Talento

Darien Williams: Criando a resiliencia negra ao desastre
Ao pesquisar a recuperaça£o de desastres e populaa§aµes marginalizadas, o aluno de doutorado procura pessoas com profundo conhecimento de suas comunidades.
Por Sofia Tong - 24/06/2020


Darien Williams, doutorando no Departamento de Estudos e Planejamento Urbanos do MIT. Imagens: Adam Glanzman

"a‰ um tipo estranho de chicotada", diz Darien Alexander Williams, sobre como ele se sentiu nas últimas semanas. “Tem sido muito estranho passar desta vida de quarentena, para multidaµes de milhares de pessoas, inalar gás lacrimogaªneo, escrever e-mails e responder a s Doodle Polls e terminar um trabalho. E depois voltar na noite seguinte.

O aluno de doutorado do terceiro ano do Departamento de Estudos Urbanos do MIT havia acabado de formular um ta³pico de dissertação descrevendo a pola­tica “baguna§ada” de planejamento urbano de organizações mua§ulmanas negras em Boston, quando atos recentemente documentados de brutalidade policial desencadearam protestos em todo o mundo. . Ele se juntou aos protestos, embora não diretamente como parte de sua pesquisa; Williams diz que tenta trazer todo o seu eu, incluindo todas as suas identidades como um jovem pesquisador de desastres mua§ulmanos negros, em tudo o que faz. "Existe apenas a inevitabilidade de ser puxado para o trabalho, mesmo que não queira ser puxado para o trabalho naquele dia", diz ele. “Nãopode ser apenas uma curiosidade. Eu preciso que seja tanga­vel. Da minha experiência vivida.

Williams também traz sua experiência vivida para sua pesquisa acadaªmica, que se concentra na recuperação de desastres, organização da comunidade e populações marginalizadas. Muita pesquisa e atenção nacional concentram-se mais na destruição e trauma em comunidades de cor, em vez das maneiras pelas quais essas comunidades tem aproveitado seu poder de adaptação e organização. "Ha¡ também uma tradição de pessoas negras construindo coisas, e isso não se fala tanto", diz ele. "Como posso me lembrar disso para entender as comunidades das quais faa§o parte e me conectar ao que elas fizeram?"

Vivendo dentro da história

Ultimamente Williams tem refletido sobre como a história de sua própria familia girou em torno das interações com a pola­cia e as cidades em que viviam. Sua ava³ contou como, pouco depois de seu pai nascer, ela fugiu de Los Angeles sob a mira de armas da Guarda Nacional em 1965. bairro queimado durante a rebelia£o de Watts. Então, pouco antes do nascimento de Williams, os tumultos de Rodney King levaram seus pais a deixar o bairro para os subaºrbios. Sa³ recentemente ele começou a conectar sua própria infa¢ncia de movimentos frequentes, da Califórnia a  Fla³rida para outros lugares dopaís, com os padraµes hista³ricos da Grande Migração e a reversão desses padraµes desde a década de 1970. "Minha vida faz parte disso", diz ele.

No começo, Williams nem estava particularmente interessado em morar em Boston quando chegou ao MIT. Mas então, atravanãs do envolvimento da comunidade e de sua fanã, ele se envolveu com o trabalho de organização das comunidades mua§ulmanas negras, inclusive em Roxbury e Dorchester. "Venho encontrando comunidade e aprendendo informalmente sobre a linhagem da construção de cidades mua§ulmanas negras aqui em Boston", diz ele. “Muito desse importante trabalho de construção de cidades, impulsionado por figuras imponentes como Malcolm X ou lideres menos creditados como a irmã Virginia Muhammad, não éreconhecido em minha própria disciplina de planejamento urbano. Vivendo nessa tensão entre o que o mundo me diz sobre si mesmo e o que foi escrito sobre o mundo atéagora, foi onde encontrei meu caminho como estudioso do MIT e como membro de comunidades daqui. ”

"Eu amo Boston agora", acrescenta, embora sua ava³ tenha brincado dizendo que sua educação no MIT deveria taª-lo equipado para prever que ele, como gerações antes dele, um dia enfrentaria a Guarda Nacional nas ruas da cidade.

