Talento

Esses alunos se formaram na construção da equidade
Eles deixam para trás uma marca bem-vinda de sua criatividade, bolsa de estudos e experiências, e carregam consigo um potencial de impacto no mundo da academia, em suas comunidades pessoais e na forma de nossos sistemas futuros.
Por Jessica Wolf - 20/06/2020


Os graduados em 2020 representam o espa­rito do Institute of American Cultures da UCLA

Os quatro centros que compõem o Instituto de Culturas Americanas da UCLA foram fundados em 1969, como uma resposta direta a greves e protestos contra o acesso a  educação de comunidades de cor ao longo de 1968. 

Nos últimos 50 anos, funciona¡rios, professores e alunos afiliados ao Centro de Estudos do andio Americano , ao Centro de Estudos da asia-Americanos , ao Centro de Pesquisa de Estudos Chicano e ao Centro de Estudos Afro-Americanos Ralph J. Bunche , procuraram criar oportunidades, compartilhar conhecimentos e conduza pesquisas que ampliem os canais acadaªmicos para estudantes de cor e inspirem políticas e programas paºblicos que melhorara£o vidas e aumentara£o o acesso a sistemas de sucesso para todos. 

O trabalho deles émais ressonante do que nunca, uma vez que grandes áreas dopaís se uniram a  causa da justia§a racial e social após protestos contra a brutalidade policial. Enquanto isso, a resposta a  pandemia do COVID-19 exacerbou as desigualdades estruturais, resultando em uma parcela desproporcional dos impactos a  saúde, econa´micos, emocionais e sociais que afetam as comunidades de cor. 

Celebramos quatro alunos da turma de 2020 com va­nculos com esses importantes centros e seus departamentos acadaªmicos relacionados. Eles deixam para trás uma marca bem-vinda de sua criatividade, bolsa de estudos e experiências, e carregam consigo um potencial de impacto no mundo da academia, em suas comunidades pessoais e na forma de nossos sistemas futuros. 

Omar Abdulkarim: Um 'nerd de pesquisa' com foco na diversidade no ensino superior

Omar Abdulkarim - Joey Caroni / UCLA

Omar Abdulkarim sempre teve uma cabea§a para matemática e ciências, então ele originalmente planejava se formar em engenharia química. Mas, quando jovem estudante no Santa Monica College, ele descobriu sua paixa£o pela sociologia. 

"Meu irmão me convenceu a frequentar a primeira aula e ainda continuo em contato com o professor", disse Abdulkarim, que estãose formando em sociologia e estudos afro-americanos. 

Enquanto estava na UCLA, Abdulkarim recebeu uma bolsa de iniciação cienta­fica do Bunche Center , que fornece subsa­dios para os alunos trabalharem em projetos liderados por professores para estudar as condições da vida negra. 

Atravanãs deste programa, Abdulkarim trabalhou com Karida Brown, professora de estudos e sociologia afro-americanos, conduzindo pesquisas para um pra³ximo livro sobre raça e segregação na educação no século XX. Sua pesquisa foi centrada na análise do papel da Universidade de Hampton, uma faculdade historicamente negra e universidade privada da Virga­nia, na construção e formação da educação negra durante esse período. Atravanãs de dados de arquivo, o projeto analisa como Hampton foi capaz de construir escolas, desenvolver curra­culo e contratar a administração de escolas negras em todo o mundo. Estes foram amplamente formulados como escolas de comanãrcio. 

"Nunca pensei que seria um nerd para pesquisas", disse ele. "Mas eu adorei e estou ansioso para fazer mais."

Abdulkarim viajou para Hampton para visitar bibliotecas e extrair documentos relacionados ao projeto, o que o fez se sentir ainda mais apaixonado pelo trabalho. 

"Muitos dos arquivos que eu peguei, os arquivistas me disseram que fui o primeiro a pedir por eles", disse ele. "Esta éuma informação sobre a qual nunca se falou."

Parte do plano original de Abdulkarim para o trimestre da primavera era viajar para a Universidade Emory, em Atlanta, para apresentar as primeiras descobertas de seu trabalho. Ele ansiava por isso; Emory estãono topo de sua lista de possa­veis escolas de pós-graduação.

A pandemia anulou esse plano, juntamente com outros em seu ano saba¡tico previamente planejado. Abdulkarim havia antecipado (e comprado passagens para) um ano de viagem, alcana§ando lugares nos Estados Unidos e na Europa, além de visitar uma familia extensa em Toronto e Etia³pia. Seu pai chegou aos EUA como refugiado na década de 1970, e sua ma£e se juntou mais tarde. 

