Talento

Uma força para a equidade em saúde
Por meio de projetos no local empaíses em desenvolvimento e esta¡gios no mundo dos nega³cios, Kendyll Hicks explora os fatores pola­ticos e econa´micos da saúde global.
Por Becky Ham - 01/03/2020

Foto: Gretchen Ertl
"Fui atraa­do por experiências [internacionais] principalmente porque adoro
a escola e a experiência em sala de aula, mas isso não se compara a  convivaªncia
com as pessoas e a  compreensão de seu modo de vida e dos problemas que
enfrentam todos os dias" diz Kendyll Hicks saªnior.

Depois de passar três semanas no Quaªnia trabalhando em questões de águacom mulheres Maasai, Kendyll Hicks estava pronta para declarar sua favorita entre os projetos internacionais nos quais participou atravanãs do MIT.

Como volunta¡ria da organização sem fins lucrativos Mama Maji , Hicks falou sobre águapota¡vel, higiene menstrual e saúde reprodutiva com mulheres locais, compartilhando informações que lhes permitissem se tornar lideres da comunidade. "Na zona rural do Quaªnia, as mulheres são desproporcionalmente afetadas por questões de a¡gua", explica ela. "Esta éuma maneira de lhes dar voz nas sociedades que tradicionalmente as silenciam."

A equipe também planejou construir um tanque de captação de águada chuva, mas asmudanças climáticas transformaram a estação seca do Quaªnia em uma estação chuvosa, e estava muito aºmido para abrir caminho para o projeto. Durante sua estadia, Hicks viveu na casa da primeira chefe feminina dos Masaai, Beatrice Kosiom, a quem Hicks descreve como "simultaneamente um animal pola­tico e a pessoa mais péno cha£o". Foi esse contato pra³ximo com a comunidade que tornou o projeto especialmente gratificante.

Durante o Pera­odo de Atividades Independentes do MIT, Hicks também viajou para a áfrica do Sul para aprender mais sobre os determinantes culturais e biola³gicos da epidemia de HIV / AIDS naquelepaís e para a Cola´mbia para liderar uma iniciativa empreendedora entre pequenos cafeicultores. Hicks se juntou a  viagem ao Quaªnia depois de fazer uma aula do MIT D-Lab sobre a¡gua, saneamento e higiene. Cada experiência tem sido sucessivamente mais prática , diz ela.

"Eu fui atraa­do por essas experiências principalmente porque amo a escola e a experiência na sala de aula", diz Hicks. "Mas isso simplesmente não se compara a  convivaªncia com as pessoas e a  compreensão de seu modo de vida e dos problemas que enfrentam todos os dias."

Hicks, graduada em ciência da computação e biologia molecular, diz que mudou seu foco durante o tempo no MIT de descobertas técnicas mais incrementais para abordar forças maiores que afetam como essas descobertas contribuem - ou deixam de contribuir - para a saúde global.

Seu amor pela biologia começou com animais e zoologia, expandindo-se posteriormente para um interesse em medicina. "Os humanos são essas ma¡quinas incra­veis criadas pela natureza e pela evolução, e temos todos esses meandros e mecanismos que eu sabia que queria estudar mais", diz Hicks.

Ao mesmo tempo, ela diz: “Eu sempre me interessei por cuidados de saúde e medicina, e o principal impulso por trás disso éo fato de que quando alguém que vocêama estãodoente, ou se vocêestãodoente, vocêfaz o que quer que seja. vocêpode."

Como aluna do primeiro ano, trabalhou no Lippard Lab no MIT, ajudando a sintetizar e testar compostos antica¢ncer, mas logo decidiu que o trabalho em laboratório não era o caminho certo para ela. "Compreendi que os cuidados de saúde e a medicina são extremamente pola­ticos", lembra ela. "Pola­tica de saúde, economia da saúde, direito - esses podem ser os impulsionadores demudanças reais em larga escala".

Para saber mais sobre esses fatores, Hicks trabalhou dois veraµes na empresa de consultoria de gerenciamento McKinsey and Company e assumira¡ um cargo de período integral na empresa após a formatura.

“Como alguém imerso no mundo da ciaªncia, da matemática e da tecnologia, eu tinha essa insegurança persistente de não saber muito sobre essa área completamente diferente, mas super importante”, diz ela. "Eu pensei que seria importante entender o que motiva os nega³cios e o setor privado, pois isso pode ter um efeito enorme nos cuidados com a saúde e ajudar as comunidades que muitas vezes são desprivilegiadas".

Hicks quer direcionar seu trabalho na McKinsey para o setor de assistaªncia médica e hospitalar, bem como para o crescente setor de saúde global. A longo prazo, ela também estãointeressada em continuar o trabalho de campo que envolve ciaªncia, erradicação da pobreza e desenvolvimento internacional.

"Estar no MIT, écomo este centro de tecnologia, tentando se aventurar ainda mais em novos avanços e inovações, e eu acho incra­vel", diz Hicks. “Mas como comecei a despertar mais interesse em pola­tica e economia e nos aspectos altamente socializados da ciaªncia, eu diria que éimportante fazer uma pausa antes de se aventurar mais e mais fundo nesse reino, para garantir que vocêrealmente entenda o efeitos a jusante do que vocêestãodesenvolvendo. "

"Esses efeitos podem ser negativos", acrescenta ela, "e muitas vezes afetam comunidades que já são sistematicamente e institucionalmente oprimidas".

Hicks ingressou no Black Students Union do MIT como estudante do primeiro ano e agora atua como co-presidente social e cultural da BSU. Na função, ela éresponsável pelo planejamento do programa anual Fly-in Ebony Affair, que traz mais de 30 estudantes negros do ensino manãdio para o campus a cada ano para participar de oficinas, laboratórios de turismo e participar de uma celebração de gala com os alunos da BSU, professores, e equipe. "Estamos fazendo o possí­vel como comunidade para convencer jovens mentes negras e brilhantes a chegar a um lugar como o MIT", diz ela.

Funcionou para Hicks: ela participou do Ebony Affair como colegial e a experiência consolidou sua decisão de participar. “Quando eu vi todo mundo se mostrando e tendo tanto orgulho de ser negro e estar no MIT, eu fiquei tipo 'OK, eu quero fazer parte disso'”, ela lembra.

No ano passado, Hicks planejou o primeiro evento de regresso a casa da BSU, um churrasco que reuniu alunos atuais e antigos do MIT - alguns que frequentavam a escola há50 anos. O evento foi uma celebração de apoio e uma maneira de fortalecer a rede da BSU. "Vocaª precisa fazer o possí­vel para cultivar comunidades onde quer que esteja, e éisso que eu tentei fazer aqui no MIT", diz ela.

Hicks também atuou como presidente de relações com ex-alunos da Aliana§a das Mulheres Negras e co-diretor de campanhas da GlobeMed, e estava no Comitaª de Diversidade e Inclusão da Associação de Graduação. Ela descobriu um amor pela organização e liderana§a de eventos no MIT, embora tenha sido uma mudança de ritmo em relação ao seu antigo eu ta­mido, “hiper-bookworm”, diz ela.

"Percebi que na minha carreira realmente quero fazer muito bem e afetar muitasmudanças na vida das pessoas. Para fazer isso, épreciso que vocêseja assim".

 

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