Talento

Conheça a cientista que está revolucionando o tratamento - com bolhas
Eleanor Stride tomou um caminho não convencional para se tornar um dos principais cientistas britânicos. Ela conta como mudou da dança para o design e para a ciência biomédica
Por Chris McIntyre - 15/02/2020



Eleanor Stride tomou um caminho não convencional para se tornar um dos principais cientistas britânicos. Ela conta a Sarah Whitebloom como ela mudou da dança para o design e para a ciência biomédica, mas ser uma 'mulher na ciaªncia' não éuma das identidades que ela procura. 

Quando uma mulher na ciência não éuma 'mulher na ciaªncia'? Quando ela éuma mulher na ciência

Correndo o risco de generalização, as mulheres na ciência são trabalhadoras, dedicadas, de ponta ... cientistas. Chame-as de 'mulheres na ciaªncia' por sua conta e risco. As mulheres na ciência lhe dira£o com firmeza que elas não querem ser tratadas de maneira diferente ou sentem que não merecem o seu lugar. Qualquer sugestãode tokenismo serárecebida com uma resposta gelada.  

"Embora a ciência precise de mais mulheres, precisa de mais pessoas, uma gama diversificada de pessoas, com diferentes perspectivas e ideias."


E a professora Eleanor Stride éuma super cientista, que nada tem a ver com mini-ta¡xis, mas tudo a ver com dedicação, trabalho duro e idanãias que mudam o mundo. a‰ difa­cil imaginar que ela já sentiu que estãoinventando os números.

"Vocaª ficaria surpreso", diz ela. a€s vezes, sente-se que deve haver uma mulher envolvida e ninguanãm quer ser essa mulher. O professor Stride sustenta que ha¡, éclaro, uma necessidade de mais mulheres na ciência e fica furioso com a idanãia de que as meninas ainda são informadas de que matemática e ciências não são para elas. Ela esta¡, literalmente, furiosa com a 'Mama£e não era boa em matemática', uma espanãcie de conselho para os pais. E, ela diz, o contrapeso precisa comea§ar cedo, na escola prima¡ria, quando as meninas comea§am a se afastar das ciências e da matemática.

A professora Stride, ela mesma, não pretendia entrar em ciências ou engenharia e certamente não em Engenharia Biomédica. Na verdade, ela começou sua educação em uma escola de balée progrediu na escola sem pensar em ciências. a‰ uma vida que ela nunca deixou para trás e, mesmo agora, a professora Stride estãoenvolvida na dança - como professora de swing em Oxford.

"Vocaª ficaria surpreso com a quantidade de cientistas envolvidos na dança. Eu acho que tem algo a ver com ser muito focado tecnicamente e francamente um pouco obsessivo".


Hoje, graças a uma sanãrie de eventos aleata³rios - e muita obsessão -, além de professora de dança, ela também éprofessora de biomateriais, com uma posição conjunta entre a ciência da engenharia e o departamento de ortopedia, reumatologia e ciências maºsculo-esquelanãticas de Nuffield - e háum verdadeiro zumbido em torno de seu trabalho.

Ainda faltam alguns anos, mas o trabalho que estãosendo realizado por sua equipe pode revolucionar o tratamento do câncer - usando pequenas bolhas e ultra-som para fornecer tratamentos direcionados dentro do corpo. E a autodestrutiva Professora Stride ganhou tantos prêmios por este trabalho, mais recentemente o praªmio Blavatnik (seu nono), ela estãoquase envergonhada. Embora grata pelo reconhecimento, ela enfatiza que faz parte de uma equipe e reflete sobre uma ideia em circulação de que os prêmios Nobel não continuara£o em sua forma atual, porque a ciência agora étão colaborativa que os prêmios individuais não fazem sentido.

Graças a  sua rota não convencional, Eleanor Stride éuma equipe colaborativa de uma são mulher. Incerta aos 18 anos, o que ela deveria fazer, a jovem Eleanor estava levando os na­veis de ciência 'A', mas também arte e latim quando passou por uma conversão paulina em engenharia. Ta£o impressionada por ter sido uma visita casual a uma exposição de design, organizada por sua professora de arte, ela prontamente decidiu que seu destino era fazer as coisas. Ela foi inspirada a se formar em Engenharia Meca¢nica na UCL e pretendia fazer um mestrado em design industrial no Royal College of Art.

