Talento

Apaixonado por matemática
Morgane Austern explora o lado criativo como nova professora no Departamento de Estata­stica
Por Juan Siliezar - 29/09/2021


Morgane Austern, que ingressou no Departamento de Estata­stica como professora assistente em julho, traz conexões entre criatividade e matemática. Stephanie Mitchell / Fota³grafa da equipe de Harvar 

Para Morgane Austern, matemática élinda. Austern, que ingressou em Harvard como professora assistente no Departamento de Estata­stica em julho, traz um toque criativo a seu trabalho em probabilidade e estata­stica, com base em sua experiência no teatro. Nascido na Sua­a§a e educado na Frana§a, Austern também tem paixa£o pelo voluntariado na educação STEM. Ela falou em entrevista sobre seu amor pela matemática e como planeja continuar seu trabalho volunta¡rio. A entrevista foi editada para maior clareza e extensão.

Perguntas & Respostas
Morgane Austern


Quando vocêcomeçou a se interessar por estata­stica?

AUSTERN: Quando eu estava no colanãgio, eu adorava matemática. Adorei pensar em matemática. Adorei como vocêpode aprender coisas do mundo usando matemática, porque éisso que a estata­stica é- analisar e encontrar padraµes nos dados. Eu tentei física no começo porque eu já estava na trilha de matemática e física, mas descobri que tanto quanto amava matemática, odiava física. Eu apenas caa­ em probabilidade e estata­stica. Nãoháhistória ma¡gica. Nãofoi algo que pensei por muito tempo que gostaria de fazer um dia. Simplesmente continuei a estudar estata­stica e matemática e, quanto mais estudava, mais me interessava por isso.

Vocaª era um artista quando era jovem. O que o atraiu ao palco?

AUSTERN: Gostei do processo criativo do teatro. Gostei do fato de vocêler uma pea§a e depois criar seu personagem. Sa£o apenas palavras e então vocêda¡ vida e expaµe ao mundo para que as pessoas vejam. Comecei a atuar quando estava no ensino fundamental e continuei atéa universidade. Eu realmente não era popular quando era criana§a, sempre muito mais jovem do que meus colegas de classe e sempre um pouco estranho. Fui muitas vezes intimidado, o que me levou a duvidar muito de mim mesmo. No entanto, quando eu estava no palco, era uma das raras ocasiaµes em que me sentia conforta¡vel com pessoas da minha idade.

Existe alguma parte do processo criativo que vocêcarregou com vocêpara as estata­sticas?

AUSTERN: a‰ isso que adoro em matemática. a‰ extremamente criativo. Sei que a matemática geralmente não parece criativa por causa da maneira como éensinada. a‰ muita repetição de ca¡lculos, o que eu odeio. Eu sou panãssimo em ca¡lculos. Mas éextremamente criativo quando vocêtem uma ideia aproximada e o instinto do que éverdadeiro ou falso. Cabe a vocêencontrar a maneira de provar isso. Vocaª tem que criar todo esse caminho.

Que pesquisa vocêpretende avana§ar em Harvard?

AUSTERN: Estou interessado em preencher a lacuna entre o sucesso empa­rico do aprendizado de ma¡quina, que éincra­vel, e nosso entendimento tea³rico sobre ele, que ainda estãofaltando em um certo grau. Eu vejo o que acontece quando vocêtenta aprender com dados estruturados, como gra¡ficos, matrizes ou qualquer coisa que não seja simplesmente uma sequaªncia de observações. Estou interessado em construir a base matemática.

A última coisa que quero perguntar ésobre seu trabalho volunta¡rio.

AUSTERN: O voluntariado éalgo que faa§o desde os 15 anos. Na Frana§a, havia uma associação chamada Tremplin. Com eles, eu ia semanalmente a uma escola secunda¡ria em um bairro desfavorecido e dava aulas de “matemática da paixa£o” para tentar encorajar os alunos a fazer matemática e ajuda¡-los no processo de inscrição na faculdade. Tambanãm fui volunta¡rio para os Big Brothers e Sisters of America, orientando jovens carentes em Nova York. Em Cambridge, para meu trabalho de pesquisa de pa³s-doutorado, fiz outra versão desse programa, que éespecificamente projetada para combinar um mentor com um aluno do ensino manãdio que estãopassando pelo processo de inscrição na faculdade. Fui mentor de uma jovem estudante durante o ensino manãdio e ela acabou de ser aceita na faculdade este ano. Tambanãm me ofereci para programas desenvolvidos para mulheres em STEM.

Tive a extrema sorte de não ter nascido em uma familia rica, mas em uma familia conforta¡vel. Sempre me apaixonei por tentar encontrar maneiras de preencher a lacuna de oportunidades para pessoas que não tiveram as mesmas oportunidades que eu. Acho que a melhor maneira de fazer isso épor meio da educação e tentando ajudar alunos de diferentes origens. Isso éalgo que com certeza vou continuar enquanto estiver aqui.

 

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