Inclinando-se na estranheza

Quando criana§a, Williams disse que era nerd e livreiro com um traa§o punk ga³tico. Desde tenra idade, ele adorava ver o modo como os artistas de arrasto interrompiam e subvertiam as performances de masculinidade, cuja confiana§a, além da aceitação da fama­lia, levou Williams a onde ele estãohoje. "Eu tenho agaªncia para escolher como eu aparea§o no mundo", diz ele. “Eu tenho uma agaªncia para me divertir muito com como eu aparea§o em qualquer espaço e com estilo e beleza. Mesmo que isso deixe certas pessoas desconforta¡veis. ”

Como muitos estudantes aspirantes a planejamento urbano, ele se desafiou a reconstruir cidades atingidas por desastres em jogos de computador como "Sim City". Depois de estudar sociologia na Universidade da Fla³rida, Williams viveu no Japa£o por dois anos e se ofereceu em um centro de saúde comunita¡rio em um dos bairros historicamente LGBTQI de Ta³quio. Durante esse tempo, ele viu como seu interesse em como as cidades são construa­das poderia se cruzar com o seu interesse na maneira como as pessoas marginalizadas criam espaço para si mesmas em seus pra³prios termos. Williams então obteve um mestrado em planejamento urbano e regional na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill antes de chegar ao MIT.

Agora trabalhando no laboratório de Inovação Regional e Ana¡lise Espacial (LRISA), liderado pela professora Amy Glasmeier, Williams estãoatualmente analisando a maneira como o erro humano leva a distúrbios na infraestrutura de dutos em larga escala e redes elanãtricas, como a sanãrie de explosaµes de gás natural que ocorreu no Merrimack Valley em 2018. Ele também estudou gerenciamento de emergaªncias após o furaca£o Michael e apresentou-o como membro do Bill Anderson Fund , uma organização dedicada a expandir o número de profissionais historicamente sub-representados em pesquisa de desastres e riscos.

Ele diz que gosta de misturar abordagens acadaªmicas tradicionais e manãtodos "mais estranhos" em seu trabalho, se isso envolve incorporar elementos narrativos em seus trabalhos acadaªmicos, publicando atravanãs de meios não acadaªmicos como Undark e Mother Jones e atéatuando em " In the Shadows of Ferguson , ”Um projeto de pesquisa combinado e pea§a de desempenho multima­dia.

A parte mais alegre de sua pesquisa, diz Williams, éentrevistar pessoas cujo conhecimento e experiência são inestima¡veis ​​para suas comunidades. "Parece uma forma muito pura de aprendizado", diz ele. Encontrar essas pessoas requer estar aberto para o que estãoacontecendo no momento. Por exemplo, dirigindo um carro alugado em Mexico Beach após o furaca£o Michael, Williams encontrou um grupo de pessoas que pareciam ser um ca­rculo de oração, entre os escombros. Eles notaram e acenaram para ele. Passando o dia com eles, ele soube que eram um grupo cristão de uma comunidade vizinha, oferecendo apoio e comunha£o aos vizinhos. Essa experiência levou Williams a pensar mais criticamente sobre por que e como a féguia as pessoas após um desastre.

Williams inicialmente pensou que todo o seu trabalho de organização ocorreria fora da universidade, mas agora atua como Bolsista da Comunidade de Pa³s-Graduação no Gabinete de Educação de Pa³s-Graduação, onde facilita o Conselho Consultivo de Pa³s-Graduação em Cores (GSOC-AC).

Nesse papel, ele investiu na resposta de Boston e do MIT a s demandas para refundar a pola­cia; Enquanto isso, ele também pensa na relação da pola­cia com a resposta a desastres e no ini­cio da temporada de furacaµes em conjunto com a pandemia de Covid-19. "Isso me impede de me sentir impotente", diz ele. “Eu não preciso apenas sentar e lidar com isso. Eu tenho todas as ferramentas para pelo menos tentar intervir, e isso por si são me impede de desesperar.

Parte desse trabalho éa construção de uma comunidade, como o happy hour semanal para estudantes negros em seu departamento e dando tempo para si mesmo: lendo, escrevendo com amigos e atéjogando o videogame “Animal Crossing New Horizons”, onde ele participou do Ramada£ virtual eventos e desfiles de moda e, sempre o planejador urbano, a construção do mundo.

"Na³s apenas comemoramos um ao outro e comemoramos a nosmesmos", diz ele sobre sua comunidade no MIT. "Isso érealmente importante para superar algumas das partes mais difa­ceis de cada uma de nossas vidas."

 

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