Unicamp E-Racing éa primeira equipe de estudantes das Amanãricas a desenvolver carro auta´nomo
O prota³tipo do carro ficou pronto em 2019 e a expectativa dos desenvolvedores éque possa ser utilizado para competia§aµes na Europa em 2021.

Parte da equipe Unicamp E-Racing
A equipe Unicamp E-Racing, formada por mais de 70 estudantes da Universidade, consagrou-se como a primeira equipe de todas as Amanãricas a ter um carro sem piloto para a Fa³rmula SAE, competição estudantil organizada pela Society of Automotive Engineers. O prota³tipo do carro ficou pronto em 2019 e a expectativa dos desenvolvedores éque possa ser utilizado para competições na Europa em 2021.
Tambanãm conhecido como carro auta´nomo ou, em inglês, driverless, o modelo desenvolvido pela equipe da E-Racing, utiliza tecnologia de inteligaªncia artificial. Os estudantes Nikollas Javier, Gabriel Almeida e Lucas Costa e Lima, que integram a E-Racing, destacam que esse tipo de carro para as competições Fa³rmula SAE não existe ainda na Amanãrica Latina ou nos Estados Unidos.Â
“A parte de driverless existe somente na Europa. Comea§amos a pesquisar em 2018 e em 2019 fizemos o primeiro prota³tipo funcional e ele já andou e funcionou. Na³s trazmos como meta que o driverless vai ser o foco da equipe daqui para frente. Como somos consagrados como o primeiro fa³rmula da Amanãrica Latina a ser driverless, temos essa prerrogativa. A meta écompetir na Europa em 2021. Estamos agora reconstruindo o prota³tipo em 2020, adaptando e melhorando eleâ€, afirma Nikollas, que estuda Engenharia Meca¢nica na Unicamp e lidera a equipe E-Racing.
audiodescrição: fotografia colorida mostra estudantes trabalhando em carro em
oficina Prota³tipos são desenvolvidos pelos estudantes
Lucas, que estuda Fasica Manãdica e trabalhou diretamente no desenvolvimento da parte de software, explica como o carro funciona. “O que todo sistema auta´nomo tenta fazer éimitar o que um humano faria. Como a nossa competição ébalizada por cones, a ideia éidentificar onde esses cones estão. Usamos uma ca¢mera que simula a visão humana, com duas objetivas, que seriam os olhos, e ela consegue identificar os cones usando um algoritmo de inteligaªncia artificial, uma rede neuralâ€, aponta.Â
Para isso, primeiro foi preciso treinar o sistema com imagens dos cones. “a‰ basicamente pegar várias imagens de cones, dizer onde os cones estão. Apa³s, os algoritmos conseguem identificar sozinho. Depois disso, o processo étentar localizar o carro em relação aos cones. Para a gente éintuitivo, olhar e ter uma noção de onde estão, mas para o carro não éintuitivo e o processo envolve contras e mapeamentos complexosâ€.
Além disso, épreciso treinar o carro para as trajeta³rias a serem desenvolvidas nas competições. Lucas aponta que esse passo émenos complexo, e utiliza-se como referaªncia o meio da pista para fazer com que o carro siga esse para¢metro.
O mais difacil no desenvolvimento do carro auta´nomo, segundo o estudante, não éimplementar uma forma de fazer isso, mas conceber essa abordagem, pensando em como resolver os problemas sem copiar equipes que já são referaªncia no assunto. “Tem uma equipe de Zurich, que publicou um paper em 2018 sobre o seu modelo e o que muitas equipes fazem hoje éolhar para o paper deles e copiar. Na³s não copiamos, nospartimos para outra forma de fazer carro auta´nomo que na nossa opinia£o émuito melhor. a‰ um sistema leve, rápido, bem reativo que consegue tomar decisaµes muito rapidamente. Os resultados são muito bonsâ€, avalia.
Metas
Com o prota³tipo pronto, que éauta´nomo mas também pode ser pilota¡vel, a E-Racing agora trabalha em aperfeia§oa¡-lo. Apesar do momento de pandemia não possibilitar as reuniaµes e oficinas em grupo, os estudantes dizem que mesmo com as restrições, mais pessoas se somaram a equipe, atravanãs de um processo seletivo online, e as metas seguem sendo fortalecidas. Â
Audiodescrição:Â fotografia colorida de dois carros da E-Racing juto aos trofeus recebidos
em competições Unicamp E-Racing ébicampea£ mundial
e heptacampeaµes nacionais
A Unicamp E-Racing, que trabalha com carros elanãtricos, já éconsagrada por possuir o recorde de carro mais rápido das Amanãricas, atingindo uma aceleração de zero a 100km/h em três segundos. Além disso, a equipe ficou em primeiro lugar em todas as competições brasileiras na categoria carro elanãtrico desde 2011, com exceção da de 2015, e ébicampea£ mundial. Agora, conforme apontam os estudantes, a meta éfocar no carro auta´nomo e nas competições europeias de 2021.
“A ideia éque a gente consiga participar do ma¡ximo de competições em que nosso carro auta´nomo possa competirâ€, conta Nikollas. Mesmo com menos investimento financeiro, observa, a ideia éque se possa amenizar essa disparidade com a perfomance. “A gente pode ultrapassar isso com a performance de lógica de algoritmos. Enxergamos bastante potencial em tirar bons resultados la¡ mesmo que tenhamos uma diferença financeira grandeâ€.
Impulsionando a tecnologia nopaís
Todos os ca³digos utilizados pela equipe no desenvolvimento do carro auta´nomo estãodisponíveis de forma gratuita para serem consultados na internet, conforme ponta Gabriel, estudante de Engenharia Química. Para ele, isso éimportante para impulsionar que mais equipes brasileiras motivem-se a criar os carros sem piloto, ajudando o Brasil a tornar-se uma referaªncia no assunto. Assim, não háegoasmo ou competição maiores que essa meta. “O nosso ca³digo estãoaberto e gratuito no open source. Outras equipes que não tem ideia de como fazer podem olhar e ter uma ideiaâ€, diz Gabriel.