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Tese saªnior: Naomi Cohen-Shields explora quem se beneficia quando a China limpa seu ar
Para sua tese, Cohen-Shields analisou a eficácia dos esforços da China desde 2013 para reduzir a poluia§a£o do ar e o enorme custo que isso causa para a saúde pública e a economia.
Por Morgan Kelly - 25/07/2020


Cohen-Shields - apoiado em parte pelo financiamento de tese do Instituto Ambiental de Princeton (PEI) - viajou para quatro cidades da China para obter experiência em primeira ma£o dos fatores geogra¡ficos, pola­ticos e sociais que influenciam a qualidade do ar, mas que não o fazem aparecem na literatura cienta­fica. Por exemplo, ela aprendeu que a poluição do ar em Pequim (foto) éeliminada pelo vento e tempestades de neve peria³dicas.
Imagem por Naomi Cohen-Shields, turma de 2020

Para sua tese, Cohen-Shields analisou a eficácia dos esforços da China desde 2013 para reduzir a poluição do ar e o enorme custo que isso causa para a saúde pública e a economia. Ela também queria se apoiar nos dados nacionais para investigar como a poluição do ar difere nas 22 prova­ncias da China com base na riqueza regional - e se suas populações pobres e rurais suportam uma parcela maior do fardo. Ela descobriu que, embora os esforços da China para limpar o ar tenham feito um progresso drama¡tico, as maiores melhorias ocorreram nas regiaµes mais ricas do norte, onde a poluição do ar éhistoricamente mais alta.

"A qualidade do ar ainda égeralmente ruim em toda a China, mas melhorou bastante", disse Cohen-Shields. "Vimos muito sucesso em geral, mas houve mais sucesso na redução da poluição nas principais metra³poles conhecidas por terem altos na­veis de poluição e, obviamente, também são áreas de riqueza concentrada".

O trabalho de Cohen-Shields - apoiado em parte pelo financiamento de tese do Instituto Ambiental de Princeton (PEI) - também a levou a quatro cidades da China, onde ela experimentou os fatores geogra¡ficos e pola­ticos que influenciam a qualidade do ar, reuniu-se com pesquisadores universita¡rios que o estudam e conversamos com as pessoas cujas ações cotidianas fazem a diferença.

"Ver a situação em primeira ma£o e conversar com as pessoas iluminou a complexidade de muitas questões sobre as quais eu estava lendo", disse Cohen-Shields, que obteve certificados em estudos e valores ambientais e na vida pública . Ela recebeu um praªmio do Livro de Estudos Ambientais em Engenharia Ambiental por sua tese durante a cerima´nia do Dia da Classe do Programa de Estudos Ambientais, em 29 de maio.

"Isso me expa´s a muitos fatores diferentes que precisam ser considerados em qualquer tipo de análise da pola­tica de poluição do ar", disse ela. “Os números não acrescentam necessariamente profundidade suficiente ao que dificulta essa transição. Era importante conversar com as pessoas que vivem a realidade que eu estava tentando descrever atravanãs de números e pesquisas. ”

A conselheira de tese Denise Mauzerall , professora de engenharia civil e ambiental e assuntos paºblicos e internacionais e faculdade associada da PEI, disse que a Cohen-Shields no final forneceu uma análise abrangente e atualizada dos dados de poluição do ar fora da China. Mas ela também incluiu um componente anãtico exclusivo para esse tipo de pesquisa.

"Ela foi além de uma análise técnica tradicional para incluir uma análise anãtica que era sua própria ideia e explorou os fundamentos filosãoficos da justia§a ambiental", disse Mauzerall, que planeja ajudar a Cohen-Shields a enviar o artigo para uma revista revisada por pares. “a‰ a primeira vez que esse tipo de componente anãtico éinclua­do em uma análise da qualidade do ar chinesa, que eu saiba. Os controles de poluição do ar da China ajudaram a todos, mas alguns se beneficiaram mais que outros. ”

Cohen-Shields foi inspirada por seu interesse pela justia§a ambiental. Como jaºnior em Princeton, ela fundou a Coaliza£o de Ativismo Ambiental de Princeton (PEAC) , que busca iniciar o dia¡logo e a ação ambiental no campus. O grupo lançou o projeto “Faces of Climate Change” para destacar as diferentes maneiras pelas quais as pessoas são afetadas pelasmudanças climáticas e patrocinou uma conferaªncia de um dia focada no movimento ambiental em Porto Rico. No outono, Cohen-Shields ira¡ para o Fundo de Defesa Ambiental em Washington, DC, por meio de uma High Meadows Fellowship para trabalhar nas áreas de ciência climática e ação climática.

