Saúde

Adolescentes do sexo feminino são as mais afetadas pela escoliose
Alexandre Fogaa§a comenta que pais e professores devem estar atentos para identificar as deformidades e buscar o acompanhamento médico
Por USP - 08/06/2022



A escoliose éuma doença caracterizada por um desvio progressivo na coluna lombar, que atinge milhões de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 4% da população éacometida por essa doença no mundo. No Brasil, são 6 milhões de pessoas, especialmente adolescentes do sexo feminino. 

Em junho écelebrado o Dia Mundial da Escoliose; para conscientizar sobre a importa¢ncia do diagnóstico e tratamento precoce, ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição Alexandre Fogaa§a, especialista em coluna do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Cla­nicas da FMUSP, comenta as causas e cuidados com a doena§a.

Fogaa§a explica que existem vários tipos de escoliose, como a congaªnita, em que a pessoa já nasce com essa deformidade. O principal tipo, entretanto, éa escoliose idiopa¡tica, sem causas conhecidas. “Nãoénada que ela faz ou deixa de fazer que estãocausando aquilo”, afirma, ao dizer que não hárelação entre a postura ou no fato de a pessoa ficar muito tempo em frente ao computador ou usando o celular.

Segundo o médico, quando o quadro de escoliose progride, ele causa uma deformidade que pode diminuir o espaço que seria ocupado por um dos pulmaµes, o que causa dificuldades para respirar. O funcionamento do esta´mago e do intestino também pode ser prejudicado. Nos casos mais graves, a medula éafetada e pode acarretar em problemas neurola³gicos como dor e dormaªncia.

Diagnóstico precoce

Com o diagnóstico precoce e o tratamento, “o maior objetivo énão deixar essa curva progredir e chegar nos graus que podem causar problemas complicados”, diz Fogaa§a. Ele conta que normalmente quem percebe as deformidades são os pais e os professores, especialmente os de atividades físicas. Assimetrias nos ombros e cintura são sinais de curvatura na coluna que podem indicar um quadro de escoliose.

Nos graus mais leves, o tratamento pode ser feito com exerca­cios e o uso de um colete. Nos casos mais graves, entretanto, énecessa¡ria a intervenção cirúrgica. Segundo Fogaa§a, o grau de complexidade dessas cirurgias émenor quanto mais cedo o problema for identificado e tratado, também por isso a importa¢ncia do diagnóstico precoce. 

Essas cirurgias, de acordo com o especialista, “são grandes, mas hoje tem uma taxa de sucesso enorme e corrigem a deformidade e impedem que ela progrida”. O mais comum éque uma haste fixada na coluna seja utilizada para corrigir essa deformidade e fixar as vanãrtebras na posição adequada. A recuperação pode durar atéum ano, “mas depois disso évida normal”, destaca Fogaa§a.   

Ele reforça as orientações aos pais e professores, que devem estar atentos: “Se perceber essa deformidade na coluna da criana§a no começo de sua adolescaªncia, ela deve ser encaminhada para a atenção médica, normalmente um ortopedista. Sera¡ feita uma radiografia para medir o tamanho dessa deformidade e instituir o tratamento mais precoce possí­vel, para que tenha mais chance de funcionar e, se for o caso de uma cirurgia, que consiga operar com um grau pequeno, em que ela émenos complicada”.

 

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