Saúde

Bactanãrias da coqueluche: rastreando a propagação do pata³geno desde a Grande Depressão atéo presente
Escrevendo na Science Translational Medicine , uma equipe internacional, liderada por cientistas do Insitut Pasteur em Paris, enfatiza que a imunidade da populaa§a£o a qualquer pata³geno épensada para impulsionar a dina¢mica evolutiva desse agente
Por Delthia Ricks - 30/05/2022


Coloração de Gram da bactanãria Bordetella pertussis. Crédito: CDC

Em um novo estudo incomum envolvendo milhares de sequaªncias bacterianas em cinco continentes, os cientistas rastrearam a Bordetella pertussis osa bactanãria que causa a coqueluche oscobrindo a evolução do pata³geno e se espalhou pelo mundo desde 1935.

Além de produzir uma compreensão inanãdita da bactanãria, a análise de amostras de 23países também ilustra como asmudanças na pola­tica de vacinas impactaram uma variedade de cepas de B. pertussis. A mudança de vacinas de DTP de células inteiras para inoculações de DtAP aparentemente desempenhou um papel na forma como as bactanãrias sofreram mutações e se espalharam.

Escrevendo na Science Translational Medicine , uma equipe internacional, liderada por cientistas do Insitut Pasteur em Paris, enfatiza que a imunidade da população a qualquer pata³geno épensada para impulsionar a dina¢mica evolutiva desse agente infeccioso. E a imunidade humana a  B. pertussis éum excelente exemplo de como a resposta imune a ela ajudou a moldar asmudanças genanãticas em várias cepas da bactanãria e sua disseminação globalmente. Apesar da vacinação, a bactanãria ainda causa 160.000 mortes por coqueluche em todo o mundo a cada ano.

"Este trabalho fornece uma visão detalhada da força da estrutura espacial e da taxa de propagação geogra¡fica de um pata³geno que éresponsável por dezenas de milhares de mortes a cada ano, destacando como a disseminação de B. pertussis éuma questãoglobalmente interconectada", Dr. Noanãmie Lefrancq e colegas afirmam no jornal.

As descobertas do estudo trazem implicações potentes para o manejo da coqueluche e abordam uma questãocentral na pesquisa de doenças infecciosas, explicando como a imunidade da população humana pode influenciar a diversidade genanãtica de patógenos.

Lefrancq e colegas procuraram definir os principais fatores que influenciaram a disseminação e evolução das cepas de B. pertussis desde a Grande Depressão. Os pesquisadores começam examinando 3.344 sequaªncias de genoma completo de B. pertussis de 23países em cinco continentes, comea§ando em 1935. Eles identificaram uma média de 28,1 cadeias de transmissão em regiaµes subnacionais e observaram que cepas especa­ficas da bactanãria levaram de 5 a 10 anos para homogeneamente espalhados pela Europa e Estados Unidos.

A primeira vacina contra coqueluche foi introduzida na década de 1940 e foi feita a partir de toda a bactanãria, daa­ o termo vacina de canãlula inteira. A forma em uso por décadas foi a vacina DPT osdifteria, coqueluche, tanãtano osque provocou imunidade de longo prazo contra B. pertussis.
 
Um problema com o componente pertussis de células inteiras da vacina era sua tendaªncia a causar febre e, embora raramente, convulsaµes em alguns bebaªs. Na década de 1980, pais americanos irados culparam a vacina DTP por ferir seus filhos. Seus processos forçaram várias empresas farmacaªuticas a sair do nega³cio de vacinas. A causa da reação adversa foi atribua­da a um potente estimulante do sistema imunológico chamado endotoxina, que estãocontido na membrana celular da bactanãria pertussis.

Uma versão "acelular" mais recente da injeção foi desenvolvida e administrada pela primeira vez na década de 1990. O problema com a inoculação acelular, parte de uma vacina chamada DtAP osdifteria, tanãtano e coqueluche acelular oséque a porção pertussis não étão dura¡vel quanto o componente pertussis da antiga vacina DPT. As criana§as desenvolveram tosse convulsa pa³s-vacinação.

Além disso, a mudança das vacinas pertussis de células inteiras para as acelulares no final do século 20 levou a um aumento nas cepas resistentes de B. pertussis que não tinham pertactina osum fator de virulência. O surgimento dessa cepa reduziu a resistência de outras formas da bactanãria, um desenvolvimento que os cientistas atribuem diretamente a s políticas de vacinação contra coqueluche.

“Nossas descobertas destacam o papel da pola­tica de vacinas na mudança da diversidade local de um pata³geno que éresponsável por 160.000 mortes anualmente”, escreveu Lefrancq. "Assim como com outros patógenos, as interações competitivas entre as cepas de Bordetella pertussis aumentam o risco de infecção".

A coqueluche éuma doença respirata³ria grave e a s vezes mortal que afeta pessoas de todas as idades, mas éparticularmente mortal entre os bebaªs. As bactanãrias se ligam a s pequenas extensaµes semelhantes a cabelos que revestem o sistema respirata³rio superior osos ca­lios ose liberam toxinas que danificam os ca­lios, o que pode levar ao inchaa§o das vias aanãreas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doena§as dos EUA.

Os adultos afetados desenvolvem uma tosse persistente que édifa­cil de sacudir, mas podem passar a bactanãria para criana§as e bebaªs em aerossãois. Os bebaªs podem não ter tosse, mas, em vez disso, lutam para respirar e podem atéparar de respirar. Na era anterior a  vacina, a coqueluche era uma infecção infantil grave e causa de morte.

A B. pertussis continua a representar uma ameaça a  saúde global, apesar do lana§amento de novos programas de vacina contra a coqueluche . A transmissão da bactanãria aumentou nas últimas décadas. E embora os sistemas de vigila¢ncia tenham oferecido informações sobre a disseminação da bactanãria , a nova pesquisa de Lefrancq e colegas sugere que a implementação de programas de vacinação levou amudanças nos gena³tipos das cepas circulantes, uma descoberta que traz implicações potenciais para a pola­tica de saúde pública.

 

.
.

Leia mais a seguir