Cohen-Shields também foi motivado pelo trabalho do grupo de Mauzerall sobre qualidade do ar na China e na andia. Atravanãs de suas conversas com Mauzerall, ela percebeu que poucas pessoas haviam investigado se as lutas bem documentadas da China contra a poluição do ar estavam afetando desproporcionalmente seus cidada£os menos abastados.

"Aprendi muito sobre como as questões climáticas também são questões sociais e qual o papel dos conceitos de justia§a na busca de soluções", disse Cohen-Shields. “Muitas vezes, são comunidades pobres e marginalizadas que enfrentam poluição atmosfanãrica mais extrema e também são mais vulnera¡veis ​​a seus impactos. Quando se trata da China, ainda não vi muita pesquisa sobre esse assunto. ”

"Ela émais do que apenas uma estudiosa, ela também éuma ativista ambiental", disse Mauzerall. “Ela éuma excelente pesquisadora, uma escritora clara e éimperturba¡vel. Eu disse que seria a³timo se ela pudesse ir a  China e ver como éa vida e, depois de conversar com meus alunos e colegas chineses, ela simplesmente foi.

"Ela se encontrou com seus amigos e familiares e acabou apreciando melhor como éa China", disse Mauzerall. "Princeton proporcionou uma oportunidade maravilhosa, e ela se aproveitou dela e ganhou uma perspectiva valiosa em seu trabalho."

gra¡ficos que indicam na­veis crescentes de material particulado fino na China
Cohen-Shields analisou as medições de poluição do ar coletadas pela rede nacional
de monitoramento da China de 2014 a 2019, concentrando-se empartículas finas
(PM2,5) e oza´nio. Ela descobriu que a China experimentou uma queda acentuada no
PM2,5. Aesquerda, conteaºdo manãdio anual de PM2,5 por ano, com base no
monitoramento de dados da rede, com pontos azuis indicando os na­veis mais baixos
e pontos vermelhos escuros indicando os mais altos.
Imagem por Naomi Cohen-Shields, turma de 2020

A Cohen-Shields analisou pela primeira vez as medidas de poluição do ar coletadas pela rede nacional de monitoramento da China de 2014 a 2019. Enquanto a rede coleta dados sobre seis poluentes, a Cohen-Shields se concentrou nos dois que tem os mais graves impactos a  saúde, oza´nio (O 3 ) epartículas finas (PM2.5). Ela descobriu que desde a implementação do seu Plano de Ação de 2013 para a Prevenção e Controle da Poluição do Ar, a China sofreu uma queda acentuada nos na­veis de PM2,5 e cumpriu as metas estabelecidas no Plano de Ação Trienal de 2018 para vencer a defesa do canãu azul Guerra , embora o PM2.5 ainda esteja acima dos padraµes nacionais de qualidade do ar na maioria dos locais.

Por outro lado, Cohen-Shields descobriu que os na­veis de oza´nio na China aumentaram consideravelmente desde 2014 - exceto nas cidades costeiras - possivelmente devido amudanças na química da atmosfera ligadas a na­veis mais baixos dos poluentes reativos do a³xido de nitrogaªnio.

Cohen-Shields correlacionou a qualidade do ar ao produto regional bruto provincial (GRP) para determinar como a exposição a  poluição do ar ambiente varia de acordo com onívelsocioecona´mico. Ela descobriu que as grandes cidades do norte da China experimentaram as maiores quedas nos na­veis de PM2,5, com a regia£o de Pequim-Tianjin-Hebei - a maior área urbanizada do norte da China - com uma queda de 45%. Como resultado, as prova­ncias centrais do interior - que sofreram reduções mais modestas na poluição porpartículas - agora tem os na­veis mais altos de PM2,5 dopaís.

