Talento

Alunos da UnB ganham praªmio internacional de engenharia
a‰ a primeira vez que um grupo estudantil brasileiro épremiado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletra´nicos (IEEE)
Por Henrique Gomes - 21/08/2020


Atualmente, o IEEE Computational Intelligence Society UnB écomposto por 21 integrantes de diferentes cursos. Imagem: Divulgação
 
Um grupo de estudantes de diferentes cursos de graduação da Universidade de Brasa­lia foi premiado pelo Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletra´nicos (IEEE) como melhor do mundo por seus trabalhos e projetos ao longo de 2019. A organização funciona para o mundo tecnola³gico de forma semelhante a  Organização Mundial da Saúde (OMS) e ressalta o desenvolvimento de um futuro melhor para o mundo com o reconhecimento de prática s inovadoras. Esta éa primeira vez que equipe de estudantes brasileiros recebe o tí­tulo do instituto. 

O coletivo de discentes faz parte da Computational Inteligence Society (CIS) osSociedade de Inteligaªncia Computacional, em portuguaªs –, que éa extensão do IEEE na UnB e foi fundada pelos estudantes em 2018. Os grupos estudantis do IEEE, denominados Capa­tulos, desenvolvem pesquisas em tema¡tica especa­fica, escolhida pelos pra³prios alunos associados a  instituição.

O Capa­tulo da UnB osou CIS UnB –, por exemplo, desenvolve inteligaªncia artificial e tem o objetivo de construir projetos práticos dessa área. Hoje, a equipe écomposta por 21 integrantes e agrega estudantes de cursos como Engenharia Elanãtrica, Engenharia Mecatra´nica, Engenharia de Produção, Biotecnologia e Quí­mica.

Segundo Osmar Luiz Carvalho, prova¡vel formando em Engenharia Elanãtrica e presidente organizacional do Capa­tulo da UnB, a principal caracterí­stica do grupo éo engajamento com as propostas levantadas. “Desde o ina­cio, nosjá ta­nhamos muito gás para colocar em prática nossos projetos e quera­amos pessoas com esse mesmo perfil, independente donívelde conhecimento”, afirma. 

“Identificamos pessoas dispostas a aprender e permanecer no grupo e somos muito felizes com o destaque de nossos integrantes. Agora, queremos a inclusão de mais cursos, pois vemos com muito bons olhos pessoas com diferentes experiências”, completa o estudante.

A estudante Isabel Caroline Gomes, do primeiro semestre de Engenharia de Produção, acredita que a iniciativa amplia os conhecimentos em a¢mbito acadêmico e profissional. “Para mim, éuma experiência muito inovadora dentro da Universidade. a‰ o meio termo entre o acadaªmico, do PIBIC [Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cienta­fica], e o empresarial, de uma Empresa Jaºnior, sem perder a autenticidade de um projeto de extensão pensado e fundado por universita¡rios”, declara.

Para Guilherme Andrey Ribeiro, estudante do curso de Engenharia Elanãtrica, o CIS UnB ofereceu suporte e ferramentas para seu direcionamento dentro da Universidade. “Tive a oportunidade de aprender muitas coisas que, a  primeira vista, são tea³ricas, mas que tem muita aplicabilidade em problemas do mundo real. Tambanãm pude desenvolver pesquisas e redigir artigos cienta­fico", aponta.

RECONHECIMENTO osO lider do Capitulo da UnB, Osmar Carvalho, ressalta que a Universidade fortalece a autonomia do grupo, tanto pelo conteaºdo ministrado e suas complexidades quanto pelas oportunidades oferecidas. "a‰ muito importante ter um praªmio desses vinculado a  nossa instituição. Estamos muito felizes, tanto por ser nossa primeira premiação como também por ser a primeira vez que um grupo brasileiro recebe o praªmio", destaca.

Instalada no Laborata³rio de Sistemas Espaciais (Lsie), sob supervisão do prof\essor Osmar Aba­lio de Carvalho Junior, do Departamento de Geografia (GEA), a equipe estãoprestes a completar dois anos de existaªncia. O Capa­tulo foi premiado pela IEEE por sua capacidade de gestãode informações e de dados, uma vez que o tí­tulo não reconhece um projeto especa­fico e sim o impacto geral proporcionado pelo grupo.

Com imagens de satanãlites, por exemplo, eles analisaram dados para fazer previsão de safra agra­cola e detecção de piva´s centrais, utilizando inteligaªncia artificial. No campo da saúde, contribua­ram para a detecção de câncer de pele, junto ao professor Kleber Carlos Mundim, do Instituto de Quí­mica (IQ). Segundo o docente, eles se integraram ao Laborata³rio de Modelagem de Sistemas Complexos (LMSC) para a prospecção de soluções baseadas em inteligaªncia artificial voltadas ao diagnóstico da doena§a. Assim, foi constitua­do um grupo de pesquisa composto por qua­micos, médicos, enfermeiras, bia³logos e engenheiros.

Mundim relata que a troca de conhecimento ocorreu na medida em que os estudantes receberam amplo esta­mulo e treinamento para o desenvolvimento de habilidades nas esferas acadaªmica e cienta­fica e que os discentes contribua­ram significativamente para o grupo de pesquisa. “Primeiro, eles introduziram conceitos e capacidades de inteligaªncia artificial com workshops internos e, em seguida, implantaram um sistema de classificação real para identificação de câncer de pele”, explica. 

“O IEEE CIS UnB se destaca pela iniciativa e originalidade na solução de problemas cienta­ficos. Os estudantes são dotados de grande perseverana§a e interesse cienta­fico, demonstrando aptida£o para o desenvolvimento de pesquisas”, completa o professor do IQ.

Os estudantes também fizeram um projeto de análise de humor de usuários de redes sociais. A programação desenvolvida identifica publicações tristes e felizes, conforme categorização de palavras alimentadas pela equipe. Por exemplo, quando uma pessoa posta no Twitter a frase "estou me sentindo mal hoje", a tecnologia adotada pelo grupo classifica a mensagem como um alerta para uma possí­vel situação de mal-estar emocional. Diferente, por exemplo, de alguém que compartilha a emoção de passar no vestibular. A inteligaªncia artificial vai assimilar aquela publicação como um estado de felicidade.

DESENVOLVIMENTO os“O grupo busca o desenvolvimento de suas habilidades em áreas diferenciadas, com a obtenção de dados que sera£o processados para diversas finalidades. No Laborata³rio de Sensoriamento Remoto, por exemplo, os algoritmos deles são aplicados para facilitar a transposição em novas informações. Além disso, eles atuam desde o campo da medicina atéa área da dança”, detalha Osmar Aba­lio.

O docente ressalta como os resultados positivos obtidos pela equipe, e agora com esta premiação, repercutira£o em oportunidades para o desenvolvimento de pesquisas e profissional. “Cria-se, desta forma, um ciclo virtuoso, onde várias entidades estãointeressadas no que eles podem oferecer”, expressa.

Os estudantes pretendem reinvestir o praªmio de dois mil da³lares recebido da IEE no pra³prio Capa­tulo da UnB, com a compra de equipamentos, como placas de va­deo, para dar seguimento aos projetos.

 

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