Hauwa Busari , da Nigéria, estuda para um mestrado em Arquitetura e Estudos Urbanos em Cambridge há um ano. Sua ideia é colocar painéis nas paredes para absorver o calor do sol. Esses painéis contêm uma substância natural – algas!

“O painel de algas atua como uma proteção térmica contra o sol, mantendo o edifício mais fresco”, diz Hauwa. “Passamos 90% das nossas vidas em edifícios e, se não encontrarmos uma solução para o impacto das mudanças climáticas, haverá um grande problema, e os mais vulneráveis da sociedade serão os mais afetados.”

"Venho de uma comunidade de baixa renda na Nigéria, o que significa que sinto que tenho o dever de buscar uma solução para os desafios impostos pelas mudanças climáticas, que não pode ser muito cara e nem estar fora do alcance de comunidades como a minha."

Os painéis são equipados com tubos transparentes preenchidos com espirulina, uma alga verde-azulada que também está sendo usada como suplemento alimentar devido ao seu conteúdo nutricional benéfico. Através do processo natural da fotossíntese, esses painéis podem resfriar o interior dos edifícios em cerca de 8 a 10 °C sem a necessidade de recorrer a sistemas de ar condicionado. Os painéis de algas também têm o potencial de ajudar a descarbonizar o meio ambiente, absorvendo CO2 e filtrando o ar.

“O melhor deste produto”, acrescenta Hauwa, “é que ele pode ser instalado tanto em edifícios novos quanto em edifícios existentes. Os painéis são fáceis de adaptar. Eles também podem ser usados em abrigos usados por pessoas que foram deslocadas. O problema que temos com os sistemas de ar-condicionado é que eles irradiam calor, contribuindo assim para as mudanças climáticas.”

No início do verão, Hauwa inscreveu sua ideia de negócio na Competição do Fundo de Empreendedorismo da Mastercard Foundation Scholars. A competição é realizada anualmente para dar aos estudantes a chance de concorrer ao prêmio máximo em dinheiro e a mais apoio de mentoria.

Hauwa diz que o último ano no programa mudou sua vida completamente: "Cresci sem nada e aqui estou, fazendo algo grandioso. Sou muito grata aos organizadores do prêmio por acreditarem na minha ideia.

Os vice-campeões na competição deste ano foram Allen Chafa , um engenheiro do Zimbábue, e Sally Musonye e Laura Wathe , ambas do Quênia. Sally e Laura, que estão no curso de MPhil em Engenharia para o Desenvolvimento Sustentável, têm um plano para instalar painéis solares em escolas rurais em todo o Quênia para ajudá-las a fornecer energia para as salas de aula. Atualmente, cerca de 65% das pessoas que vivem em comunidades rurais não têm um fornecimento regular e confiável de eletricidade. Allen, que também é um estudante de MPhil no mesmo curso, está desenvolvendo tecnologias de água inteligente para melhorar o acesso à água potável em Harare, onde mais de 60% das pessoas não têm acesso a água encanada segura. Seu sistema combina monitoramento da qualidade da água em tempo real com purificação econômica para abordar alguns dos desafios que essas comunidades carentes enfrentam.