Talento

Liberando o potencial da mente
A Pison, fundada por Dexter Ang, permite que as pessoas controlem interfaces digitais, como seus telefones, por meio de sinais cerebrais.
Por Zach Winn - 14/02/2021


O sensor neuromuscular de Pison permite que os primeiros respondentes controlem as interfaces digitais, como robôs, usando pequenos gestos, como o movimento dos dedos.
Créditos: Imagem: cortesia de Pison Technologies

Dexter Ang '05, AF '16 trabalhava como operador de alta frequência antes de saber que sua ma£e tinha ALS. No ano seguinte, ele a observou perder lentamente a capacidade de andar, alimentar-se e atéclicar com o mouse para ler um e-book, uma de suas atividades favoritas.

A progressão era dolorosa de assistir, mas o que Ang não conseguia aceitar era que a condição física de sua ma£e pudesse afetar negativamente suas interações com o mundo digital.

“Eu não achava que precisava haver essa conexão entre capacidade física e capacidade digital”, lembra Ang.

A ideia colocou Ang em uma missão que mudaria sua vida. Dez anos depois de se formar no MIT com um diploma de engenharia meca¢nica, ele voltou ao Instituto para mergulhar em seu trabalho em torno da tecnologia vesta­vel, garantindo um cofundador e uma estratanãgia de nega³cios ao longo do caminho. Hoje, Ang éo CEO da Pison Technology, uma startup que usa sensores neuromusculares para ajudar as pessoas a interagir com interfaces digitais.

O sensor de Pison fica no pulso do usua¡rio como um rela³gio para capturar pequenos movimentos de maºsculos e tendaµes, bem como sinais elanãtricos do cérebro. O software de Pison processa esses sinais e controla o dispositivo para o qual estãosendo enviados, ajudando os usuários a fazer coisas como interagir com aplicativos em smartphones, manipular objetos em realidade aumentada e se comunicar com robôs e ma¡quinas.

Centenas de pessoas usaram a tecnologia de Pison por meio de parcerias com corporações multinacionais, incluindo Microsoft, Samsung, Mitsubishi e Google. Ajudar pessoas com deficiência continua sendo o foco da empresa, e Pison também estãotrabalhando com organizações médicas e organizações sem fins lucrativos como a Associação ALS.

“As implicações de conectar o corpo humano com sistemas digitais e inteligaªncia artificial são inimagina¡veis”, diz Ang. “Estamos nos primeiros tempos - talvez o primeiro - de como sera£o as interfaces neurais e como transformação tudo no mundo”.

Uma missão amplia

A experiência de Ang observando o decla­nio da saúde de sua ma£e o trouxe de volta ao MIT por meio do Programa de Estudos Avana§ados. Ang se matriculou em aulas na Sloan School of Management do MIT, na School of Engineering e no Media Lab. Uma oferta que o atraiu particularmente foi um curso de tecnologia assistiva ministrado por John Leonard, o Samuel C. Collins Professor de Engenharia Meca¢nica e Ocea¢nica no Departamento de Engenharia Meca¢nica.

“Eu estava realmente apaixonado pelo problema [do decla­nio fa­sico impactando a vida digital]”, lembra Ang. “Eu ia dormir pensando nisso e acordava pensando nisso. Eu sabia que o problema era elanãtrico e eu precisava de uma solução elanãtrica, e que o MIT tinha a rede com a qual eu provavelmente teria sucesso. ”

A ma£e de Ang faleceu em 2015 durante seu primeiro semestre na ASP. Ele tirou três semanas de folga e terminou o semestre. Mais tarde naquele ano, por meio de sua fraternidade, ele conheceu o co-fundador da Pison, David Cipoletta, que estava trabalhando em rastreamento ocular e roba³tica para pessoas com ELA na Universidade de Rhode Island. Depois de falar com ele sobre o potencial de detecção de eletricidade por meio de eletrodos na pele, Cipoletta pediu a Ang que fosse ao seu apartamento duas semanas depois. Atéentão, ele construiu um prota³tipo.