Algumas medidas simplesmente mudaram a indústria para áreas rurais para reduzir a poluição urbana, disse Cohen-Shields. Em Pequim, usinas a carva£o foram removidas. Agora, além do aumento do uso de gás natural, a cidade recebe energia de linhas de transmissão conectadas a usinas de carva£o no oeste da China.

"Torna-se uma questãode saber se vocêestãoapenas movendo o problema em vez de resolvaª-lo", disse Cohen-Shields. Além de movimentar as usinas de carva£o, a China aumentou bastante o uso de tecnologia que remove a poluição das chaminanãs das usinas. Infelizmente, esses controles de poluição requerem energia para operar, o que aumenta o dia³xido de carbono que emitem em relação ao que emitiam antes da instalação dos controles.

Outro exemplo, disse Mauzerall, éque muitas fama­lias pobres da China costumavam contar com pequenos fogaµes a carva£o para aquecer. Pesquisas - incluindo um artigo de 2016 do grupo de Mauzerall - mostraram que esses pequenos fogaµes contribua­am com quase 40% da poluição por PM2,5 na regia£o de Pequim-Tianjin-Hebei. Para reduzir as emissaµes, o governo chinaªs iniciou uma campanha para remover os fogaµes, mas são posteriormente começou a subsidiar fogaµes mais limpos. Muitas pessoas ficaram inicialmente sem calor durante o inverno no norte da China.

gra¡ficos que indicam na­veis crescentes de oza´nio na China
Em contraste com os na­veis de material particulado fino, Cohen-Shields descobriu que
os na­veis de oza´nio na China aumentaram consideravelmente desde 2014, possivelmente
devido amudanças na química da atmosfera devido a na­veis mais baixos de poluentes
reativos. Aesquerda, a média dia¡ria máxima de oza´nio entre mara§o e outubro
para os anos 2014-19. Pontos azuis indicam os na­veis mais baixos e
pontos vermelhos escuros indicam os mais altos.
Imagem por Naomi Cohen-Shields, turma de 2020

"Acho que melhorou muito a qualidade do ar regional, mas o custo para os pobres foi inicialmente alto", disse Mauzerall. “As realizações do governo na redução da poluição do ar são nota¡veis, mas énecessa¡ria ajuda adicional aos pobres para facilitar a transição para a energia sustenta¡vel. A assistaªncia a s prova­ncias pobres pelas prova­ncias ricas faria sentido, uma vez que os ventos carregam poluição. Descobrimos que a poluição na regia£o de Pequim éfortemente impactada pelas emissaµes das prova­ncias mais pobres do entorno. ”

Cohen-Shields disse que sua pesquisa sugere que a verdadeira carga de saúde que os pobres na China sofrem devido a  poluição provavelmente oculta dados denívelprovincial. Ela espera que os pesquisadores aproveitem seu trabalho examinando como a poluição édistribua­da dentro de uma prova­ncia e depois associe esses dados com concentrações de riqueza e pobreza. Uma análise como essa poderia ajudar a orientar políticas destinadas a estimular simultaneamente o crescimento econa´mico e melhorar a qualidade do ar, especialmente para as prova­ncias mais pobres e com a pior qualidade do ar.

"Seria interessante fazer estudos semelhantes aos que foram feitos nos Estados Unidos em uma área urbana", disse ela.

"Comecei a fazer perguntas sobre a equidade da pola­tica aanãrea na China que não tenho certeza de que eram fortemente consideradas antes", disse Cohen-Shields. “Espero que meu trabalho fornea§a uma estrutura para fazer análises mais localizadas de como as políticas aanãreas nacionais na China são implementadas nonívelprovincial, em quem elas se concentram em se beneficiar e em como esses impactos são distribua­dos.

"Nada disso éuma história simples", disse ela. "Vocaª precisa cavar mais fundo, mas espero que valha a pena cavar."

 

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