Ele éatencioso e agradecido por alguns elementos da pandemia.

"Consegui passar muito mais tempo com a fama­lia", disse ele. “Para mim, essa tem sido uma das baªnçãos resultantes disso. Eu realmente reconhea§o o quanto eu levava como certo muitas coisas. Fui abena§oado e privilegiado por não ser um trabalhador essencial, arriscando a saúde de mim e de minha fama­lia. ”

Abdulkarim, como o resto da turma de 2020, não poderia prever que grande parte de seu último trimestre na UCLA seria gasta em chamadas de Zoom. Ele nunca previu que suas últimas semanas - e sua semana de finais - seriam gastas em intervalos dessas classes para se manifestar nas ruas em nome da justia§a racial e social nopaís de seu nascimento. 

a‰ um cla­max agridoce para um grau conquistado com dificuldade para Abdulkarim, que nunca passou por uma cerima´nia de formatura. Ele deixou a Culver City High School aos 15 anos, mas rapidamente ganhou seu GED e se matriculou no Santa Monica College aos 16 anos. 

Ele égrato por esse caminho.

"Parte da beleza das faculdades comunita¡rias, e esse tipo de perda quando vocêchega a  UCLA, éque ela émuito diversificada, estãocheia de pessoas de origens muito diversas", disse ele. “Vocaª tem pessoas recanãm-saa­das do ensino manãdio, mas também pessoas muito mais velhas nessas aulas com vocaª. a‰ uma experiência de aprendizado diferente da que eu teria no ensino manãdio e acho que foi um ambiente de aprendizado muito hola­stico. ”

Sarah Corona: Futuro arquivismo com uma missão de maior inclusão nas coleções acadaªmicas

Sarah Corona - Joey Caroni / UCLA

O trabalho de Sarah Corona com o Chicano Studies Research Center a ajudou a ver como os arquivos servem como uma ponte entre o passado e o futuro.

Ela pensa em estudiosos que vira£o mais tarde e em como eles podem encontrar experiências, esforços e histórias de pessoas como Sal Castro, um ativista e educador mexicano-americano que ajudou a liderar as paralisações de 1968 de várias escolas de ensino manãdio no leste de Los Angeles. Essas paralisações foram precursoras da fundação do Chicano Studies Research Center da UCLA. 

Corona, que obteve mestrado em biblioteconomia e estudos latino-americanos, trabalha com o arquivo de publicações, cartas, fotografias e outros itens do centro do trabalho em andamento de Castro em Los Angeles e além atésua morte em 2013. Sua tarefa édescrever e marque os itens de tal maneira que futuros estudiosos, historiadores e autores tenham várias maneiras de descobrir sua história. 

“a‰ meio difa­cil antecipar, mas tentamos fornecer o auxa­lio mais detalhado possí­vel, disse ela. "Para o CSRC, muitos de nossos recursos para busca va£o para o Online Archive da Califa³rnia, um reposita³rio digital muito grande e pesquisa¡vel por palavras-chave que guia as pessoas a materiais encontrados em diferentes arquivos em todo o estado".

Corona aprendeu muito em seu programa acadêmico da UCLA, um empreendimento muito tea³rico que a preparou não apenas para lidar com e preservar materiais, mas com o conhecimento de como os arquivos surgiram no contexto americano. 

"Nosso programa também tenta ser muito focado na justia§a social, pensando em arquivos comunita¡rios, encontrando vozes perdidas, tornando os arquivos mais equitativos e tendo muita consciência do vianãs que nós, como arquivistas, trazemos para o processo", disse ela.

O legado hista³rico de grandes universidades como a UCLA éque algumas comunidades não se sentem representadas nas coleções, disse ela.

"Ha¡ muitos privilanãgios associados a estar em um campus grande como este, com o acesso que ele fornece", disse ela. "a‰ por isso que acho que o CSRC émuito importante e sinto muita sorte de trabalhar la¡."

Ela égrata por ter colaborado estreitamente com a arquivista da CSRC, Xaviera Flores.

"Ela émuito acolhedora e dedica muito esfora§o e tempo para garantir que esteja em contato com as comunidades que estamos tentando representar", disse Corona. 

Outro mentor da UCLA para Corona foi Safiya Noble, professora de estudos da informação e estudos afro-americanos.

Para seu projeto de graduação, com Noble como consultora, Corona analisou a existaªncia de instituições e programas que oferecem diplomas de estudos anãtnicos juntamente com estudos de informação e examinou o mercado de trabalho em potencial para pessoas que poderiam obter esses tipos de diplomas simulta¢neos. 

