Talento

Este éo seu cérebro na religia£o
Saachi Datta, 21, estãocombinando sua paixa£o por religia£o e ciência em seu caminho para se tornar uma médica.
Por Lauren Rebecca Thacker - 01/09/2020


Saachi Datta

“A ciência e a religia£o estãoapenas tentando explicar o mundo”, diz Saachi Datta. “As pessoas precisam de dispositivos diferentes para viver, lidar com questões maiores e tentar explicar os fena´menos da existaªncia.”

Datta, C'21, quer ser médico. Seus estudos religiosos e especializações em biologia a preparam para isso, ao mesmo tempo que aprofundam as paixaµes de toda a vida. Recentemente, ela foi co-autora de um artigo revisado por pares que combinou seus interesses e descobriu que, em pacientes com doenças neurodegenerativas, comportamentos religiosos positivos de enfrentamento se correlacionam com melhores resultados de saúde do que aqueles vivenciados por pacientes com comportamentos de enfrentamento influenciados negativamente pela religia£o (por exemplo, manter uma punição visão da religia£o), bem como aqueles com comportamentos de enfrentamento não religiosos.

 “Tive a sorte de viajar por todo o mundo e um dos meus sentimentos favoritos écomo um formigamento ma¡gico de emoção ao entrar em um antigo templo ou igreja”, diz Datta. “a‰ algo que nunca fui capaz de explicar, mas na Penn pude obter um conhecimento profundo sobre a história e as tradições de culturas antigas. Graduar-se em estudos religiosos nunca foi uma questão.

“Mas também sempre fui fascinada pela ciência e pelo corpo humano”, ela continua. “Acho que éa ma¡quina mais complicada que existe. Cada aula que fiz expandiu meu conhecimento e isso me deixou ainda mais interessado. ”

Religia£o e ciência muitas vezes parecem opostas em debates culturais e pola­ticos, mas Datta sabe que aprender sobre outras culturas além da sua e respeitar o papel da religia£o e da espiritualidade na vida das pessoas permitira¡ que ela seja uma cuidadora mais empa¡tica e eficaz. E, ela explica, a ideia de que religia£o e ciência estãoem oposição uma a  outra éum conceito relativamente novo.

"Vimos todas as religiaµes antigas no passado e como religia£o e ciência eram apenas aplicações diferentes da mente. Eles não eram uma dicotomia".


Seu primeiro curso de estudos religiosos foi Ciência e Religia£o, ministrado por Donovan Schaefer, Professor Assistente de Estudos Religiosos. “Vimos todas as religiaµes antigas no passado e como religia£o e ciência eram apenas aplicações diferentes da mente”, lembra ela. “Eles não eram uma dicotomia.”

Datta conheceu cientistas contempora¢neos que praticam religia£o. “Já ouvi isso de muitas pessoas: quanto mais vocêaprende sobre o que estãola¡ fora, mais vocêtem que acreditar que hálgo mais la¡ fora”, diz ela.

Foi uma busca no Google e o feliz acidente da geografia que permitiu a Datta combinar seus interesses e contribuir com pesquisas originais. Algumas investigações na internet a trouxeram para o campo da neuroteologia, a ciência do cérebro e da mente em conjunto com a religia£o e a espiritualidade. O pioneiro da neuroetologia éAndrew Newberg, M'92, diretor de pesquisa do Marcus Institute of Integrative Health e médico do Jefferson University Hospital.

Datta enviou um e-mail para Newberg. Eles se conheceram e decidiram realizar um projeto de pesquisa, que resultou em uma publicação. Seu artigo, “A relação entre o cérebro e a espiritualidade com respeito ao envelhecimento e a s doenças neurodegenerativas: implicações cla­nicas e de pesquisa”, foi publicado no Journal of Religion, Spirituality & Aging .

"Revisamos mais de 50 estudos e conclua­mos que a progressão de doenças como Alzheimer e Parkinson poderia ser retardada por uma forte prática espiritual ou religiosa".


Explicando o estudo, Datta diz: “Revisamos mais de 50 estudos e conclua­mos que a progressão de doenças como Alzheimer e Parkinson poderia ser retardada por uma forte prática espiritual ou religiosa. Algo interessante e inesperado foi que alguns estudos indicam que, quando os mecanismos de enfrentamento religiosos estãofocados em um deus que estãopunindo versus aquele que estãoapoiando, isso cria relatos de uma qualidade de vida negativa ou aumento da depressão. ”

Amedida que a população americana envelhece, intervenções simples na progressão de doenças neurodegenerativas são potencialmente poderosas. E em meio a uma pandemia global, Datta acredita que a atenção a  mente humana e como os mecanismos de enfrentamento podem melhorar a qualidade de vida émais importante do que nunca.

A pandemia COVID-19 alterou a rotina de Datta, mas não estãodiminuindo seu trabalho. De volta a  sua cidade natal, Atlanta, desde mara§o, ela continua a trabalhar em pesquisas como parte da equipe Penn iGEM, uma equipe competitiva de pesquisa em bioengenharia. Neste outono, ela tera¡ aulas que se enquadram em suas paixaµes e, diz ela, ensinara¡ algo totalmente novo: Biologia Celular e Religiaµes do Egito Antigo. Datta também continua a liderar Manāna, uma organização sem fins lucrativos que ela fundou no ensino manãdio que oferece festas de aniversa¡rio e outras comemorações para criana§as carentes, refugiadas e doentes nas regiaµes de Atlanta e Filadanãlfia.

“Desde o ini­cio da pandemia, mudamos para eventos virtuais”, explica ela. “E estamos abrindo uma nova filial em Seattle. Estou muito orgulhoso do que conseguimos realizar. ”

 

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