A rejeição do fila³sofo a 'curtidas' nas redes sociais recebe um praªmio positivo do Royal Institute
O Royal Institute of Philosophy concedeu (em conjunto) seu praªmio de ensaio de 2021 a um pesquisador da Universidade de Cambridge pela primeira análise filosãofica de 'gostar' nas redes sociais.

Dra. Lucy McDonald no St John's College, Cambridge - Crédito: Nordin Ćatić, St John's College
O Royal Institute of Philosophy concedeu (em conjunto) seu praªmio de ensaio de 2021 a um pesquisador da Universidade de Cambridge pela primeira análise filosãofica de 'gostar' nas redes sociais. O ensaio, que se concentra no Facebook, alerta que 'curtir' encoraja a preguia§a comunicativa, enquanto 'curtir' alimenta notacias falsas, ' gamifica a sociabilidade' e joga com nossas fraquezas psicológicas.
"A função 'like' desempenha um papel instrumental na promoção da polarização polatica porque nos lembra constantemente de nosso capital social online"
Lucy McDonald
'Please Like This Paper', publicado hoje (12 de maio de 2021) na revista Philosophy do Instituto , argumenta que, embora as funções de 'curtir' ajudem os usuários de madia social a se sentirem ouvidos, na verdade podem nos tornar piores ouvintes / leitores. Tambanãm sugere que 'curtir' e 'curtir', em particular, desempenham um papel central na promoção da polarização polatica.Â
A autora do ensaio, Dra. Lucy McDonald , pesquisadora jaºnior em Filosofia no St John's College, Cambridge, diz que gosta: “a‰ uma forma de pseudo-engajamento que nos absolve da culpa de não responder a s postagens de outros, mas cria o manimo de conexão humana. â€
Ao contra¡rio de alguns julgamentos legais recentes, McDonald argumenta que gostar de conteaºdo difamata³rio "não deve necessariamente contar como endosso desse conteaºdo". Ela própria uma usua¡ria ativa de madia social, McDonald aceita que 'curtir' registre: “nos daª informações que não tanhamos anteriormente, mas essas informações parecem ter tido uma sanãrie de efeitos corrosivos no discurso da internet. Esses efeitos parecem preocupantes o suficiente para compensar quaisquer benefacios particulares 'como' dados podem oferecer ... pode haver algumas coisas que seria melhor não sabermos. â€Â
McDonald argumenta que “não devemos pensar em curtidas acumuladas como uma medida confia¡vel da estima pela qual uma pessoa émantidaâ€. Em vez disso, “o 'gosto' tanto institui quanto mede uma forma digital do que o socia³logo francaªs Pierre Bourdieu chamou de 'capital social', ou“ o produto do trabalho social acumulado â€. As contagens 'semelhantes', aponta McDonald, “tornaram o capital social mais visível e mensura¡vel onlineâ€, com uma sanãrie de efeitos prejudiciais.
“Se nosso paºblico tem milhares de postagens para examinar, precisamos dizer algo drama¡tico para chamar a atenção deles (e dos algoritmos). Nosso desejo de envolvimento com outras pessoas, e o capital social que vem com ele, pode nos fazer menos preocupar se as afirmações que fazemos e compartilhamos online são verdadeiras, bem como se o conteaºdo que compartilhamos foi deliberadamente projetado por outros para acionar nosso preconceitos e vulnerabilidades, ou para servir a algum objetivo polatico nefasto. Isso torna os usuários de madia social mais vulnera¡veis ​​a manipulação e pode levar a disseminação de ideologias prejudiciais.
“Isso também dificulta a deliberação polatica significativa e produtiva online. Se não estamos interessados ​​em chegar a verdade, mas apenas em obter 'curtidas', e se sabemos que outros adotam essa abordagem também, não estaremos interessados ​​em trocar informações, motivos e argumentos uns com os outros, mas sim lutando pelo conteaºdo online mais empolgante.
“Em seus primeiros dias, a internet foi anunciada por seu potencial para melhorar a democracia. Muitos pensaram que a Internet poderia trazer o que Ja¼rgen Habermas chama de 'situação ideal de fala'. Mas a função "como" revitalizou a preocupação antiga de que a reta³rica vavida e os apelos emocionais prevalecera£o sobre a deliberação racional nas democracias. Fez isso quantificando o capital social e tornando-o sempre presente na comunicação online, tornando a demagogia uma perspectiva mais saliente e tentadora do que nunca.
“A função 'curtir' desempenha um papel instrumental na promoção da polarização polatica porque nos lembra constantemente de nosso capital social online e fortalece os incentivos cognitivos e sociais para a produção de conteaºdo que acumula muitos 'curtidas' - muitos, portanto, ajustara£o seus carculos ( consciente ou inconscientemente), a fim de garantir um fluxo constante de 'curtidas'. â€
McDonald da¡ as boas-vindas a alguns usuários de madia social que tomam medidas ativas para reduzir o impacto de contagens de 'curtidas' instalando extensaµes como o Facebook Demetricator, que oculta todas as manãtricas, e algumas plataformas de madia experimentando remover contagens dos feeds de notacias dos usuários "mesmo que corram o risco de interromper drasticamente a distribuição e medição do capital social online. â€Â
McDonald propaµe que 'curtir' émelhor teorizado como um “ato essencialmente fa¡ticoâ€, conforme caracterizado pelo antropa³logo BronisÅ‚aw Malinowski na década de 1920, porque os usamos para construir laa§os sociais e aproximar as pessoas. Nesse sentido, 'curtir' são semelhantes a gestos como sorrisos ou acenos de cabea§a.
Muitas pessoas, observa McDonald, 'gostam de' postagens de amigos “rotineiramente e por um senso de obrigação, sem realmente ler ou se envolver com eles. “Esperamos que nossos amigos nos oua§am, não nos ignorem, portanto, 'curtir' as postagens ajuda a assegurar a s pessoas que elas tem um paºblico que ainda estãoouvindo e envolvido.â€
McDonald aponta que, apesar de quanto difundido éo uso da madia social, esse comportamento raramente édiscutido na filosofia da linguagem contempora¢nea, que "ainda tende a se concentrar na interação falada cara a cara". Ela também argumenta que 'curtir' “transmite muitos tipos diferentes de informação; seu 'conteaºdo' não éesta¡vel e eles não tem nenhum 'significado' convencional reconhecavel. â€
“Este pequeno ato pode parecer inconsequente ou fravolo. Afinal, para 'curtir' uma postagem ésimplesmente pressionar um botão. No entanto, éde grande significado social. Com 'curtidas' vem um poder considera¡vel. â€Â
Os editores da revista Philosophy Journal, Professora Maria Alvarez e Professor Bill Brewer, disseram: “O ensaio énota¡vel por sua combinação bem-sucedida de investigação filosãofica e detalhes emparicos ricos e variados.â€
O praªmio de ensaio de 2021 do Royal Institute of Philosophy foi concedido em conjunto a Nikhil Venkatesh (UCL) por 'Surveillance Capitalism: a Marx-inspired Account'.