Para avaliar a potencial carcinogenicidade dos adoa§antes artificiais, os pesquisadores analisaram dados de 102.865 adultos franceses que participaram do estudo NutriNet-Santanã. O estudo NutriNet-Santééuma coorte conta­nua baseada na web iniciada em 2009 pela Equipe de Pesquisa em Epidemiologia Nutricional (EREN). Os participantes se inscrevem voluntariamente e relatam o hista³rico médico, dados sociodemogra¡ficos, dieta, estilo de vida e saúde. Os pesquisadores coletaram dados sobre a ingestãode adoa§antes artificiais a partir de registros alimentares de 24 horas. Depois de coletar informações de diagnóstico de câncer durante o acompanhamento, os pesquisadores realizaram análises estata­sticas para investigar as associações entre a ingestãode adoa§antes artificiais e o risco de ca¢ncer. Eles também ajustaram para uma sanãrie de varia¡veis, incluindo idade, sexo, educação, atividade física , tabagismo, a­ndice de massa corporal, altura, ganho de peso durante o acompanhamento, diabetes, hista³rico familiar de ca¢ncer, bem como ingestãoinicial de energia, a¡lcool , sãodio, a¡cidos graxos saturados, fibras, açúcar, alimentos integrais e latica­nios.

Os pesquisadores descobriram que os inscritos que consumiam maiores quantidades de adoa§antes artificiais, particularmente aspartame e acessulfame-K, tinham maior risco de câncer geral em comparação com os não consumidores (taxa de risco 1,13, intervalo de confianção de 95% 1,03 a 1,25). Maiores riscos foram observados para câncer de mama e ca¢nceres relacionados a  obesidade.

O estudo teve várias limitações importantes; ingestãoalimentar éautorrelatada. O vianãs de seleção também pode ter sido um fator, pois os participantes eram mais propensos a ser mulheres, ter na­veis educacionais mais altos e exibir comportamentos preocupados com a saúde. A natureza observacional do estudo também significa que a confusão residual épossí­vel e a causalidade reversa não pode ser descartada. Pesquisas adicionais sera£o necessa¡rias para confirmar as descobertas e esclarecer os mecanismos subjacentes.

Segundo os autores, "Nossas descobertas não suportam o uso de adoa§antes artificiais como alternativas seguras para o açúcar em alimentos ou bebidas e fornecem informações importantes e inovadoras para abordar as controvanãrsias sobre seus potenciais efeitos adversos a  saúde. Embora esses resultados precisem ser replicados em outras coortes em grande escala e mecanismos subjacentes esclarecidos por estudos experimentais, eles fornecem informações importantes e inovadoras para a reavaliação conta­nua de adoa§antes aditivos alimentares pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar e outras agaªncias de saúde em todo o mundo".

Debras acrescenta: "Os resultados da coorte NutriNet-Santé(n = 102.865) sugerem que os adoa§antes artificiais encontrados em muitas marcas de alimentos e bebidas em todo o mundo podem estar associados ao aumento do risco de câncer , de acordo com vários estudos experimentais in vivo / in vitro. Esses achados fornecer novas informações para a reavaliação desses aditivos alimentares por agaªncias de saúde."

 

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