Os fundadores receberam apoio do Fundo de Inovação Sandbox do MIT e passaram um tempo no Martin Trust Center for MIT Entrepreneurship sob a orientação do Diretor Executivo Bill Aulet. Ang também gastou cerca de US $ 50.000 de seu pra³prio dinheiro explorando diferentes soluções.

“As ferramentas que me foram fornecidas por meio da rede do MIT, dos investidores e do treinamento foram essenciais para mim e para Pison desde o ina­cio”, diz Ang.

Nos anos desde que Ang concluiu o programa Advanced Study Fellowship em 2016, os fundadores trabalharam com várias empresas para desenvolver a tecnologia.

Os sensores de corrente de Pison detectam os sinais elanãtricos que o cérebro usa para se comunicar com os nervos, tendaµes e maºsculos do corpo. Os sinais, ou biopotenciais, são registrados na pele do pulso e enviados para o aplicativo de telefone de Pison, que os transforma em instruções digitais. O aplicativo de Pison pode interagir com outros aplicativos ou qualquer outro dispositivo ao qual o telefone esteja conectado. Por exemplo, se o telefone de um usua¡rio também tiver o app Google Home, os sensores de Pison podem ser usados ​​para controlar recursos de casa inteligente, como luzes.

Conforme os fundadores construa­ram o sistema, eles se concentraram em criar algo que funcionasse atémesmo para pacientes com ELA nos esta¡gios mais recentes da doena§a.

“Com o ALS, háum decla­nio conta­nuo na capacidade física”, diz Ang. “a‰ como tentar evitar que uma pedra caia quando vocêestãodescendo. Minha mentalidade era: vamos imaginar que a pedra estãono fim da colina, o que ainda estaria funcionando nessa situação? ”

Mirar no sopéda colina deu a Pison uma tecnologia poderosa que poderia ser útil em uma variedade de aplicações. Somando-se ao potencial do sistema para adoção em massa estãoseu hardware, que tem a aparaªncia de um rela³gio de pulso.

“Amedida que a tecnologia se tornou mais universal, nossas ambições corresponderam a isso, e o escopo de nosso conjunto de problemas foi de ALS para o problema que Bose primeiro queria resolver, que éo controle eletra´nico de a¡udio do consumidor, para agora temos clientes na roba³tica, IoT [ a internet das coisas] e realidade aumentada ”, diz Ang.

Preenchendo o potencial de uma tecnologia

O primeiro lana§amento comercial de Pison, no final do ano, seráum sistema de controle sem toque para telefones, que permitira¡ aos usuários da Fora§a Aanãrea fazer coisas como interagir com mapas e reconhecer comunicações. Logo após essa implantação, Pison espera comea§ar a ajudar os trabalhadores do cha£o de fa¡brica a melhorar a produtividade e reduzir os riscos.

Existem outros jogadores neste espaço - a startup de Elon Musk, Neuralink, sendo um exemplo bem divulgado - mas Ang acredita que a Pison se diferencia com software voltado para o propa³sito e com foco no desenvolvimento de soluções ponta a ponta para aplicativos específicos do cliente. Para esse fim, Ang poderia ver Pison desenvolvendo soluções especificamente para trabalhadores em operações industriais e de construção, de busca e resgate, e como um catalisador para o avanço e adoção de realidade aumentada.

Dito isso, a empresa também estãoansiosa para lana§ar sua tecnologia de forma mais ampla e permitir que os clientes decidam seu uso.

“Temos nossa estratanãgia de produto interno, para transformar inicialmente a maneira como as pessoas interagem com os telefones e, em seguida, expandir para outros meios, como roba³tica e realidade aumentada”, diz Ang. “Mas entendemos que os dados e a plataforma que temos podem ser utilizados de maneiras ilimitadas. Nãovamos obstruir isso. ”

 

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