Como em todos os melhores planos, no entanto, isso não aconteceu. Em seu último ano de graduação, Eleanor ficou interessada no impacto do ultrassom nas bolhas - nos tubos de a³leo. A partir daa­, graças a uma reunia£o na sala comum saªnior entre seu supervisor e um radiologista saªnior, ela acabou abandonando seu plano de ser designer industrial e fez algo completamente diferente - um doutorado biomédico no uso de bolhas na imagem por ultrassom.

"Bolhas nos canos são como bolhas na corrente sanguínea", diz ela. Se vocêpudesse usar essas bolhas e o ultra-som, para fornecer tratamentos contra o câncer no local necessa¡rio, em vez de injetar todo o corpo com medicamentos pesados, vocêpoderia revolucionar a batalha contra os tumores, mesmo os de difa­cil acesso. 

Embora parea§a um longo período, deixar de querer trabalhar para a Aston Martin e produzir bolhas, o Professor Stride insiste que éum problema de entrega de engenharia.

"As bolhas são como carros muito pequenos", diz ela. "E estamos trabalhando no processo de entrega."

Nãofoi tão fa¡cil, éclaro. A professora Stride precisou se atualizar durante o doutorado, tendo aulas de anatomia na faculdade de medicina e aprendendo, pela primeira vez, sobre biologia.  

"a‰ mais complexo, mas a abordagem não étão absurda", ela afirma.

Como engenheiro meca¢nico com o know-how de um engenheiro biomédico, o hista³rico do professor Stride estãoem sintonia com a solução do problema - junto com uma sanãrie de especialistas de outras disciplinas, de fa­sicos a bia³logos e qua­micos. Como equipe, eles reaºnem a mais ampla gama de experiências e conhecimentos. E a professora Stride ri ao admitir que hálguma verdade na hierarquia cienta­fica retratada na sanãrie de TV americana The Big Bang Theory, onde o engenheiro éalvo de piadas.

"No topo estãoos matema¡ticos puros. Um pouco abaixo estãoos fa­sicos teóricos e um pouco abaixo deles estãoos astrofisicos. Em seguida, vão os engenheiros elanãtricos e depois os engenheiros meca¢nicos, depois os engenheiros biomédicos!"


Então vocêcaiu no ranking quando se transferiu para a Biomedical e tirou seu doutorado?

"Sim", ela diz, divertida. "Mas então vão engenheiros civis e arquitetos ... apenas brincando."

A professora Stride ri dos esterea³tipos, principalmente porque o sogro era arquiteto.

“Os engenheiros são menosprezados porque estãolidando com problemas do mundo real. Eles fazem as coisas funcionarem e, a s vezes, isso significa fazer concessaµes ', diz ela ironicamente.

Ter engenheiros a bordo aproximou a possibilidade de que o trabalho da professora Stride e de sua equipe resulte em avanços reais que podem salvar vidas. A ironia claramente não estãoperdida para ela. Mas agora, ela admite, a parte realmente difa­cil comea§a. A equipe estãomuito perto de estar em uma posição em que estara¡ pronta para comea§ar o teste cla­nico. Este éseu pra³ximo grande desafio, sua próxima mudança de carreira.

Transformando-se novamente em outra coisa, a boa professora estãose acostumando a fazer apresentações para grupos de capitalistas de risco e pessoas que possam doar dinheiro. Sem isso, todos os resultados positivos do laboratório não dara£o em nada.  

"O custo éfenomenal", diz ela, descrevendo os procedimentos a¡rduos e complexos que agora precisam ser realizados antes que o trabalho deles possa alcana§ar pacientes e fazer a diferença.

"Algumas pessoas tem sido muito generosas, mas hámuito mais dinheiro para arrecadar", diz ela.

a‰ pedir muito, o professor Stride percebe que éum risco para um investidor, quando hápenas uma em dez chances de que ele funcione. E háinteresses adquiridos em não funcionar, dados os tratamentos existentes que podem ser prejudicados por pequenas bolhas.

Mas, diz a professora Stride, por todos os prêmios, ela não sentira¡ que teve sucesso atéque todo esse trabalho tenha ajudado alguém .

 

.
.

Leia mais a seguir