Professora da USP é nomeada presidente de comitê global para saúde mental e uso de substâncias
Cláudia Braga, da Faculdade de Medicina da USP, é a primeira brasileira a liderar grupo estratégico sobre saúde mental da Organização Mundial da Saúde (OMS)

Cláudia Pellegrini Braga, professora e pesquisadora da área de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP – Foto: Instagram/Conselho Regional de Terapia Ocupacional
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Professora e pesquisadora do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Cláudia Pellegrini Braga foi nomeada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a nova presidente do Grupo Consultivo Estratégico e Técnico em Saúde Mental, Saúde Cerebral e Uso de Substâncias (da sigla em inglês Who Stag MNS). É a primeira vez que uma brasileira e representante da região das Américas assume essa posição.
O grupo, composto de 20 especialistas, incluindo a pesquisadora da USP, terá mandato até 2027 e vai assessorar diretamente o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, contribuindo para a formulação de estratégias globais, recomendações técnicas e documentos de referência nas áreas de saúde mental, saúde do cérebro e uso de substâncias.
“Essa nomeação é uma grande honra e uma enorme responsabilidade. Ela expressa o reconhecimento de uma trajetória construída na Universidade, na formulação de políticas públicas e nas experiências da reforma psiquiátrica brasileira, que seguem inspirando caminhos para o cuidado em nível global”, afirma Cláudia.
Além do papel na OMS, a professora coordena pesquisas na FM em saúde mental, uso de substâncias e direitos humanos, incluindo análise de serviços na América Latina e iniciativas direcionadas a mulheres indígenas, quilombolas e em situação de rua.
“A participação nesse comitê representa também uma oportunidade de visibilidade e colaboração para a Faculdade de Medicina. As portas do nosso laboratório estão abertas para parcerias nacionais e internacionais. O perfil diverso dos integrantes do grupo favorece o desenvolvimento de pesquisas conjuntas, programas de ensino e projetos de extensão com impacto social”, destaca.
Com atuação marcada pela defesa da desinstitucionalização e pela promoção de práticas de cuidado territorializadas, a docente ressalta a relevância da terapia ocupacional para a construção de abordagens centradas nas pessoas.
“É uma profissão que nasce do diálogo com os cotidianos, com os modos de vida e com os saberes das comunidades. É esse olhar que levo para os debates globais. O trabalho em saúde é, acima de tudo, sobre pessoas. Que possamos seguir construindo caminhos coletivos, fortalecendo o ensino, a pesquisa e a extensão com base no respeito, na escuta e na transformação social”, celebra a professora.