Ela descobriu que um tera§o das ofertas de emprego para curador ou arquivo somente em 2016 exigia um diploma adicional fora dos estudos de biblioteconomia ou informação. 

"Os estudos anãtnicos seriam um campo qualificado para isso", disse ela. "Incentivar esse tipo de programa não seria bom apenas para a realização intelectual de estudos interdisciplinares, mas também servia a um benefa­cio prático".

Olhando para o futuro, Corona espera encontrar trabalho como arquivista, especialmente em algum lugar com uma grande coleção relacionada a  história chicana e, idealmente, onde ela possa apoiar estudantes de primeira geração como ela. Corona se formou no estado de San Jose. 

"Navegar por toda a instituição émuito trabalhoso, o que eles não dizem quando vocêchega aqui", disse ela. “Espero poder trabalhar com pessoas, tentar fazer a diferença e ajudar os alunos que são como eu, enquanto tentam trabalhar em todos os problemas dos arquivos, ajudando as pessoas a se verem nos arquivos, se quiserem. e continue refinando minhas próprias lentes. "

Meleana Chun-Moy: Construtora de comunidades com um compromisso de justia§a ambiental

Meleana Chun-Moy - Joey Caroni / UCLA

Aluna transferida da area da Baa­a, Meleana Chun-Moy sabia que queria concluir sua educação saindo de casa, e a UCLA era o ambiente mais acolhedor das escolas que visitou. 

Na UCLA, seu amor pela história convergiu com um menor que aumentou sua paixa£o por questões ambientais.

"Eu sempre estive envolvido em meus grupos ambientais na escola", disse Chun-Moy, que recebera¡ seu diploma de bacharel em história e especialização em sistemas ambientais e sociedade em 12 de junho. "E então, quando eu encontrei esse menor, caa­ apaixonado por isso completamente. Tem muitos aspectos interdisciplinares realmente a³timos da história ou de estudos asia¡ticos-americanos, sociologia, realmente tudo. ”

Ela também encontrou um sentimento de pertencer aqui, em comunha£o com o corpo docente e os alunos afiliados ao Asian American Studies Center . Chun-Moy édescendente de chineses e nativos do Havaa­ e rapidamente se envolveu com a Associação de Estudantes das Ilhas do Paca­fico no campus. Ela atuou no conselho executivo de um subgrupo chamado Ilhas do Paca­fico para a Saúde, que em um ano ta­pico sediaria um evento no campus projetado para reunir a comunidade e compartilhar conhecimentos e recursos. 

"Com as feiras de saúde, nosso objetivo éabordar as disparidades de saúde no campus, mas também na comunidade", disse ela. “Tentamos garantir que as barreiras lingua­sticas não sejam um problema, porque isso éfundamental. Se não podemos nos comunicar com alguém , érealmente difa­cil ajudar alguém . ”

Em novembro de 2019, Chun-Moy viajou para o Havaa­ com um grupo de estudantes da UCLA para aprender com os idosos inda­genas do povo Pu'uhonua ou Pu'uhuluhulu, que se opaµem a  construção do Telescópio Trinta Medidores no topo do Vulcãoadormecido Mauna Kea.

"Eu tenho familia no Havaa­ e foi muito especial", disse ela. “Foi muito poderoso ouvir os ancia£os falarem e ouvirem o que eles estavam lutando, pedindo que eles nos educassem para que pudanãssemos continuar educando os outros.”

Chun-Moy também se divertiu em um programa de estudos no exterior em Seul, Coranãia do Sul, onde fez cursos de desenvolvimento sustenta¡vel e a história das relações entre Coranãia do Norte e do Sul. 

A experiência da faculdade de Chun-Moy foi ampla e inclusiva. Seus objetivos futuros são estabelecidos para ajudar os outros e o planeta. 

"Quero ser advogada", disse ela. “No momento, pretendo entrar em leis de interesse paºblico potencialmente com uma lente ambiental, porque acho que ésobre as pessoas e a vida fundamental das pessoas pode ser mudada. Eu acho que érealmente importante defender e ajudar as pessoas a ter voz, ajudar a capacita¡-las. ”

Chun-Moy nasceu com uma condição genanãtica que inibia sua capacidade de andar, correr ou engatinhar, mas a impedia de pouco mais. Ela pode rastrear seu desejo de se tornar advogada desde os 7 anos de idade. Leitora voraz, ela passou boa parte de sua juventude hospitalizada devorando os livros que seus pais trouxeram para ela. Assim que ela acabasse, as enfermeiras entregariam suas ca³pias do US News & World Report, acendendo sua paixa£o por questões sociais e políticas. 

Tem sido difa­cil ficar longe do campus, disse ela, especialmente como estudante transferida.

