Talento

Pesquisadora brasileira épremiada por estudo sobre tratamento inovador para diabete
Silvania da Silva Teixeira foi uma das cinco vencedoras do Praªmio L’Oranãal-USA For Women in Science 2020 ao apresentar um projeto de pesquisa sobre diabete que eliminaria a necessidade de injea§a£o de insulina
Por USP - 08/12/2020


Silvania da Silva Teixeira, vencedora do Praªmio L’Oranãal-USA For Women in Science 2020 osFoto: Reprodução/L´Oranãal.

A cientista Silvania da Silva Teixeira, que foi doutoranda e pa³s-doutoranda no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, venceu o Praªmio L’Oranãal-USA For Women in Science 2020, ao lado de outras cinco pesquisadoras. Todas recebera£o uma bolsa-auxa­lio de 60 mil da³lares para conduzirem seus projetos. Dando continuidade a  sua pesquisa de pa³s-doutorado, Teixeira estuda um tratamento inovador para a diabete, usando um metaba³lito do horma´nio tireoidiano.

No estudo, a pesquisadora testou o metaba³lito em camundongos com diabete tipo 2 e observou um aumento nos na­veis de insulina dos animais. A hipa³tese éque esse tratamento pode induzir a proliferação de células beta pancrea¡ticas, aumentando a secreção de insulina. Para tratar a resistência a  insulina, caracterí­stica da diabete tipo 2, sera£o feitos testes com a metformina, que aumenta a sensibilidade a  insulina. A expectativa éque os dois tratamentos combinados sejam capazes de normalizar os na­veis de glicose no sangue, sem efeitos colaterais graves. No entanto, ainda são necessa¡rios mais experimentos para chegar a uma possí­vel fase cla­nica.

Parte de seu pa³s-doutorado foi feito em Houston, Estados Unidos, no Houston Methodist Research Institute. Apa³s a conclusão, em 2014, Silvania acabou se mudando definitivamente para a cidade e trabalhou durante alguns anos como assistente de laboratório. Em 2019, voltou a trabalhar no Methodist Research Institute e teve o incentivo de sua chefe para se inscrever em grants, prêmios de financiamento. “Na³s esta¡vamos escrevendo projetos para diferentes instituições. Foi quando tive a ideia de retomar o meu projeto de pa³s-doutorado”, conta a cientista. Hoje, ela épa³s-doc na University of Colorado, em Denver, onde ira¡ conduzir o estudo.


Silvania foi doutoranda e pa³s-doutoranda no Instituto de Ciências Biomédicas
(ICB) da USP osFoto: Reprodução/L´Oranãal

Na nova fase da pesquisa, Teixeira ira¡ usar como modelo animal os ratos do tipo Zucker, que desenvolvem diabete de maneira bem parecida com os humanos. “Quando esses animais apresentarem uma deterioração das células beta, as responsa¡veis pela produção de insulina, vamos comea§ar a tratar com o metaba³lito do horma´nio tireoidiano por quatro semanas. Depois, iremos investigar como estãoo pa¢ncreas desses animais e suas células beta”, explica. A previsão éque atéo final de 2021 o grupo tenha resultados suficientes para publicar um artigo.

Silvania Teixeira éformada em Biologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e fez o seu doutorado e pa³s-doutorado no Departamento de Fisiologia e Biofa­sica do ICB-USP, atuando no laboratório da professora Maria Tereza Nunes. Para ela, o resultado foi uma surpresa. “Foi a primeira vez que me inscrevi em um grant nos Estados Unidos osainda estava tentando entender como funcionava o financiamento de pesquisa nopaís, que bem diferente do Brasil.”

No va­deo de apresentação das cientistas vencedoras, Silvania falou sobre os desafios da carreira cienta­fica e o que ela espera do projeto. “Houve um tempo em que eu pensava que não conseguiria ser ma£e e cientista. Mas eu quero ser a ma£e que minha filha tera¡ orgulho e quero fazer a diferença. Essa pesquisa poderia melhorar a vida de mais de 400 milhões de pessoas com diabete no mundo.”

Sobre o praªmio

Criado em 2003, o L’Oranãal-USA For Women in Science éfruto de uma parceria entre a L’Oranãal dos Estados Unidos e a American Association for the Advancement of Science (AAAS), que anualmente premiam cinco mulheres cientistas com bolsas de 60 mil da³lares por suas contribuições nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matema¡tica.

O programa éa versão americana do praªmio internacional L’Oranãal-Unesco For Women in Science, que conta com 52 programas nacionais e regionais em 110países, com o objetivo de valorizar e incentivar a presença feminina na ciência Ha¡ também uma versão brasileira do praªmio, o Para Mulheres na Ciência, criado em 2006 pela Unesco Brasil, a Academia Brasileira de Ciências e a L’Oranãal Brasil.

 

.
.

Leia mais a seguir