Saúde

A maioria dos médicos ainda acredita em prescrever antibia³ticos desnecessa¡rios para tratar infecções assintoma¡ticas, sugere estudo
Estima-se que 70% dos médicos de cuidados prima¡rios relataram em uma pesquisa que ainda prescreveriam antibia³ticos para tratar infeca§aµes assintoma¡ticas com base apenas em uma amostra de urina positiva.
Por Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland - 27/05/2022


Doma­nio paºblico

Estima-se que 70% dos médicos de cuidados prima¡rios relataram em uma pesquisa que ainda prescreveriam antibia³ticos para tratar infecções assintoma¡ticas com base apenas em uma amostra de urina positiva. Isso ocorre apesar das diretrizes médicas de longa data que recomendam contra essa prática , de acordo com um novo estudo publicado hoje no JAMA Network Open , liderado por pesquisadores da University of Maryland School of Medicine (UMSOM).

Desde 2005, as organizações médicas tem defendido o uso rotineiro de antibia³ticos para tratar pacientes com bactanãrias detectadas em uma cultura de urina, mas sem sintomas de infecção do trato urina¡rio (ITU), como ardor ou micção frequente. Evidaªncias esmagadoras indicam que os medicamentos não são aºteis para pacientes assintoma¡ticos e podem levar a efeitos adversos a  saúde, como diarreia, va´mitos, erupções cuta¢neas e infecções fúngicas. Os antibia³ticos podem, em casos raros, causar a morte devido ao crescimento excessivo da perigosa bactanãria C. difficile no ca³lon. O uso excessivo desses medicamentos também contribuiu para o aumento de infecções bacterianas resistentes a antibia³ticos que são difa­ceis de tratar e a s vezes mortais.

No estudo, os pesquisadores da UMSOM entrevistaram 723 médicos de cuidados prima¡rios do Texas, do Atla¢ntico Central e do Noroeste do Paca­fico sobre sua abordagem a um paciente hipotanãtico com bacteriaºria assintoma¡tica; esta éuma condição em que as bactanãrias são detectadas na urina de um paciente sem sintomas de ITU. Eles descobriram que 71% dos médicos, 392 dos 551 que completaram a pesquisa, optariam por tratar esse paciente com antibia³ticos, mesmo que esse tratamento va¡ contra as diretrizes recomendadas.

"Nosso estudo sugere que os médicos de cuidados prima¡rios não seguem as recomendações amplamente aceitas contra a prescrição de antibia³ticos para bacteriaºria assintoma¡tica", disse o principal autor Jonathan Baghdadi, MD, Ph.D., Professor Assistente de Epidemiologia e Saúde Paºblica na UMSOM. “Alguns clínicos prima¡rios podem não estar cientes dessas recomendações, mas uma cultura de prescrição inadequada também éprovavelmente um fator contribuinte”.

Os médicos de medicina de familia foram mais propensos a prescrever antibia³ticos desnecessariamente em comparação com outras especialidades. Manãdicos que estavam em treinamento de residaªncia ou que residiam no noroeste do Paca­fico eram menos propensos a prescrever antibia³ticos.

"Descobrimos que outros fatores também desempenharam um papel na prescrição, como se um médico tinha uma preferaªncia mais forte em favor do tratamento excessivo de uma condição e medo de perder um diagnóstico; essa pessoa era mais propensa a prescrever antibia³ticos em comparação com um médico que se sentia mais conforta¡vel com a incerteza na prática da medicina", disse o lider do estudo Daniel Morgan, MD, MS, Professor de Epidemiologia e Saúde Paºblica da UMSOM.

Uma estratanãgia para mudar a prática pode ser um programa de educação direcionado aos médicos que priorizam o tratamento apenas para garantir que não percam uma possí­vel infecção, disseram os pesquisadores na seção de conclusão do artigo. Por exemplo, reformular o "tratamento desnecessa¡rio" com antibia³ticos como tratamento "potencialmente prejudicial" com antibia³ticos pode ajudar a reduzir a tendaªncia de prescrição excessiva.

 

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