"Tudo acabou tão rápido", disse ela.

Ainda Chun-Moy estãocheia de alegria pelas experiências que teve na UCLA e pelos mentores e professores que ela aprecia.

"Sinto falta de ver meus professores durante o hora¡rio de expediente e nas aulas", disse ela. “Como instituição de pesquisa, acho que estamos em uma posição realmente única e tive uma oportunidade extraordina¡ria de trabalhar com acadaªmicos renomados. Eu amo apenas sentar e ouvi-los falar sobre o que amam. ”

Elaina Corbin: Voltando a  reserva para retribuir a  próxima geração

Elaina Corbin - Foto Joey Caroni / UCLA

Crescendo na reserva inda­gena Morongo em Banning, Califa³rnia, Elaina Corbin nunca se interessou tanto por suas aulas de história. 

Isso mudou muitos anos depois, quando ela fez um curso de história do a­ndio americano no Pasadena City College como requisito de história para o grau de associado em ciências sociais. 

"Foi tudo tão fascinante e interessante", disse Corbin, que se formara¡ na UCLA com estudos em a­ndios americanos. "Isso me fez pensar por que não aprendemos essas coisas na escola."

O caminho de Corbin no ensino superior não étradicional. Ela se forma aos 31 anos, tendo passado muitos anos trabalhando em Los Angeles, antes de voltar para a escola.

"Estou feliz por ter ido mais tarde na vida, acho que não teria conseguido um diploma de a­ndio americano quando fosse mais jovem", disse ela. Ela sente um ethos diferente e progressivo em nosso clima cultural atual, tanto em torno do estudo de culturas e histórias inda­genas quanto na maneira como as pessoas se relacionam com os nativos americanos. 

"Toda a narrativa de descolonização émuito prevalente", disse Corbin. "Agora hámuito mais para os jovens indianos - uma revitalização de quem somos".

Os estudos de a­ndios americanos na UCLA são um programa pequeno, então os alunos acabam tendo muitas aulas juntos, o que ajuda a criar um senso de comunidade. E ela aprecia todos os estudiosos interdisciplinares que estãoenvolvidos nos cursos da UCLA.

Mas também hádesafios, principalmente porque existem poucos estudiosos nativos ensinando na academia. 

"a‰ um problema em todo opaís indiano", disse Corbin. “Nãoháprofessores nativos suficientes para ensinar aos alunos nativos. E existe uma desconexão entre a história americana e a história nativa. Muito mais insights pessoais podem ser transmitidos de uma perspectiva interna. ”

Ela planeja retornar a  sua reserva para ajudar nesse esfora§o. 

"Quero fazer algo na área da educação ou algo para a minha tribo", disse ela. “E talvez mais tarde eu gostaria de trabalhar com meu governo tribal. Minha tia faz parte do conselho tribal hános.

Uma de suas paixaµes estãona recuperação da linguagem. Ela pode ver atravanãs da passagem de idosos entre sua própria familia imediata como a la­ngua cahuilla pode potencialmente desaparecer. A geração de sua bisava³ foi a última em sua familia a falar Cahuilla fluentemente.

Agora háulas de idiomas na reserva, das quais os mais jovens estãoparticipando.

"Eles ensinam a s criana§as certas palavras e frases", disse ela. "a‰ pequeno, mas impactante."  

E ela disse que os membros de sua tribo estãocomea§ando a dar nomes aos filhos Cahuilla, o que éanimador. 

Ela quer incentivar os jovens da reserva a pensarem muito no futuro.

"Eu realmente quero voltar e trabalhar com a nossa juventude", disse Corbin. “Sinto que não émuito comum que criana§as nativas saiam da reserva e fazm faculdade. Para mim, muitos de meus primos são como 'vocêestãofazendo isso por todos nós', mas quero que eles saibam que também podem fazaª-lo. E que eles podem sair e voltar. Algo que a Amanãrica faz énos agrupar 'na reserva ou fora', e não precisamos pensar em nosmesmos dessa maneira. ”

Durante seu último trimestre na UCLA, Corbin realizou muitos cursos, que ela brincou que poderia ter reconsiderado se soubesse que estaria aprendendo on-line. E não ser capaz de reunir-se com colegas  graduados do American Indian Studies Center e o corpo estudantil maior édifa­cil.

"Eu não queria pensar que era algo tão importante, porque sei que não colocamos todo esse trabalho apenas para atravessar o palco", disse Corbin. “Mas écomo correr uma maratona e antecipar chegar a essa faixa no final; ainda éemocionante e parece uma grande conquista se formar. ”

 

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