Talento

Uma contadora de histórias dedicado a  justia§a ambiental
Explorar sua identidade por meio da escrita esclareceu o desejo de Mimi Wahid de servir a s comunidades rurais do sul, como sua cidade natal.
Por Hannah Meiseles - 10/11/2020


Para Mimi Wahid, veterana do MIT, explorar sua identidade por meio da escrita aumentou sua paixa£o pela justia§a ambiental e esclareceu seu desejo de servir a s comunidades rurais do sul como sua cidade natal. Créditos: Foto: Bryce Vickmark

“O que éuma parte importante da sua identidade?”

Foi uma pergunta simples. Mesmo assim, Mimi Wahid observou os alunos do ensino manãdio em sua oficina ficarem em silaªncio, com as sobrancelhas franzidas pensando. Ficou claro que, para muitos, esta foi a primeira vez que essa pergunta foi feita diretamente antes.

Para Wahid, veterana do MIT, as perguntas sobre identidade definem sua história. Tendo crescido como uma jovem mulher na zona rural da Carolina do Norte, filha de ma£e branca e pai negro, Wahid frequentemente se pegava pensando em raça.

Ela logo descobriu que não estava sozinha. Como estudante do ensino manãdio, ela foi convidada a participar da Conferência de Liderana§a da Diversidade de Estudantes do NAIS, um evento nacional que reaºne 1.700 alunos de diferentes origens em todo opaís. Wahid credita a experiência como sua primeira exposição a  importa¢ncia do desenvolvimento da identidade.

Hoje, Wahid émembro do corpo docente da conferaªncia, ajudando a construir e facilitar os eventos anuais, e ela conduziu outros workshops de identidade no MIT, incluindo atravanãs do Office of Engineering Outreach Programs (OEOP) do MIT. Neste trabalho, ela visa ajudar os alunos a entender melhor como o ambiente social, as experiências e a autodefinição funcionam juntos para moldar a identidade de uma pessoa e como explorar categorias como raça, gaªnero e status socioecona´mico pode ajudar as pessoas a compreender e discutir a sua própria identidades.

“Estou constantemente vendo as coisas atravanãs de lentes moldadas pela minha identidade”, diz Wahid, que estãose formando duas vezes em estudos e planejamento urbanos e redação. “Minha identidade racial me ensinou muito enquanto crescia sobre o contraste de poder e privilanãgio. Afeta a maneira como vejo o mundo. Afeta o que mais me importa. ”

“Se eu puder compartilhar minha própria história, posso me relacionar com as pessoas por meio disso”, diz ela. “Todos nostemos experiências que nos moldaram - que nos tornaram quem somos. Quando criamos essas conexões, podemos finalmente comea§ar a ter conversas realmente impactantes. ”


Wahid cita sua identidade como fonte de sua paixa£o pela justia§a ambiental. Seus pais são paisagistas e, desde muito jovem, ela os acompanhava frequentemente em trabalhos pela cidade. Foi por meio dessas experiências que ela desenvolveu um amor pela natureza e uma compreensão das diferentes divisaµes econa´micas em sua comunidade.

“Eu lia no jornal sobre como apenas alguns bairros foram afetados pela nociva qualidade da águana minha cidade. Ficou claro que isso estava acontecendo mais em comunidades pobres ”, diz Wahid.

O fato de os moradores dessas comunidades muitas vezes serem negros não escapou aos olhos de Wahid. Seu pai a havia criado com histórias sobre sua infa¢ncia que estavam emaranhadas com movimentos sociais hista³ricos. Nascido em 1950 e criado na Carolina do Sul, o pai de Wahid estava familiarizado com o impacto da segregação e queria que seus filhos fossem educados sobre o ambiente.

“Quando vocêestãona Carolina do Norte, os resqua­cios do movimento dos Direitos Civis estãopor toda parte”, diz ela. “Mas os efeitos da segregação ainda existem hoje. Pessoas de cor estãodesproporcionalmente expostas a s piores partes do ambiente. ”

Wahid veio para o MIT sabendo que a justia§a ambiental era a questãoque ela queria enfrentar. Em seu primeiro ano, ela se matriculou no curso de pós-graduação 11.401 (Introdução a  Habitação Comunita¡ria e Desenvolvimento Econa´mico). Embora ela não tivesse a experiência de trabalho de seus colegas mais velhos, Wahid ainda encontrou maneiras de se destacar. “Eu poderia extrair evidaªncias de nossas leituras e conecta¡-las ao que tinha visto no meu passado. A aula me ajudou a valorizar a importa¢ncia do que cresci observando ”, diz ela.

