Saúde

Subsa­dio melhoraria consumo de frutas e vegetais em até15%, dizem economistas
Publicado na Science Advances , o estudo de economistas da Universidade de Warwick se propa´s a quantificar as distora§aµes no prea§o de frutas e vegetais devido a imperfeia§aµes do mercado e seu impacto em nossas dietas.
Por Universidade de Warwick - 29/03/2022


Doma­nio paºblico

Os altos custos fixos para o varejo de frutas e vegetais frescos significam que eles custam 40% a mais do que seria eficiente, ao contra¡rio de alternativas não sauda¡veis, que são comercializadas perto do custo marginal, demonstra um novo estudo.

A introdução de um subsa­dio para neutralizar a distorção de prea§os e reduzir o custo de frutas e legumes mudara¡ as dietas de uma maneira não apenas mais sauda¡vel, mas também mais alinhada com o que os consumidores gostam de comer, de acordo com a pesquisa.

Publicado hoje na Science Advances , o estudo de economistas da Universidade de Warwick se propa´s a quantificar as distorções no prea§o de frutas e vegetais devido a imperfeições do mercado e seu impacto em nossas dietas.

Os economistas descobriram que os custos fixos na cadeia de suprimentos desempenham um papel muito maior no prea§o de frutas e hortalia§as do que nos prea§os de outros alimentos, distorcendo o prea§o relativo em pelo menos 40%. Estes prea§os elevados implicam que os consumidores compram, em média, 15% menos frutas e legumes do que comprariam se fossem vendidos ao custo marginal. Esse subconsumo se deve a uma imperfeição do mercado: os custos fixos impedem que a 'ma£o invisível' do mercado aloque mais frutas e hortalia§as aos consumidores, o que eles e os produtores desses produtos prefeririam.

O subconsumo de 15% de frutas e hortalia§as devido a imperfeições do mercado varejista responde por um tera§o da diferença entre as quantidades médias de frutas e hortalia§as consumidas e a ingestãorecomendada.

O professor Thijs van Rens, um dos autores do artigo, também lidera a Warwick Obesity Network, que desenvolve políticas baseadas em evidaªncias e resumos de profissionais que apoiam uma estratanãgia nacional contra a obesidade. Ele disse: "O mercado de varejo de alimentos émuito competitivo, então, se não houvesse custos fixos, vocêesperaria que os alimentos fossem vendidos perto do custo marginal. E o fato de não existirem afeta as dietas.

"Um prea§o mais alto de qualquer produto significa que as pessoas compram menos. A questãoanã, por quanto? Descobrimos que, se o mercado estivesse funcionando corretamente, os consumidores comprariam 15% mais frutas e legumes do que atualmente, o que constituiria um grande ganho para a saúde pública.
 
"Ha¡ algo de errado com o mercado, que éo alto custo fixo no fornecimento de frutas e hortalia§as. O efeito disso éque os prea§os são muito altos e o consumo muito baixo. Pior: o efeito émais forte quando a demanda ébaixa. E a demanda ébaixa onde as pessoas são pobres. Portanto, essa falha de mercado não apenas nos torna mais insalubres, mas também aumenta a desigualdade na saúde."

O prea§o de prateleira de um produto incorpora os custos fixos associados a  sua fabricação e distribuição. As frutas e legumes tem custos fixos particularmente elevados, pois são produtos pereca­veis, o que exige que sejam repostos com mais frequência. Isso eleva o prea§o dos produtos frescos em comparação com outros alimentos não sauda¡veis, que são vendidos perto de seu custo marginal.

Para investigar o impacto que isso tem na compra de frutas e hortalia§as pelos consumidores , os economistas modelaram o comportamento de consumo de fama­lias com diferentes rendas, que vivem em bairros com diferentes na­veis manãdios de renda. Eles usaram dados sobre compras de alimentos nos Estados Unidos do conjunto de dados NielsenIQ Homescan, que contanãm informações detalhadas sobre quantidades e prea§os de compras de alimentos entre 2004-2014 de cerca de 60.000 fama­lias, para determinar quanto o consumidor paga por frutas e legumes varia devido a s suas preferaªncias em relação a s quantidades e qualidades de frutas e hortalia§as, e quanto se deve a esses custos fixos.

Os economistas defendem um subsa­dio de até25% para frutas e legumes para aumentar o consumo de frutas e legumes e tornar nossas dietas mais sauda¡veis. Estima-se que os supermercados do Reino Unido venderam cerca de £ 10,4 bilhaµes em produtos frescos em 2017 , então eles estimam que o financiamento de um subsa­dio custaria ao governo £ 2,5 bilhaµes por ano.

Estima-se que o NHS gastou £ 6,1 bilhaµes em problemas de saúde relacionados ao sobrepeso e obesidade em 2014/15 e potencialmente gastara¡ £ 9,7 bilhaµes até2050, enquanto o custo total da obesidade para a sociedade em geral éestimado em £ 27 bilhaµes.

O professor Van Rens acrescenta: "Tributar e subsidiar para combater a obesidade tem sido politicamente invia¡vel hálgum tempo, mas não deveria ser mais. A obesidade éum grande problema de saúde pública e não vamos resolvaª-lo com ajustes. as grandes armas: subsa­dios e impostos. Um subsa­dio anã, de certa forma, a intervenção mais baseada no mercado e menos invasiva que vocêpode imaginar. Qualquer coisa menos do que isso éapenas dar conselhos amiga¡veis ​​e não nos levara¡ aonde precisamos estar.

"Nãohádiscussão de que o consumo de frutas e hortalia§as aumentaria se vocêsubsidiasse. A principal contribuição de nossa pesquisa émostrar que o mercado já estãotão distorcido que esse subsa­dio beneficiaria todos os consumidores da economia."

"Como os prea§os dos alimentos distorcidos desencorajam uma dieta sauda¡vel" serápublicado na Science Advances .

 

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