Talento

Pioneiro da física: Jami Valentine Miller
Desde que se tornou a primeira mulher negra a obter um PhD em física na Johns Hopkins, Miller tem acompanhado os sucessos e realizaa§aµes das mulheres negras na física
Por Katie Pearce - 26/02/2021


Jami Valentine Miller - CRa‰DITO: CORTESIA DE JAMI VALENTINE MILLER

Em meio a um mar de fa­sicos, a mulher negra tende a se destacar, diz Jami Valentine Miller. No passado, quando ela participava de grandes conferaªncias em sua área, "não édifa­cil, dentre milhares de pessoas, localizar aquela que écomo vocaª", diz ela. "E então écomo, 'Bem, deixe-me ir e me apresentar."

Muitas das mulheres que Miller conheceu ao longo dos anos são agora oficialmente homenageadas em seu site, African American Women in Physics, AAWIP.com . Hoje, o site lista mais de 150 mulheres negras nos Estados Unidos que receberam seu doutorado em física, são atualmente estudantes de graduação em física ou trabalharam na área.

O grupo cresce constantemente a cada ano, diz Miller, que começou o site em 2005 enquanto trabalhava para seu pra³prio doutorado em física na Universidade Johns Hopkins.

“Comecei a coletar uma lista de todas as diferentes mulheres negras que estava encontrando nessas conferaªncias e a postei no meu site Hopkins. E perguntava por aa­ tentando encontrar outras”, lembra ela. "Na anãpoca, a maioria dos departamentos não acompanhava esse tipo de informação demogra¡fica."

AAWIP EXISTE NaƒO APENAS COMO UMA PLATAFORMA PARA CELEBRAR AS MULHERES NEGRAS, MAS TAMBa‰M PARA CONSTRUIR MENTORES E OPORTUNIDADES DE NETWORKING.


Em algum momento, Miller percebeu que ela era o aºnico nome de Johns Hopkins. Ao concluir seu doutorado em física em 2006, ela ganhou a distinção como a primeira mulher negra na história da universidade a fazaª-lo.

Miller acabou perseguindo uma carreira como examinadora de patentes no US Patent and Trademark Office, onde ela trabalha em aplicativos para dispositivos de memória spintra´nica e semicondutores, que incluem dispositivos e recursos para produtos Samsung e Apple.

Ela teletransportou de Orlando, Fla³rida, onde mora com seu marido, que conheceu durante seus estudos de graduação na Florida A&M University e com quem se reuniu anos depois. Ela obteve seu mestrado em física na Brown University antes de se mudar para a Johns Hopkins para seu doutorado, onde estudou com a professora Chia-Ling Chien .

Embora seu trabalho agora se incline mais para a engenharia elanãtrica do que para a física, Miller diz: "Tenho sorte e acabou sendo o trabalho perfeito para mim. Sei que o trabalho que faa§o éimportante e o vejo se manifestar em produtos que eu usar e ver nas nota­cias. "

Outras mulheres na AAWIP seguiram trajeta³rias de carreira igualmente variadas - em muitos casos divergindo do caminho acadêmico tradicional, onde o objetivo éuma ca¡tedra esta¡vel. “Temos mulheres trabalhando em estruturas planeta¡rias na NASA, mulheres fazendo geoquímica na Chevron, mulheres fazendo leis de propriedade intelectual, física qua¢ntica, astronomia cultural ...” Miller diz. "Um dirige uma banda de jazz."

A lista AAWIP agora inclui um outro ex- aluno de Hopkins: Lynnae Quick Henderson , que foi a primeira mulher negra em Hopkins a obter seu PhD em ciências da terra e planeta¡rias, em 2013, e agora trabalha como cientista da NASA.

O site também homenageia pioneiros anteriores, incluindo Willie Hobbs Moore, a primeira mulher afro-americana a ganhar um PhD em física; A cientista da NASA Katherine Johnson (retratada recentemente no filme Hidden Figures ); e Carolyn Beatrice Parker, que contribuiu com a pesquisa do pluta´nio para o Projeto Manhattan.

a‰ uma lista pequena mas distinta de mulheres - sentadas na interseção de dois grupos sub-representados em um campo dominado por homens brancos. Entre 1998 e 2018, consistentemente menos de 25% dos diplomas de física nos EUA foram para mulheres , de acordo com a American Physical Society, enquanto grupos raciais e anãtnicos sub- representados representaram consistentemente menos de 10% dos diplomas de física durante esse tempo.

AAWIP existe não apenas como uma plataforma para celebrar essas mulheres, mas também para construir mentores e oportunidades de networking, diz Miller.

“Para quem quer contratar candidatos mais diversificados”, diz ela, “estamos aqui. Na³s existimos”.

 

.
.

Leia mais a seguir