Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2,3 milhões de pessoas estãocom sobrepeso ou obesidade, o que corresponde a quase 30% da população. No Brasil, um em cada cinco adolescentes entre 15 e 17 anos tem excesso de peso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estata­stica (IBGE).  

Foi com esses dados em mente que Gabriela Camargo Zicman e Viviane Luri Okuda Okabayashi, estudantes do terceiro ano do curso de Biomedicina, criaram em setembro de 2020 o projeto Click Obesidade. A iniciativa divulga conteaºdos cienta­ficos relacionados a  obesidade de forma acessa­vel, atravanãs de posts no Instagram. O perfil pertence ao projeto de extensão Inflamação no Dia a Dia, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, coordenado pelo professor Niels Olsen Saraiva Ca¢mara. 

O objetivo do projeto éexplicar diferentes aspectos da obesidade, tanto em relação a s causas, que levam a essa condição, como também aos impactos sociais, econa´micos e psicola³gicos. Algumas informações abordadas pelo perfil são, por exemplo, imagem corporal e obesidade e também a relação da obesidade com a covid-19.

“Tudo isso com base em ciaªncia, artigos cienta­ficos, livros, mas traduzido de uma forma mais acessa­vel, já que o nosso paºblico-alvo são adolescentes”, conta Viviane. Numa das ações, as estudantes puderam discutir o tema com alunos do ensino manãdio da Escola de Aplicação, da Faculdade de Educação (FE).

A obesidade na infa¢ncia e na adolescaªncia pode trazer consequaªncias a  saúde na vida adulta, e por isso Gabriela e Viviane querem ajudar adolescentes a entender melhor sua própria condição. “Ninguanãm acha que doenças crônicas como asma, hipertensão e Alzheimer são culpa da própria pessoa. Mas essa responsabilização sobre o obeso bem comum. A obesidade também éuma condição crônica que não estãosob o controle volunta¡rio”, explica a estudante.

Uma das questões que dificultam a conscientização sobre a obesidade éa estigmatização da imagem corporal, um assunto delicado. Em geral, a sociedade não estãoadaptada e não aceita bem corpos gordos. As criadoras do projeto reconhecem que nos últimos anos houve uma mudança significativa nesse aspecto, mas ainda existe um longo caminho pela frente, e elas esperam contribuir para a discussão.

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As alunas recebem uma bolsa do Programa Unificado de Bolsas (PUB) e também tem apoio do programa Aprender na Universidade, da Pra³-Reitoria de Graduação da USP. Elas também mantem o canal Minuto Vacina, que faz parte do projeto Inflamação no Dia a Dia.