Wahid também da¡ os cranãditos a  classe por dar a ela uma nova perspectiva sobre maneiras de resolver problemas. Seu plano original era se formar em engenharia ambiental, mas com o tempo, seu interesse por leitura e escrita cresceu. Inspirada por alunos de sua classe que eram planejadores urbanos e organizadores comunita¡rios, Wahid percebeu que, em vez disso, poderia usar suas palavras para lutar por justia§a ambiental.

Ela continuou a fazer cursos avana§ados e acabou acumulando cranãditos suficientes para fazer uma dupla especialização em estudos urbanos e redação. Embora o número de alunos formados no programa de Estudos Comparativos de Ma­dia / Redação do MIT seja relativamente pequeno, muitos alunos de outras áreas de especialização freqa¼entemente participam das aulas e escrevem sobre seus interesses cienta­ficos aºnicos. Para Wahid, isso significava aproveitar a oportunidade para compartilhar seu antigo aprea§o pelas a¡rvores, entre outros tópicos. Seu conhecimento da primeira infa¢ncia sobre identificação de a¡rvores foi trazido de volta a  luz de uma maneira totalmente nova.

Em uma aula de redação cienta­fica, ela escreveu um conto sobre a importa¢ncia da silvicultura urbana nas cidades que correm maior risco com asmudanças climáticas. Seu trabalho lhe rendeu o Praªmio DeWitt Wallace de Redação Cienta­fica para o Paºblico .

“Escrever sobre ciências foi algo que me ajudou a unir o que eu estava aprendendo na escola e explica¡-lo aos meus amigos e familia em casa”, diz ela.

Wahid também canalizou seu talento para comunicar ciência ambiental por meio de seu trabalho no Center for Coalfield Justice. Sediada em uma cidade rural de mineração de carva£o na Pensilva¢nia, a organização sem fins lucrativos trabalha com indivíduos que são mais diretamente afetados pela extração de recursos.

Como estagia¡rio e bolsista do PKG, Wahid ajudou a escrever documentos de recursos que informavam os membros da comunidade sobre seus direitos em relação a s empresas de carva£o e como asmudanças na indústria de combusta­veis fa³sseis afetariam seu futuro. A informação acabou sendo compilada em um workshop paºblico.

“A cidade em que eu trabalhava era, em alguns aspectos, semelhante a  minha cidade natal”, diz Wahid. Embora estivesse a centenas de quila´metros de distância, as memórias de Wahid ajudaram-na a criar perguntas para o workshop que ela sabia que estariam na mente dos membros da comunidade. Seu trabalho abriu discussaµes importantes e deu aos habitantes locais a chance de discutir novas oportunidades.

Além de seu trabalho na Pensilva¢nia, Wahid também participou de vários outros esforços no campus com foco na justia§a social. Atualmente, ela atua como facilitadora do programa de extensão da OEOP MOSTEC, cuja missão éconstruir uma comunidade diversificada e de apoio para alunos do ensino manãdio interessados ​​nos campos STEM. Durante seu tempo no MIT, ela também foi volunta¡ria como coordenadora e conselheira do programa de pré-orientação do primeiro ano do Centro PKG com foco em justia§a social e atuou em funções no centro intercultural SPXCE, na Equipe de Recrutamento Multicultural de Admissaµes do MIT e Unia£o de Estudantes Negros, entre outros projetos.

Enquanto ela continuava a entrelaa§ar seu conhecimento da ciência com histórias de sua própria vida, Wahid encontrou uma paixa£o por escrever memórias, incluindo uma que recebeu o Praªmio Isabelle de Courtivron do MIT para 2020. Ela estãoatualmente trabalhando em uma tese de redação que éuma coleção reformulada de seus ensaios anteriores, muitos dos quais enfocam o tema da interseccionalidade.

One piece expande o conceito de migração humana atravanãs das viagens na história de sua própria fama­lia. Ela estãoconectando histórias de seus pais e ava³s a s histórias dos lugares que eles chamam de lar.

“Estou fazendo pesquisas sobre o que estava acontecendo nesses momentos para pintar sua história mais completa. Estou muito curioso para saber como as minhas diferentes histórias de familia se cruzam com narrativas maiores ”, explica Wahid.

Ao contar essas histórias, Wahid acredita que pode servir melhor como defensora da justia§a ambiental. Ela credita seu curso de redação cienta­fica por ensina¡-la que o desafio de comunicar ciência pode ser melhorado enquadrando-o com experiências pessoais.

“Se eu puder compartilhar minha própria história, posso me relacionar com as pessoas por meio disso”, diz ela. “Todos nostemos experiências que nos moldaram - que nos tornaram quem somos. Quando criamos essas conexões, podemos finalmente comea§ar a ter conversas realmente impactantes. ”

 

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