Saúde

Como três mutações trabalham juntas para estimular novas variantes do SARS-CoV-2
O vírus SARS-CoV-2 forção as células humanas a copiar seu código genético inúmeras vezes nos últimos dois anos e, no processo, surgiram erros. Esses erros, ou mutações, são a matéria-prima para novas variantes.
Por American Chemical Society - 17/05/2022


Como ondas de tempestade atingindo um navio, novas versaµes do va­rus SARS-CoV-2 atingiram o mundo uma após a outra. Recentemente, os cientistas que monitoram essas variantes notaram uma tendaªncia: muitas carregam o mesmo conjunto de três mutações. Em um novo estudo da ACS' Biochemistry , os pesquisadores examinaram como essas mutações alteram a maneira como uma pea§a-chave do va­rus funciona. Seus experimentos mostram como essa tra­ade altera as caracteri­sticas necessa¡rias para causar e sustentar a infecção por COVID-19.

Os pesquisadores testaram como três mutações
alteraram a interação entre uma parte chave
do va­rus (cinza) e a protea­na humana a  qual ele
se liga (laranja). Crédito: Bioquímica 2022

O va­rus SARS-CoV-2 fora§ou as células humanas a copiar seu ca³digo genanãtico inaºmeras vezes nos últimos dois anos e, no processo, surgiram erros. Esses erros, ou mutações , são a matéria-prima para novas variantes. Os cientistas descobriram que quase metade das sequaªncias genanãticas dentro das variantes contem três mutações em posições chamadas K417, E484 e N501.

Todas essasmudanças ajustam a mesma parte do va­rus, conhecida como doma­nio de ligação ao receptor, que permite que o SARS-CoV-2 infecte células humanas ao se prender a  protea­na ACE2. A presença generalizada dessa combinação sugere que, juntas, essas mutações fornecem ao va­rus benefa­cios que não seriam possa­veis com uma única alteração. Vaibhav Upadhyay, Krishna Mallela e colegas queriam desvendar as vantagens - e desvantagens - de cada uma dessas três mutações individualmente e em combinação.

Como primeiro passo, os pesquisadores produziram doma­nios contendo as mutações e estudaram seus efeitos em células cultivadas em placas de Petri. A equipe analisou quanto bem as células poderiam produzir o doma­nio, bem como a estabilidade do doma­nio, a capacidade de se ligar ao ACE2 e a capacidade de evitar anticorpos. Os resultados mostraram que cada mutação potencializa pelo menos uma dessas caracterí­sticas, mas a um custo.

A mudança de K417, por exemplo, aumentou a produção e estabilidade do doma­nio, ao mesmo tempo em que melhorou sua capacidade de escapar de um tipo de anticorpo. No entanto, também diminuiu a capacidade do doma­nio de se conectar ao ACE2. As outras duas mutações tinham pontos fortes e fracos diferentes. Mas, quando juntas, asmudanças atenuaram os efeitos negativos umas das outras. Doma­nios com todas as três mutações podem se ligar firmemente ao ACE2 e escapar de dois tipos de anticorpos, mas também foram produzidos em na­veis semelhantes aos do va­rus original e foram igualmente esta¡veis. Ao revelar os detalhes de como a seleção natural pode favorecer uma combinação de mutações, esses resultados oferecem uma nova visão sobre o va­rus evolução, de acordo com os pesquisadores.

 

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